“André Villas-Boas vai ter um oceano de gente em Angola a recebê-lo” | OneFootball

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·18 November 2024

“André Villas-Boas vai ter um oceano de gente em Angola a recebê-lo”

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Luanda aguarda ansiosamente a chegada de André Villas-Boas a Angola, onde, a partir de terça-feira, o presidente irá interagir com os dragões da Casa do FC Porto de Luanda. Este é um espaço de lusofonia, onde angolanos e portugueses partilham a paixão pelo clube, embora os adversários sejam sempre bem-vindos. Há, no entanto, uma exceção. «Nos clássicos, e apenas nesses casos específicos, não convidamos os amigos rivais para os jantares, mas a porta da casa está sempre aberta, e benfiquistas e sportinguistas acabam sempre por aparecer», explica Manuel Novais, diretor de comunicação.

«Não sei se teremos um mar de pessoas à espera do presidente. Acredito que será, de facto, um oceano de gente», exulta Agostinho Rocha, conhecido por Rochinha, presidente da casa. Para este portista, mais do que o protocolo da visita, é importante uma paragem: a Missão Católica de Calomboloca. «Aqueles miúdos são top. Espero, e sei que vai acontecer, que o presidente lhes transmita carinho e solidariedade. Esse é o ponto alto da visita», afirma Rochinha, que nasceu em Angola, mas que se apaixonou pelo dragão durante a sua estadia na cidade do Porto.


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Agostinho Rocha, mais conhecido por Rochinha, é o presidente da Casa do FC Porto de Luanda

Os miúdos da Missão Católica que a casa do FC Porto apoia são incríveis. Espero, e sei que vai acontecer, que o presidente lhes transmita carinho e solidariedade. Esse é o ponto alto da visita!

«Este projeto social é muito importante para nós, levamos comida para os almoços de domingo, a casa recolhe cabazes de bens essenciais, criámos um campo de futebol e uma sala de estudo. Estamos a falar de crianças em situação de vulnerabilidade, que vivem com os pais, mas são acompanhadas pela Missão», explica o diretor-geral da casa, Cláudio Barbosa, natural de Arcos de Valdevez e em Angola há 18 anos, a trabalhar no grupo Omatapalo.

Amor. Essa é a palavra que mais ouvimos. Pinto da Costa visitou a casa em 2014. «Sempre nos apoiou muito», recorda Rochinha, com gratidão. A casa portista em Luanda, criada em outubro de 1997, foi premiada com dois Dragões de Ouro e é extremamente ativa. Em 2019, trouxe de Angola uma exposição de várias peças que foram exibidas no Museu do FC Porto, que também incluiu uma parte cultural com um concerto na Casa da Música.

TRIUNFO DA LUSOFONIA

A distância para o Estádio do Dragão e para Portugal é encurtada pelos convívios à mesa durante os jogos do FC Porto, da Seleção Nacional e de Angola. É através destes almoços e jantares sempre animados que a casa gere a sua independência financeira e, como um clube, atrai um conjunto de patrocinadores, incluindo empresas portuguesas e internacionais, para reconstruir as suas instalações.

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Tal como um clube, a casa tem patrocinadores, que são essenciais para a sua existência

«Da casa que o presidente Pinto da Costa visitou em 2014, apenas ficou a estrutura. Refizemos tudo, desde a decoração, mesas, em suma, foi uma obra de grande envergadura. Sem os patrocinadores e o dinheiro gerado pelos sócios nos convívios, seria impossível erguer este projeto», explica Manuel Novais, natural de Lisboa e portista de coração, radicado há 21 anos em Angola.

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FC Porto une angolanos e portugueses em Luanda

«Acreditamos que André Villas-Boas ficará sensibilizado com o trabalho social da casa», prevê Cláudio Barbosa. «Ele viu vários vídeos que lhe enviámos e ficou visivelmente emocionado», complementa. Contudo, uma coisa é ver essa realidade através de um ecrã, e outra é vivenciá-la no local. A casa de um clube distante que ajuda entre 150 e 200 crianças que vivem sem água e sem luz, a mais de uma hora de distância da capital, é parte da singularidade deste grupo de portistas. «Quem não se emocionar com o que vai ver não é gente, não é humano. Vamos partilhar essas imagens e todos poderão confirmar isso», afirma o líder da casa.

Rochinha tem se desdobrado nos últimos dias em viagens e contactos institucionais para que a visita de Villas-Boas decorra sem contratempos. «Isto não é como viajar de Espinho para Viana do Castelo», brinca, referindo-se à dimensão geográfica da grande metrópole angolana. «Vai tudo correr bem, tão bem como na visita de Pinto da Costa. Luanda é especial. Fico pessoalmente satisfeito pelo triunfo da lusofonia. Portugal está presente em Angola e isso alegra-me», conclui.

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