Com penálti quase se <i>morre</i>, com penáltis se <i>mata</i> | OneFootball

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Zerozero

·1 Juli 2024

Com penálti quase se <i>morre</i>, com penáltis se <i>mata</i>

Gambar artikel:Com penálti quase se <i>morre</i>, com penáltis se <i>mata</i>

Todos conhecem Cristiano Ronaldo, marca a nível Mundial. Agora, todos conhecem Diogo Costa, guarda-redes de nível mundial! Quando Miran Pavlin fez a projeção deste embate ao zerozero, delineou que a melhor estratégia seria levar o jogo para os penáltis, por ter o melhor do mundo na baliza (na sua opinião), Jan Oblak. Não o pretendemos contrariar, mas este prenúncio, que até teve um gigante acrescento moralizador - a defesa do guardião esloveno a um penálti de Cristiano Ronaldo no prolongamento - não se confirmou. E, se a tensão era enorme e o medo da (humilhante) eliminação pairava cada vez mais para o lado de Portugal, as grandes penalidades foram uma tranquilidade. Venha daí a França!

Cristiano Ronaldo enxugou as lágrimas e marcou, Bruno Fernandes e Bernardo Silva acompanharam-no. E, do outro lado, sem espinhas, Diogo Costa fez a sua tarefa na perfeição, com três soberbas defesas que carimbaram o passaporte para Hamburgo.


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Se alertas, nos amigáveis e contra a Geórgia, não bastassem, eis mais um, com Portugal a continuar vivo. Mas será, provavelmente, o último. Há muito a melhorar, sobretudo na frente, porque agora o nível será sempre muito mais alto.

Ascendente inconsequente

No flashback à fase de grupos, não era difícil descobrir o que melhor tinha corrido. A vitória contra a Turquia mostrava uma fórmula a pedir repetição e Roberto Martínez não descurou: recuperou exatamente o mesmo onze do segundo jogo, com muitos jogadores a terem mais de uma semana de descanso - só Diogo Costa, João Palhinha e Cristiano Ronaldo repetiram lugar no onze em relação ao jogo contra a Geórgia.

A melhor linha inicial pede o melhor desempenho. Em parte, resultou. Portugal foi bastante agressivo nos momentos sem bola, com o melhor Palhinha deste Europeu, e conseguiu criar vários lances de perigo, maioritariamente para o inevitável Cristiano. O grande senão foi a seca do capitão, demasiado visível nos seus atos. À medida que desperdiçava bolas, ora por não acertar no alvo, ora por não acertar na bola, ou por estorvo dos adversários, o 7 luso deu claros sinais de falta de lucidez, espelhados num livre lateral que pedia um cruzamento e que o próprio quis ir bater direto. Para fora, pois claro.

Apesar de a teoria indiciar um 4-3-3, Portugal arrumou-se quase sempre em 3-4-3, com Nuno Mendes muito mais prudente nas subidas (e soberbo nas ações defensivas) e a jogar na linha de Rúben Dias, com Pepe um pouco mais atrás. Pela direita, Bernardo e Cancelo entenderam-se bem, embora menos solicitados do que Rafael Leão. E bem, porque o jogador do Milan também subiu bastante a sua produção e foi o agitador que não conseguira ser no arranque da competição.

Faltava a finalização. O maior handicap de todos, que isto de aparentar jogar bem de nada resulta sem materialização.

Dois livres de Cristiano, além de um desvio falhado de cabeça, um Bruno Fernandes a chegar tarde, um remate de Palhinha ao poste e um bloqueio a um lance muito bom a Cancelo a abrir a segunda parte. A produção ofensiva de uma hora de jogo teria sido suficiente para a vantagem.

Não foi e o receio de prolongamento (ou pior) começou a sentir-se. A equipa teve menos Leão (quebrou até sair), teve muito pouco Bruno Fernandes e deixou de ter um bom Vitinha por opção técnica. Diogo Jota e Francisco Conceição foram a jogo, mas só Cancelo esteve em crescendo na segunda parte. A última meia hora teria uma boa desmarcação de Ronaldo, mas pouco mais. A precipitação foi maior e o discernimento menor.

A Eslovénia também pouco fez, com exceção de uma arrancada de Sesko que deixou Pepe desprotegido, mas a vontade era clara: somar o quarto empate neste Europeu e tentar arrastar o 0-0 o maior tempo possível, para que depois emergisse Oblak nos penáltis.

Obrigado, Diogo!

Mais 30 minutos significavam, em termos imediatos, mais margem para tentar resolver o jogo. Em 4-4-2, com Bernardo mais próximo da frente, Conceição à direita e Jota à esquerda, Portugal voltou a ser melhor e mais capaz de chegar à frente.

Seria por Jota que um grande momento chegaria, numa arrancada que acabou em derrube e queda na área. O momento de Cristiano, tão aguardado por todos... e por Jan Oblak. O remate foi bom, a defesa estrondosa!

Não lhe ficou muito atrás Diogo Costa, numa perda de bola de Pepe que isolou Sesko. Também aí o jogo não se decidiu.

E a verdade é uma: ao chegar a altura das grandes penalidades, a angústia lusa, intervalada com um público fervoroso, contrastava com o êxtase esloveno, de quem poderia escrever a mais bonita página da sua história. Felizmente para Portugal, Diogo Costa emergiu sobre todos e deu as mãos às balas para a vitória!

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