Jogada10
·21 Februari 2025
Betinho Marques: A muralha de Stival
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·21 Februari 2025
Sabedor da história, das carências, aflições e necessidades da Massa atleticana, toda vez que desembarca em BH, Cuca traz consigo mais bagagem, conhecimento e segurança para comandar o Galo.
Muitas vezes tachado, pejorativamente, de deter um estilo único de jogo, de ligação direta sem muitas construções, Alexi Stival, pela quarta vez no Dono do Estado, vem para, mais uma vez surpreender, vencer e descontruir os rótulos que foram “adesivados” na sua caminhada.
Se na primeira passagem (2011-2013) seu time tinha um Santo (Victor) e um Bruxo (Ronaldinho), mas tomava muitos gols, no segundo desembarque em 2021, Cuca evoluiu MUITO defensivamente.
Comandado por Hulk, Arana Nacho e Everson, o time de que ganhou o Triplete era mais equilibrado no fechamento de espaços. Para se ter uma noção disso, na temporada de 2021 foram: 75 jogos e apenas 52 gols sofridos, uma incrível média de 0,69 gol sofrido por jogo. Na mesma temporada, foram incríveis 52 vitórias com 69,3% de aproveitamento.
Talvez alguns perguntem: mas os gols feitos não fizeram diferença? Óbvio, e claro que sim. Os 136 tentos representaram naquele ano uma média de 1,81 gol feito por jogo, mas estava clara a evolução que gerou tantas taças ao Galudo: era a consistência do sistema defensivo, era a formação rochosa da Muralha de Stival
Se alguém ainda quisesse contestar com um: “quero ver números defensivos no Brasileirão, mostre aí”. Então, em 38 jogos, no mais disputado certame do mundo, o Galo só sofreu 34 gols, uma média de 0,89 gol por jogo. No comparativo do BR24, o time comandado por Gabriel Milito sofreu 54 tentos em 38 jogos, 1,42 gol por jogo.
Mesmo com uma temporada de “remendo” no seu retorno em 2022, o treinador paranaense, na sua terceira temporada no Galão da Massa, após substituir Turco Mohamed, levou o Alvinegro à Libertadores de 2023 e terminou o ciclo com a sétima posição no Brasileirão com 44% de aproveitamento.
Para a quarta passagem na Cidade do Galo, Cuca e seu irmão Cuquinha estão em “quase todas”. Além de dormir nos hotéis e centro de treinamento, Stival pega o telefone, liga para quem acha necessário, dialoga mais com o CIGA (Centro de Inteligência do Galo) e se multiplica nas ações. Uma fonte, outro dia nos reportou um pouco sobre o Stival 2025: “Cuca foi muito legal, explicou para o atleta o que pensava, como pensava nele para o encaixe, foi excepcional”.
Claro, neste recorte feliz da temporada, sem falsas ilusões, é claro que quase todos esperavam um Atlético bem no estadual e passando as primeiras etapas da Copa do Brasil. Tudo segue à risca como previsto, mas alguns detalhes importantes demonstram uma evolução do Cuquismo: é muito difícil chegar na área defensiva do Galo.
A contenção dos blocos com a recomposição de Menino, ajuda do calouro Natanael e o comprometimento coletivo de Cuello são apenas alguns aspectos que fazem os adversários pouco chegarem à meta de Everson. Até aqui, apenas dois gols sofridos pelo CAM na temporada em onze jogos, um apenas sob o comando do treinador mais vitorioso da história em oito pelejas.
Como dito, os parâmetros ainda são de um recorte de qualidade menor do que será a tônica após o Carnaval com a chegada do Brasileirão. O Atlético, se tem consistência defensiva, precisa ainda dar velocidade ao jogo, desorganizar defesas, trocar de posição, “despentear” os blocos adversários e surpreender, ou seja, gerar os coringas, literalmente, para ter várias cartas nas mangas.
Mas, de qualquer forma, ver um Atlético vivo, pulsante, com mais Cuellos, Ronys, Rubens, Lyancos e “Hulkados” no empenho, ajudam o Cuquismo a fazer a Muralha de Stival cada dia mais consistente.
Eu sei: ainda é só o Mineiro, mas permita-nos gostar de um time mais conectado, mais vivo, mais indignado com a bola perdida. É o básico entendimento de um time com mais “Galos” em campo. É, no mínimo, trivial que todos saibam que no Atlético não é errar o problema, o grande flagelo é se acovardar e fugir da luta. A história do Galo nunca forjou gente amarela.
Observação: o Galo de 2025 com Cuca só sofreu um gol, foi no clássico contra o América. Para ratificar a Muralha de Stival, contra o Cruzeiro, o adversário finalizou apenas quatro vezes e Everson fez apenas duas defesas. Cuca segue aumentando sua bagagem, evoluindo, estudando e fortalecendo a sua edificação. Negar isso é um direito pleno, mas também, pode ser, do aspecto técnico, apenas uma pirraça de quem não quer dar o braço a torcer.
Galo, som, sol e sal é fundamental