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·22 November 2024

A orquestra sabe que o maestro mudou?

Gambar artikel:A orquestra sabe que o maestro mudou?

Parece que não. Assim sendo: «Música, maestro!»

Não se fez Taça, mas fez-se festa - e de que maneira! Com uma boa casa a apadrinhar a estreia de João Pereira ao leme dos leões, viveu-se uma noite de alegria em Alvalade, independentemente do resultado - nesse capítulo o Sporting foi ampla e naturalmente superior (6-0). São ambientes como este - especiais por serem tão improváveis - que a Taça de Portugal tem uma beleza característica.

Nesse sentido, estamos proibidos de falar sobre os 90 minutos sem antes mencionar os momentos que ficaram para a eternidade: enorme mancha alvinegra nas bancadas e lágrimas em campo, ainda antes do apito inicial. Para muitos, foi dia de «cumprir calendário»; para estes mencionados, foi a noite de uma vida, uma experiência para contar a todos os sucessores na árvore genealógica.


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Lado a lado e em frente

Ora, não foi só para as pessoas afetas aos visitantes que a noite foi especial. Há, decerto, um leão que jamais vai esquecer o dia 22 de novembro de 2024: João Pereira. Vitorioso e apoiado no primeiro jogo enquanto comandante leonino. «Lado a lado, mister», leu-se, ainda antes do resultado ganhar volume, nas bancadas.

Se foi «antes do resultado ganhar volume», foi bem cedo, porque esta máquina de golos parece que, mesmo sem Amorim, continua bem oleada.

A prova dos nove não seria, logicamente, frente ao Amarante FC - com todo o respeito pelo clube. Ainda assim, foi um teste positivo, passado com sucesso. O truque terá sido não mexer muito - o onze, tendo em consideração o contexto Taça, poderia perfeitamente ter sido apresentado por Amorim - e resultou.

Ricardo Esgaio e Iván Fresneda foram os donos das laterais, Jeremiah St. Juste e Marcus Edwards foram lançados no onze depois de alguns jogos de gestão, Conrad Harder e Vladan Kovačević foram as «novidades» nas extremidades do campo. De resto, sem grandes surpresas.

O apito pareceu alertar que metade do campo ficou para arrendar. O Amarante FC não veio com o autocarro, mas, face ao poderio leonino, não teve outro remédio que não seja meter-se nas imediações da área e esperar por uma noite-não adversária. Não foi o caso.

Com a hipnose que lhe é inerente, Edwards abriu o ativo com o pior pé num golaço de levantar o estádio - veremos como aproveita a ausência de Pote, por lesão, até ao final do ano. Daí em diante, foi como o ketchup e as grandes oportunidades sucederam-se em catadupa.

Harder falhou escandalosamente, de baliza aberta, mas foi a tempo de redimir-se e fazer o gosto ao pé. Bragança também tentou - de passe açucarado, com três assistências - e até deu para Esgaio, conhecido por tudo menos pelos golos, marcar. Sem que se desse conta do tempo passar, Edwards bisou e fechou a primeira parte com um 4-0.

Tudo simples, tudo eficaz, tudo demolidor. Se a era João Pereira for semelhante ao primeiro jogo, está o Sporting bem.

No segundo tempo, a toada foi a mesma - o Amarante ainda entusiasmou os adeptos com uma ou outra chegada ao último terço, mas incapaz de mexer com o marcador. Por isso, deu para rodar a equipa e estrear jovens da formação. Com menos fulgor, os leões fizeram o quinto, por Trincão, e... caro leitor, não está a achar nada suspeito nesta crónica?

Ainda não falámos de Viktor Gyökeres. Saltou do banco ao intervalo, atirou duas vezes ao poste e, perto dos 90 minutos, fez o golinho da praxe, como não poderia deixar de ser.

Goleada numa noite onde, pela festa, pelo ambiente e pelas diferenças de argumentos, não existiram derrotados.

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