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·26 Juni 2024

Chelsea e a máquina do tempo de mais de R$ 4 bilhões

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A teoria que deu fama a Albert Einstein, publicada há mais de um século atrás, chamada de "Teoria da Relatividade", deu asas a matemáticos e pensadores como Kurt Gödel a imaginar um universo bem diferente do que conhecemos. A forma como Gödel interpretava o universo através de seus cálculos nutre uma teoria nunca comprovada, mas também jamais contestada: a de que é possível viajar no tempo. O tema percorre nosso imaginário e é inspiração para filmes e séries famosos, de Back to the Future (De volta para o futuro) até Dark. Brincando um pouco de viajar no tempo, o Chelsea parece ter conquistado o poder de viajar ao futuro para decidir quais craques farão sucesso lá na frente.

Com isso, e com um alto poder de investimento no mercado, os Blues concentraram suas cartadas nas últimas janelas na contratação de jovens promessas. Jogadores que, muitas vezes, pouco jogaram no profissional. Mas que prometem ser fora de série daqui a alguns anos.


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Vamos dar dois passos atrás na nossa "máquina" do tempo, voltando para a temporada 2022/23. Entre a janela de verão de 2022 e de inverno de 2023, os londrinos gastaram estratosféricos 431,36 milhões de euros em reforços com 22 anos ou menos. Na cotação de hoje, seriam R$ 2,5 bilhões!

Foram quase 200 milhões de euros apenas em Enzo Fernández e Mudryk, que estavam com 22 anos e eram os "mais velhos" da lista. Wesley Fofana custou pouco mais de 80 milhões de euros. Madueke e Malo Gusto custaram mais de 30 milhões cada. E foram cerca de 40 milhões de euros investidos em atletas de 18 anos ou menos (casos do brasileiro Andrey Santos, do goleiro estadunidense Gabriel Slonia e de Chukwuemeka).

Nas janelas seguintes, vieram mais dois adolescentes brasileiros: David Washington (16 milhões de euros) e Ângelo (15 milhões), ambos do Santos. Foram outros 320 milhões de euros investidos em atletas de, no máximo, 22 anos, com destaque para os 116 milhões gastos em Moisés Caicedo, então no Brighton, e para os 62 pagos ao Southampton por Roméo Lavia (19 anos). Cole Palmer chegou em Londres com 21 anos, por 47 milhões de euros do Manchester City. Somando os valores investidos desde 2022 com atletas sub-23, superamos, tranquilamente, os R$ 4 bilhões (são R$4,37 bilhões).

Na última temporada, o Chelsea teve o elenco com a menor média de idade da Premier League, com 22 anos. Quem mais perto chegou desse número foi o Wolverhampton, com 24. City (26), Arsenal (25), Liverpool (24,5), Aston Villa (25) e Tottenham (24,8), os rivais acima da tabela, tiveram elencos mais velhos. A título de comparação, o Manchester United, que ficou abaixo na tabela, mas é um rival tradicional, teve média de idade de 25 anos.

Viagem que segue

A viagem ao futuro na busca por craques geracionais promete seguir e o movimento deve se repetir na janela do meio deste ano. O Chelsea já se acertou com o Palmeiras por Estêvão, jovem de 17 anos que pode custar pouco mais de 60 milhões de euros (a depender de variáveis).

Além de Estêvão, e mesmo limitado, enfim, pelo fair play financeiro, o Chelsea também tenta a contratação do jovem espanhol Marc Guiu, joia do Barcelona. A multa rescisória de Guiu é baixa: de seis milhões de euros. Uma grande barganha para os Blues no mercado.

O adolescente Omari Kellyman, de 18 anos, que pertence ao Aston Villa, deve assinar ainda nesta semana e, segundo a imprensa londrina, custará pouco mais de 22 milhões de euros. Ponta canhoto, Kellyman fez apenas seis jogos como profissional em Birmingham.

Outros nomes também foram vinculados com o clube nas últimas semanas: o lateral Pedro Lima, de 17 anos, do Sport, que acabou acertando com o Wolverhampton; Sesko, de 21, que vai seguir no Leipzig; e Aaron Anselmino, de 19, do Boca, em negociação que ainda não evoluiu.

Em um mundo onde os adolescentes aparecem com cada vez mais frequência no alto rendimento (vide Endrick na Copa América e Yamal na Euro), o Chelsea não tem medo de apostar alto em jovens promessas. Com uma base de scouts espalhada por diversos continentes, monitora ao detalhe os jogadores que surgem em evidência. Seja em um rival inglês, como no caso de Palmer, ou em uma equipe do Brasileirão (exemplos não faltam, de Andrey a Estêvão).

No futuro, veremos quantas dessas promessas se consolidaram no alto nível. Quantas delas não vingaram. E, talvez, consigamos ter a resposta se o Chesea viajou, ou não, no tempo. Mas é provável que sigamos nos perguntando isso, sem resposta concreta e palpável. Se a física e a matemática têm seus mistérios seculares, provavelmente nem Einstein ou Gödel seriam capazes de desvendar os mistérios da bola.

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