Santos FC
·18 octobre 2024
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Heloisa Helena, do Memorial das Conquistas
Há 15 anos, no dia 18 de outubro de 2009, as Sereias da Vila proporcionavam um espetáculo a uma plateia de 14 mil pessoas presentes na Vila Belmiro, ao vencerem a Copa Libertadores da América de Futebol Feminino, contra a Universidad Autónoma, invicta na competição.
O torneio, que em sua primeira edição contava com apenas 10 equipes, cada uma representante de um país membro da CONMEBOL, foi disputado em três cidades brasileiras (Santos, São Paulo e Guarujá), teve um desfecho que se assemelha a roteiros de ficção, mas que foi real e eternizado pelo Alvinegro Praiano.
O Santos desempenhou uma campanha espetacular durante toda a competição. Fez parte do Grupo 1, definido por sorteio, onde os jogos de todas as equipes do grupo ocorriam na Vila. O Peixe então obteve sua primeira vitória por 3 a 1, contra o White Star, atual vencedor do Campeonato Peruano. Apenas três dias depois, concretizou sua maior goleada da competição, 12 a 0 contra o EnForma de Santa Cruz, representante boliviano. Seguiu goleando de 11 a 0 o Caracas (Venezuela) e finalizou derrotando o Everton (Chile) por 3 a 1. Após memorável fase de grupos com 29 gols marcados e apenas dois gols sofridos, o Peixe se classificava para a semifinal.
Nessa fase, enfrentou o Formas Íntimas, último ganhador do Campeonato Colombiano e vice-líder do Grupo 2, onde obteve tranquila vitória por 5 a 0, contra a equipe que conquistaria o terceiro lugar da competição.
Chega então o dia 18, o da grande final, em que as Sereias sabiam que entrariam em campo sem uma jogadora que havia sido essencial durante todo o processo, Cristiane, que após marcar dois gols na semifinal, levou seu segundo cartão amarelo em uma comemoração que resultou na sua suspensão. Thaisinha, atual camisa 10 do Santos e atleta que substituiu Cristiane na final, comentou sobre os momentos que antecederam o grande dia: “É claro que impacta bastante não ter uma Cristiane numa final de Libertadores, porém, do outro lado também, o professor Kleiton já tinha me falado antes de dormir que eu iria jogar. No treino mesmo, eu treinei com as titulares e ela foi uma das pessoas que me deu total apoio. Lembro muito que conversou comigo e falou: O grupo confia em você, vai lá”.
As Sereias entraram em campo para enfrentar a campeã paraguaia, outra equipe invicta do campeonato, Universidad Autónoma, e deram um show. Começaram já ditando o ritmo do jogo, e aos 13 minutos, Maurine cabeceia para o gol e tira o zero do placar. Aos 16, Marta assinala o segundo gol da partida em uma cobrança de falta e o oferece para Cristiane. Depois disso, a partida segue com gols de Érika aos 46 e 56 minutos, Fran aos 50′, Thaisinha aos 53′, Suzana aos 70′, Dani aos 77′ e Ketlen finalizando aos 83′. As sereias eram então as primeiras a conquistarem a América.
Ao falar sobre a sensação de jogar sua primeira Libertadores e fazer um gol na final, Thaisinha afirmou que foi mágico: “E eu lembro muito, também, que foi minha primeira Libertadores, jogando com Marta, com Cristiane, não na final, mas no decorrer da competição. Com Aline Pellegrino e com a própria Ketlen, que jogamos juntas desde os 11,12 anos de idade. Então, poder jogar junto com essas meninas que eu via pela televisão foi mágico. E mesmo tão nova, podendo fazer um gol em final de Libertadores, para mim é algo inesquecível”.
Sobre o gol que fez na final, Ketlen Wiggers, artilheira do Santos, disse: “Foi um sonho, e ainda mais que o meu gol foi um passe da Marta, que é uma jogadora que eu admiro tanto. Então, foi um sonho realizado, minha família também estava assistindo, estava a torcida do Santos em peso na Vila Belmiro na época”. Ao ser questionada sobre a preparação da equipe, Ketlen destacou que a preparação foi muito boa e intensa: “A gente se preparou muito. Tínhamos um grupo muito forte, muito unido. E eu acho que isso fez com que a gente conquistasse a Libertadores, e fizesse tão grandes jogos, com um placar tão elástico”.
O Santos finalizou a competição tendo o melhor ataque (43 gols), melhor defesa (apenas dois gols sofridos), maior goleada (12 a 0 contra EnForma de Santa Cruz) e com um título que representou toda a garra e anseio de vitória das meninas, que encantam até hoje milhares de corações alvinegros.
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