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·14 Juni 2025

Coordenador científico do Flamengo detalha preparação do Flamengo

Gambar artikel:Coordenador científico do Flamengo detalha preparação do Flamengo

À frente do Departamento de Saúde e Alto Rendimento do Flamengo, o coordenador científico Cláudio Pavanelli detalha a profunda reformulação do clube para aliar performance de elite e prevenção de lesões, mirando o topo do futebol mundial.

A missão começou antes mesmo da bola rolar na Copa do Mundo de Clubes. Vinte dias antes da delegação, Cláudio Pavanelli já estava nos Estados Unidos, imerso em um congresso de medicina esportiva.


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O retorno ao Ninho do Urubu, onde trabalhou entre 2013 e 2014, marca uma nova era para o "Head of Sports Science" do Flamengo, que passou os últimos nove anos em um projeto de educação continuada fora do Brasil.

Em entrevista ao "Globo", Pavanelli explica como o clube busca se equiparar aos gigantes europeus não apenas em campo, mas nos bastidores.

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Foto: Reprodução/X

Ciência x desempenho

Para Pavanelli, a ciência do esporte moderna é uma orquestra. Medicina, nutrição, psicologia, preparação física e fisioterapia tocam em harmonia, com a fisiologia atuando como o grande maestro que une todas as áreas. O trabalho se concentra em três pilares: tratamento, prevenção e, o mais importante, a evolução da performance.

"Esse trabalho é feito com uma gestão de risco. Buscamos entender a carga de treinamento, tanto a externa quanto a interna, para saber o quanto o atleta está apto a absorver. O objetivo é que ele tenha uma evolução efetiva, eficaz e, acima de tudo, saudável", iniciou.

Pavanelli afirma que o Brasil possui profissionais de altíssimo nível em todas as áreas. A grande diferença para centros como os Estados Unidos, segundo ele, está na cultura e na estrutura voltadas para a pesquisa.

"O polo da ciência do esporte nos EUA existe porque a cultura norte-americana é pautada no esporte desde a escola", destacou.

Enquanto os americanos se aprofundam na ciência básica e laboratorial, com investimentos de gigantes como a NASA e o Exército, potências como Alemanha e Inglaterra se destacam ao aplicar esse conhecimento de forma prática no futebol. O objetivo de Pavanelli é justamente unir esses dois mundos no Flamengo.

Ele critica a superficialidade que, por vezes, contamina o meio.

"Muitos acabam absorvendo o que a mídia social passa, sem a oportunidade de discutir a pesquisa a fundo. A ciência depende de referência, de saber quem fez e como aplicar em diversas situações para obter sucesso", acresentou.

Pavanelli destaca que a abordagem tem dado resultado no Flamengo

A volta de Pavanelli ao clube não se resume a comprar equipamentos de ponta. O foco é o conhecimento e excelência.

"A evolução depende dos profissionais, não o contrário. Hoje, apenas comprar um aparelho não significa que você vai usá-lo em sua melhor capacidade. É a necessidade do profissional que cria a demanda por uma nova tecnologia."

Sua missão é criar uma linha metodológica única que integre todas as categorias do clube, do futebol profissional ao feminino e aos esportes olímpicos.

"Qualquer informação coletada é compartilhada para que cada departamento possa aplicar seu melhor conhecimento. Essa conexão rápida e eficiente entre as áreas de performance, prevenção e reabilitação é a nossa grande evolução", disse o profissional.

Os resultados, segundo ele, já são visíveis.

"Alteramos processos, mudamos bastante coisa no procedimento diário do atleta. Vemos isso nos números. Temos uma maior participação de grandes jogadores que antes não tinham uma sequência tão grande. Além de conseguirem jogar mais, eles mantêm a intensidade e uma participação fundamental nas partidas."

Calendário e realidade de lesões

Com um calendário apertado e a busca incessante por intensidade, as lesões aparecem, analisa Pavanelli.

"É utopia falar que não vai ter lesão. O único jeito de não se machucar é não jogar."

A estratégia, então, é gerenciar o inevitável. O clube agora se aprofunda na individualidade de cada atleta: quanto ele gasta de energia, como se recupera, e quais ferramentas podem potencializar essa recuperação.

"Temos atletas que gastam muito e recuperam rápido, e outros que gastam pouco e recuperam de forma lenta. Tudo isso é somado à realidade do jogador, se o descanso foi prejudicado, se a alimentação está adequada. O que posso garantir é que, além de estarem em um nível de condicionamento acima de anos anteriores, conseguimos, quando a lesão acontece, uma recuperação mais rápida. Esse é o ponto que prova a importância de todas as áreas trabalhando por um objetivo em comum", finalizou.

Após uma temporada tomada pelas lesões em 2024, o Rubro-Negro tem se precavido para tentar não se desfalcar nas decisões da temporada.

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