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·26 Juni 2024

«Borla» só há esta!

Gambar artikel:«Borla» só há esta!

Sem o manto da invencibilidade. É assim que Portugal vai para Frankfurt, onde no próximo dia 1 de julho vai defrontar a Hungria, nos oitavos de final do Campeonato da Europa.

Esta quarta-feira, em Gelsenkirchen, a equipa nacional não suportou as várias mexidas de Roberto Martínez e permitiu à Geórgia um triunfo (2-0) com bilhete «dourado» para os oitavos de final.


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Tanto mexeu que estragou

Como descaracterizar uma equipa: um guião em dois atos, com direção de Roberto Martínez e interpretação dos homens em campo.

Mudar o sistema tático em plena competição. O selecionador nacional foi com a «fórmula B» para a última jornada da fase de grupos, escudado na certeza do primeiro lugar e consequente qualificação. Não foi, por certo, uma estreia a opção pelo 3x4x3, mas há provas concretas da maior falibilidade do mesmo.

E se esta variante expõe mais a equipa no momento da transição defensiva, o problema agudiza-se quando se introduz uma segunda variabilidade: a troca de oito jogadores no onze inicial. Não são estranhos entre si, mas faltou química.

A começar pelo miolo, a casa das máquinas. Com João Palhinha e João Neves entregues aos comandos, Portugal dispôs de dois solistas talentosos à sua maneira, mas nunca teve um par sincronizado. E sem harmonia nesse campo, tudo fica mais sôfrego; para a frente e para trás.

O problema coletivo foi uma evidência na noite de Gelsenkirchen, mas foi pelas falhas coletivas que o resultado se fez. E aí, António Silva entra como vilão nesta peça dramática para as cores lusitanas.

Um passe para os pés de Mikautadze, logo aos dois minutos, acabou com Khvicha Kvaratskhelia a bater Diogo Costa e aos 54 minutos chegou tarde e derrubou Luka Lochoshvili. Sandro Schäfer foi chamado ao VAR e fez o que tinha a fazer, permitindo a Mikautadze converter a grande penalidade para o 2-0.

Com bola, mas...

Interpretados os factos que ajudam a explicar a derrota, há uma história contada em atos paralelos. Como a entrada de Portugal, que com naturalidade chamou a bola para si desde o início - e do golo de Kvara -, mas que nos primeiros 15 minutos não soube o que fazer com ela.

Acabaria por ser um livre de Cristiano Ronaldo, aos 16’, a lançar aquilo que de melhor fez a equipa das «Quinas» numa noite globalmente errática. Pode não parecer, mas Portugal teve sete ocasiões para marcar à Geórgia - só na primeira parte.

E aí, João Félix, o regressado, quis mostrar que é mais do que uma fonte de especulações. O avançado quis mostrar-se e podia ter marcado (30’ e 45+1’) e podia ter dado a marcar (22’), mas Giorgi Mamardashvili e a falta de pontaria negaram esse sucesso.

Atenção: Portugal podia ter dado outra curva e evitar o despiste. A Geórgia, agressiva e intensa, deu os seus espaços. Não foi um gigante intransponível. E por falar em gigante, mais um jogo sem golo de Cristiano Ronaldo.

Talvez o pudesse ter feito aos 28 minutos, se em vez de levar um cartão amarelo por protestos lhe tivesse sido concedia a grande penalidade devida. Houve puxão de um georgiano, que nem Schäfer nem o VAR interpretaram como faltoso. Errado.

O resto da história conta-se de forma simples. Martínez, consciente do plano falhado, mudou muito ao longo da segunda parte. Voltou à linha de «4», mexeu cinco vezes mas nada mais resultou de forma decisiva, ainda que Portugal tenha colecionado uma ou outra ocasião de golo na reta final. Mas estava traçado.

Foi um fracasso redundo, no fundo, e a prova que nestas andanças não há tempo nem espaço para demasiadas inovações. As contas permitiram-no, é certo, mas «borla» só houve esta.

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