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·26 Mei 2025
Ancelotti revela conversa com Neymar, explica retorno de Casemiro e promete atitude

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Nesta segunda-feira (26), Carlo Ancelotti falou pela primeira vez como treinador da seleção brasileira. No Rio de Janeiro, o italiano divulgou a primeira convocação da Amarelinha e concedeu entrevista coletiva para explicar as suas decisões e apontar o caminho que deverá seguir.
Depois de uma série de homenagens feitas ao novo treinador, incluindo uma passagem simbólica de bastão de Felipão para Ancelotti, o italiano abriu a sua coletiva com otimismo com a resposta imediata do seu trabalho dentro de campo. O técnico reforçou as suas escolhas com a urgência de resultados imediatos já na próxima partida.
"Este é o calendário do futebol de hoje, não há tempo para treinar, para preparação. Eu acho que o time vai estar preparado para esses dois jogos, porque são dois jogos muito importantes para a classificação. Eu tentei chamar jogadores preparados e que possam contribuir para o time. Eu acho que é uma temporada exigente, os jogadores que vêm estarão bem preparados para contribuir e tentar ganhar", explicou o italiano.
A opção por jogadores com maior ritmo de jogo descartou a convocação de Neymar. A Ancelotti confirmou o contato com o meia do Santos para explicar a sua decisão e ressaltou o desejo de contar com o jogador nas próximas partidas.
"Como eu disse, nesta convocação eu tentei selecionar jogadores que estão bem. Neymar teve uma lesão há pouco tempo. Todos sabem, Neymar é um jogador muito importante, sempre foi e sempre será. Infelizmente, atualmente temos muitos jogadores que sofrem lesões e que não podem estar na seleção, como Neymar, que passou por uma lesão", reforçou Ancelotti.
"O que eu quero dizer é que o Brasil tem muitos jogadores talentosos e logicamente, no caso específico de Neymar, contamos com ele. É a seleção nacional. O Brasil conta com ele. Ele voltou ao Brasil para jogar para se preparar bem para o Mundial. Eu falei com ele nesta manhã para explicar a ele isso e ele está totalmente de acordo", revelou.
Embora os desfalques por lesão, Ancelotti promoveu uma série de retorno à seleção brasileira de nomes experientes. Entre eles, Casemiro, nome de confiança do técnico no Real Madrid.
"Para falar do Casemiro, na minha opinião, ele é um grande jogador. Tive a sorte de estar com ele, eu acho que a seleção precisa desse tipo de jogador, que tem carisma, personalidade, talento. Como eu disse, o Brasil sempre teve muito talento. No futebol moderno, é preciso acrescentar atitude, compromisso, sacrifício, e isso o Casemiro tem. E muitos dos que foram convocados têm isso. É um aspecto fundamental, principalmente para se preparar para o Mundial", reforçou o comandante.
"Eu acho que, assim, nós sairemos muito bem. Hoje eu falava com o Felipão, que me deu conselhos muito bons, para preparar bem este tipo de competição. Neste sentido, eu falei muito do ambiente que podemos criar dentro da equipe, mas também em torno. Todo o país, o Brasil inteiro, pode nos ajudar", completou.
Questionado sobre a forma de jogo que deve implantar na seleção brasileira, Carlo Ancelotti se esquivou dos detalhes e ressaltou apenas a cobrança por atitude. O italiano rejeitou uma definição concreta do que pretende colocar em prática e prometeu se adaptar às necessidades de cada momento.
"Propositivo ou reativo? É interessante. Eu acho que, no futebol, não pode se fazer uma única leitura. Tem que ser futebol propositivo em alguns jogos e reativos em outros. Eu não gosto de time que eu treine e tenho uma identidade, significa que você só é capaz de fazer uma coisa. Se quer ter sucesso, precisa fazer muitas coisas bem. Propositivo, reativo, pressionar... Existem muitas coisas para ter sucesso. Por isso, quando me dizem, o seu time não tem uma identidade clara. Eu não quero identidade claro", confirmou o técnico.
Durante a entrevista coletiva, o treinador italiano reforçou inúmeras vezes o pedido de união entre seleção e torcida. Ancelotti prometeu uma mudança de postura na seleção e deixou claro a compreensão do seu compromisso com a torcida brasileira.
"Mensagem de crer, confiar e ter o carinho que o povo brasileira sempre teve pela sua seleção e pela sua camisa. Nunca se render. Torcida pode ajudar muito durante este período, a mostrar o carinho que sempre mostrou pela seleção nacional", declarou Ancelotti.
"A recepção foi espetacular. Eu tenho que agradecer, eu acho que somos parecidos. Os italianos não têm essa alegria, mas eu sim. Eu adoro essa atitude do povo brasileiro e nós sentimos em casa. Isso vai nos ajudar para tirar o melhor de nós neste trabalho. É um trabalho com responsabilidade, mas é um trabalho muito bonito. Treinamos a seleção nacional do Brasil. É algo muito forte para nós", reforçou.
"O que espera a sociedade brasileira de mim, que eu faço um bom trabalho que permita que o Brasil volte a ganhar a Copa do Mundo. Isso está claro para mim, eu não tenho dúvida do que esperam de mim. O conhecimento que eu tenho de futebol, pelo tempo e experiência que eu tenho, esperam que eu faça um bom trabalho. Eu posso ajudar a seleção e me conectar à seleção. É um aspecto importante para a CBF, para os jogadores, para o time. É importante ter o apoio e a ajuda de um país", completou.
Conhecido pela sua relação pessoal com cada jogador nos seus trabalhos, Ancelotti reforçou os aspectos mentais para recuperar a autoestima da Amarelinha.
"Depois de 40 anos, eu ainda não sei qual é a estratégia, o sistema que permite ganhar os jogos. Eu ainda não sei. Mas eu sei que o sistema tem que depender das características dos jogadores que você tem para fazer com que o jogador, quando estiver no campo, se sinta confortável. Essa é a ideia que eu quero ter aqui também, aproveitar da enorme qualidade que este país tem com estes jogadores e trabalhar para que toda essa qualidade possa se agrupar com um único objetivo, que é ganhar a Copa do Mundo", declarou.
"Se falamos da reação pessoal, é um aspecto importante. Não só os jogadores, mas todos os que trabalham, eu dedico muita atenção a isso. Eu acho que a relação pessoal é capaz de tirar algo mais do que uma relação unicamente profissional. Eu me senti bem com todos os jogadores. Claro que cada um tem a sua personalidade, os brasileiros, nesse sentido. Eu treinei profissionais brasileiros espetaculares. Posso dizer Cafu. O que diferencia jogador brasileiro, eles são capazes de escolher quando é o momento de fazer as coisas a sério e em que podemos brincar e fazer as coisas de forma mais divertida. Eles fazem isso muito bem. Mas, como eu disse, eu tenho muito em consideração essa relação no ambiente de trabalho", revelou o italiano.
O trabalho dentro de campo de Carlo Ancelotti começa no dia 2, com a chegada dos convocados. O Brasil começa a sua preparação no CT Joaquim Grava, antes do embarque para o Equador. A estreia do italiano será no dia 5, contra a seleção equatoriana. O Brasil ainda encara o Paraguai no dia 10.