AVANTE MEU TRICOLOR
·22 décembre 2024
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·22 décembre 2024
Pablo Maia e Alisson, amigos também fora de campo que sofreram juntos no ano (Foto: Divulgação/SPFC)
MARCIO MONTEIRO
É quase que unanime afirmar que o São Paulo não fez um bom ano dentro de campo. Claro, os resultados não foram lá dos piores, apesar de ter na Supercopa o único título do ano. Mas o futebol mesmo, jogado, deixou bastante a desejar e sobreviveu mais na raça, vontade, força do Morumbi e lampejos de craques de seus principais jogadores.
É unanime dizer também que Alan Franco, Alisson e Lucas foram os principais destaques do Tricolor. E quem fazia o time funcionar entre os três, era Alisson. Perder o volante, logo depois de saber que seu parceiro de volância Pablo Maia também não voltaria nesta temporada, era um baque no meio do ano.
O jovem de Cotia havia acabado de ter sido convocado à Seleção brasileira pela primeira vez, retomava seu bom futebol após um início de ano ainda longe do ideal, e fazia com Alisson uma das melhores duplas de volantes do país. É inegável que se os volantes estivessem por toda a temporada, o São Paulo poderia ter melhor sorte em algumas partidas decisivas.
SELEÇÃO, LESÃO E FRUSTRAÇÃO
Pablo Maia se lesionou no final do mês de abril, durante treino na véspera do clássico com o Palmeiras. O volante teve que ser submetido a uma cirurgia para reinserção do tendão conjunto do semitendíneo e bíceps femoral da coxa esquerda.
O ano havia terminado para o jogador que havia acabado de ter seu primeiro chamado para defender o Brasil de Dorival Jr, em amistosos contra Inglaterra e Espanha em março. Para a Copa América, seu nome era cotado entre os prováveis convocados.
A previsão, como se confirmou, era de que ele retornasse aos trabalhos em campo apenas em novembro. Quando a temporada do São Paulo se encerrou, no início de dezembro, Pablo Maia havia acabado de ser liberado para trabalhar com bola. E o leão estava com fome!
Animado com a recuperação, Pablo Maia abriu mão das férias etreinou até o final das atividades do time sub-17 com a equipe de jovens, para recuperar ritmo de jogo e iniciar a temporada 2025 em ponto de bala.
Segundo divulgado pelo clube neste sábado, ele está apto para jogar, e vai iniciar a pré-temporada tricolor no ano que vem normalmente com o restante do elenco. É reforço que, em tempos de crise, deve, sim, ser celebrado.
Em campo, fez ainda 18 jogos, 17 como titular, e 16 formando dupla com Alisson, o grande pulmão deste time tricolor, como se deu para notar. A qualidade e visão de Alisson, com o vigor e juventude, além dos chutes de fora da área, que fato, não estavam funcionando no início de 2024, formavam química perfeita para conduzir o time, como nas conquistas da Supercopa e da Copa do Brasil 2023.
Pela 17ª rodada do Brasileirão, no dia 17 de julho, contra o Grêmio, Alisson teve fratura no tornozelo direito que o obrigou a fazer cirurgia no dia seguinte. O São Paulo perdia ali sua segunda peça fundamental do meio-campo, que depois descobriríamos que tanta falta iria fazer.
Mesmo perdendo praticamente toda o segundo semestre, Alisson ainda foi um dos que mais jogou, com 41 partidas, 37 como titular, e brilhou com três gols e duas assistências no ano. Ele recebeu também dez cartões amarelos. Foram 22 jogos de ausência pela lesão.
A previsão inicial, era como a de Maia, retorno apenas em 2025. A gravidade era menor que seu companheiro, mas o tempo para volta também diminui. Ainda assim, era difícil que algo diferente desta previsão ocorresse.
Mas não para Alisson. O tricolor já superou desafios muito mais sérios do que este, quando teve problemas psicológicos gravíssimos, em que pensou em desistir de tudo já defendendo o São Paulo. Era uma lesão que se tornava desafio e motivação para o guerreiro são-paulino.
Assim, como Pablo Maia, Alisson também tinha seu nome cantado nos corredores da CBF, especialmente pela proximidade com a comissão técnica, inventora do atleta na posição de volante. Até para colher seus louros, nada melhor que uma convocação para reconhecimento de mudança e de um dos melhores do país na posição.
A contusão vinha em péssima hora, com o São Paulo também entrando na reta decisiva de suas competições. E Alisson fez falta, muita falta.
O volante quase sempre era o desafogo do time, com seus passes sempre em progressão, mobilidade e técnica. Como disse Zubeldía, ele ficou encantado com a qualidade de Alisson.
Luís Zubeldía, aliás, nunca foi de reclamar muito. Sempre encarou os problemas, e não foram poucos, com trabalho e ‘portas à dentro’, como o argentino sempre gostou de falar. Mas, sempre que teve a oportunidade, ressaltou a dupla de meias, não em tom de lamentação, mas sim de exaltação, deixando nas entrelinhas o quanto eles fazem falta.
E Alisson provou o quanto era diferente. Três meses e 12 dias depois de fraturar o tornozelo, foi liberado pelo departamento médico a treinar sem restrições com o restante do elenco.
E em 9 de novembro, contra o Athletico, veio a surpreendente reestreia pelo Tricolor, já para readquirir seu melhor ritmo, para entrar em 2025 100%. Voltou logicamente em nível abaixo de seu auge do início do ano, mas já demonstrou a mesma mobilidade e visão de jogos tão carentes em grande parte do ano ao São Paulo.
E ATÉ QUANDO ELES FICAM?
Depois da inesperada volta em tempo recorde, nada mais justo do que a renovação contratual com Alisson. Logo no primeiro dia de outubro, o clube do Morumbi anunciou vinculo por mais três anos com o jogador, até o final de 2027.
Pablo Maia também tem contrato assinado até 31 de dezembro de 2027 com o Tricolor, assinado em junho do ano passado. Claro que a revelação de Cotia tem sempre seu nome vinculado a especulações de europeus. Antes de se lesionar, times da Inglaterra, como o Arsenal, olhavam de perto a joia tricolor. Em tempos de crise, é, sim, nome que o São Paulo conta no futuro para sanar suas dívidas.