Bicampeão, despromovido e campeão do Mundo... na mesma época | OneFootball

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Zerozero

·15 Juli 2025

Bicampeão, despromovido e campeão do Mundo... na mesma época

Gambar artikel:Bicampeão, despromovido e campeão do Mundo... na mesma época

Os fracassos e as conquistas são separados por uma ténue e muito volátil linha. Para todo o vencedor, existe um derrotado e alternar entre esses dois estatutos acontece de forma mais frequente do que qualquer um possa imaginar.

A carreira de Dário Essugo, ainda que curta, representa um perfeito exemplo da volatilidade entre os êxitos e as desilusões.


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Aos 20 anos, o jovem médio - que se sagrou campeão do Mundo no passado domingo (13 de julho), tendo disputado somente 38 minutos - conta já com quatro títulos - enquanto sénior - na bagagem. Ainda assim, o seu percurso foi também pautado por adversidades, com duas despromoções - uma em Espanha e outra em Portugal - no currículo.

Curiosamente, os títulos foram alcançados pelos clubes onde disputou menos jogos/minutos, enquanto as descidas de divisão aconteceram ao serviço dos emblemas pelos quais Essugo atuou durante períodos mais extensos da temporada.

Com esta premissa em mente, o zerozero decidiu analisar os altos e baixos que delineiam o curto - mas recheado - percurso de Dário Essugo, desde as escolinhas do Sporting à aventura no Mundial de Clubes pelo Chelsea.

Meia-dúzia de minutos no primeiro título

A expressão meia-dúzia, caro leitor, é para ser levada de forma literal. Isto porque, em 2020/21, Dário Essugo conquistou o primeiro título da carreira - campeonato português ao serviço do Sporting - com apenas... seis minutos disputados na prova.

Na jornada 24 da competição, nomeadamente na receção leonina ao Vitória SC, Ruben Amorim decidiu lançar o camisola '84' a seis minutos do final da partida - considerando apenas o tempo regulamentar do encontro -, garantindo, assim, a estreia de Essugo pelos leões enquanto profissional.

Ainda assim, esses pozinhos conferidos pelo atual técnico do Manchester United foram mais do que suficientes para o jovem Essugo - na altura, com apenas 16 anos -, conquistar a primeira medalha da carreira.

Curiosamente, o médio foi o jogador menos utilizado pelo Sporting na edição 2020/21 da Liga NOS, atrás de Tomás Silva e André Paulo - sendo que ambos disputaram 24 minutos pelo conjunto de Alvalade. Considerando todas as equipas do campeonato (tendo somente em conta atletas com, pelo menos, um minuto disputado), Essugo foi o 13.º jogador com menos minutos na prova.

Na temporada seguinte, o jovem médio atuou, principalmente, pelos escalões de formação do Sporting - sub-19 e equipa B, mais concretamente -, tendo participado em duas partidas pela equipa principal dos leões - nove minutos na Liga dos Campeões, diante do Ajax, e 45 minutos na liga portuguesa, na vitória leonina (2-0) frente ao FC Arouca.

De campeão pelo Sporting a despromovido com o GD Chaves

A temporada 2023/24 trouxe ventos de mudança na direção de Dário Essugo. Apesar de ter iniciado a época ao serviço do Sporting - realizou dez partidas pelo conjunto leonino até ao final de janeiro, tendo atuado, em grande parte, como suplente utilizado -, o médio foi cedido a título de empréstimo, durante meia época, ao GD Chaves.

Assim, Essugo representou as cores dos Valentes Transmontanos durante, sensivelmente, três meses. O médio foi aposta recorrente do técnico Moreno Teixeira, tendo participado em 14 partidas - 13 delas enquanto titular - pelo conjunto de Chaves.

Ora, a época em questão foi de sabor agridoce para o atleta. Isto porque, à passagem da jornada 32, a derrota do Benfica frente ao FC Famalicão fez com o Sporting pudesse celebrar, de forma antecipada, a conquista do campeonato. Por ter representado a turma de Alvalade na primeira metade da época, Essugo também entrou no lote de campeões leoninos.

Enquanto isso, o médio tentava ajudar o GD Chaves, que lutava arduamente para evitar a descida de divisão. Ainda assim, o pior cenário acabou por se confirmar e os flavienses foram incapazes de assegurar a manutenção no principal escalão nacional.

Desta forma, Essugo terminou a temporada como um dos membros que representou o conjunto de Chaves na época de despromoção à II Liga, mas também como um campeão nacional pelo «clube do coração». Apenas cinco (!) dias separaram estes eventos.

Emoções de todo o tipo

Findado o período de empréstimo em Chaves, Dário Essugo regressou ao Sporting mas voltou a não encontrar o seu espaço no plantel. Assim sendo, o médio disputou apenas 16 (!) minutos - como suplente utilizado em duas partidas - sob alçada de Ruben Amorim, antes de somar novo empréstimo, desta vez no país vizinho.

Em busca de minutos, rotina e, sobretudo, de um projeto que conferisse bases para se afirmar enquanto titular, o jovem médio foi então cedido, nos últimos dias de mercado, ao Las Palmas, tendo participado em 27 partidas pelo conjunto espanhol - com um golo anotado durante esse período.

As sucessivas exibições positivas colocaram o jovem sob holofotes e o médio começou a atrair o interesse de alguns tubarões europeus. O forte interesse do Chelsea fez-se sentir durante o mercado de inverno, mas o negócio apenas ficou concluído em março.

Assim sendo, Dário Essugo cumpriu a restante temporada ao serviço dos Amarillos, tendo a transferência futura para os Blues acertada. Antes da mudança para Inglaterra, porém, viu, a 14 de maio, o emblema da ilha de Gran Canaria a ser despromovido à segunda divisão.

Apenas três dias depois, a 17 de maio, o Sporting sagrou-se campeão nacional. Graças aos modestos 16 minutos ao serviço dos leões, como referido anteriormente, Essugo fez parte dos jogadores que conquistaram o bicampeonato pelo conjunto de Alvalade. Da melancolia da descida de divisão à euforia do título em apenas três dias!

Na reta final de temporada, Essugo integrou, ainda, a comitiva do Chelsea que seguiu para os Estados Unidos da América, tendo em vista a participação no Mundial de Clubes 2025. O médio disputou apenas 38 minutos na competição, atuando em três encontros distintos como suplente utilizado.

Ora, no passado domingo, o Chelsea sagrou-se vencedor da competição, com uma expressiva vitória frente ao PSG, e a breve presença de Essugo na prova intercontinental garantiu ao médio de 20 anos o estatuto de campeão do Mundo.

Curiosamente, um dos seus companheiros de equipa, no caso Liam Delap, também juntou a conquista do Mundial de Clubes à despromoção obtida ao serviço do Ipswich Town, que foi incapaz de garantir a manutenção na Premier League. Foram, quiçá, amuletos da sorte para Enzo Maresca.

No cômputo geral, Dário Essugo com três feitos - dois positivos e um negativo - na bagagem. Apesar de não ter conseguido evitar a despromoção do Las Palmas ao segundo escalão espanhol, o médio sagrou-se bicampeão nacional pelo Sporting e campeão do Mundo pelo Chelsea. Uma verdadeira montanha-russa de emoções.

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