Glorioso 1904
·27 November 2024
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A transferência do Benfica para o Atlético de Madrid por 126 milhões de euros ainda continua bastante 'fresca' na cabeça de João Félix. Nesse sentido, e em conversa no podcast 'Geração 90', conduzido pela atriz Júlia Palha, o craque da formação voltou a recordar a sua saída do Clube da Luz.
O jovem talento português foi lançado por Bruno Lage no ano da Reconquista, altura em que o técnico das águias se estreou como treinador na equipa principal. No final da época, João Félix acabou por rumar ao país vizinho.
"As coisas aconteceram como tiveram de acontecer. Foi tudo muito depressa, porque tinha acabado de chegar à equipa A, jogo os jogos todos, sou vendido, mudo de país, de língua… Na altura pode ter havido quem tenha ficado chateado por ir embora, mas são oportunidades…E se depois me tivesse lesionado? Há muitos casos assim", começou por dizer.
"As pessoas já sabem o meu valor, se eu tiver agora lesão [bate na mesa, ‘Deus queira que não’] sabem que quando voltar serei igual. Mas quando se está a aparecer, por vezes, não chegam a rebentar", explicou o antigo ponta-de-lança do Benfica.
João Félix: Tive uma fase em que sentia ‘posso tudo’, ser intocável, e é normal dado tudo o que aconteceu, mas foi rápido, abriram-me os olhos.
Relativamente aos milhões que valeu, João Félix fez revelações inéditas. "Para ser sincero, tive uma fase em que sentia ‘posso tudo’, ser intocável, e é normal dado tudo o que aconteceu, mas foi rápido, abriram-me os olhos. O meu pai diz o que tem a dizer. E costumo dizer que quero que os meus filhos tenham a educação que eu tenho. Do valor? Nunca me passa pela cabeça, só me lembro se me falarem. Não estou na cama, antes de adormecer, a pensar que custei 126 milhões. Não é coisa que me passe na cabeça", apontou o internacional português.
Ainda sobre as críticas, o avançado formado no Benfica abordou o assunto com muita leveza, tendo garantido que não se deixa afetar pelos comentários negativos de que é alvo hoje em dia.
"Hoje em dia não me afeta nada. Muita gente não percebe que um jogador, ou pessoas muito expostas, têm família, amigos. Temos sentimentos, emoções. Por acharem que ganhamos muito dinheiro temos de lidar com isso, mas temos vida pessoal e se não estivermos a render pode estar a acontecer alguma coisa, algo não está bem. Mas temos de saber lidar, se não, pode entrar a depressão, como alguns jogadores já vieram a público admitir que tiveram, outros se calhar nunca disseram… não gosto que me vejam em baixo, guardo para mim", concluiu João Félix.
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