Central do Timão
·4 février 2025
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O Corinthians submeteu à Justiça uma proposta para regularizar sua dívida de R$ 367 milhões no âmbito do Regime de Centralização de Execuções (RCE). O plano, estruturado para preservar a estabilidade financeira do clube, prevê um prazo de até 10 anos para a quitação dos débitos, que envolvem fornecedores, empresários, jogadores e ações judiciais.
A informação foi divulgada inicialmente pelo UOL Esporte, que revelou a proposta do Corinthians para dividir os pagamentos. A estratégia consiste em destinar parcelas das receitas do clube aos credores, com repasses mensais, da seguinte forma:
Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
– 4% das receitas recorrentes, que incluem todas as fontes de arrecadação do clube, exceto a venda de direitos econômicos de atletas. Esse percentual será distribuído de forma proporcional entre os credores. Se o montante disponível para pagamento em um determinado mês for de R$ 1 milhão, por exemplo, e houver 10 credores, cada um receberia R$ 100 mil.
– 5% das receitas obtidas com a venda de jogadores, valor que será utilizado em leilões reversos. Nesse formato, os credores que aceitarem um maior desconto sobre o total devido terão prioridade no recebimento. O deságio mínimo exigido será de 30%.
Critérios para prioridade no pagamento
O plano também prevê critérios de priorização para determinados credores, com o objetivo de atender casos considerados mais urgentes. Terão preferência aqueles que se enquadrarem em uma das seguintes categorias: idosos e pessoas com doenças graves; gestantes e vítimas de acidente de trabalho; credores cujos valores a receber sejam inferiores a 60 salários mínimos; credores que já tenham aceitado reduzir em pelo menos 30% o valor devido; aqueles que, em futuras negociações, possam gerar novas receitas ao clube.
Além disso, o Corinthians pretende conceder vantagens a “credores parceiros”, que são aqueles que mantiverem a prestação de serviços ao clube ou aceitarem o desbloqueio de valores que estejam retidos na Justiça. Segundo a proposta apresentada, a classificação como “credor parceiro” será definida pelo próprio clube. Esses credores terão direito a 50% dos valores reservados nas parcelas de distribuição. Assim, se os 4% das receitas de entrada corresponderem a R$ 1 milhão, metade desse montante (R$ 500 mil) será destinado a esse grupo.
O Corinthians também propôs a realização de leilões reversos como principal ferramenta para o pagamento com recursos provenientes de vendas de jogadores. Nesses leilões, sempre que uma venda for concretizada, o clube priorizaria os credores que oferecessem os maiores descontos no valor de seus créditos.
Previsão de quitação
A expectativa do clube é liquidar 60% da dívida nos primeiros seis anos e concluir o pagamento total dentro do prazo de 10 anos. Os repasses aos credores terão início 45 dias após a homologação do plano pela Justiça, que também depende da aprovação desses credores.
O Corinthians defende que a adoção desse modelo é fundamental para garantir sua estabilidade e evitar que problemas financeiros comprometam suas operações. No entanto, reconhece que a situação atual é delicada. No documento apresentado à Justiça, o Timão aponta dificuldades como falta de planejamento financeiro em gestões anteriores, uso excessivo de intermediários, atrasos recorrentes em pagamentos e o impacto da pandemia de Covid-19.
Além dos R$ 367 milhões incluídos no RCE, o clube revelou um passivo total de R$ 926 milhões com fornecedores, agentes e jogadores. Além disso, há uma dívida tributária de R$ 817 milhões e débitos relacionados à Neo Química Arena que somam R$ 677 milhões. Diante desse cenário, o Corinthians garantiu que implementará um controle rigoroso de gastos para cumprir o plano e reestruturar suas finanças.
Em nota enviada à Central do Timão, o presidente Augusto Melo falou sobre o planejamento da diretoria após a formalização da proposta:
“Todo nosso planejamento foi feito visando a melhor forma de o Corinthians conseguir quitar sua dívida e se manter sustentável, não estamos nos recusando a pagar, como sempre falei, pegamos o Clube totalmente endividado e faremos o possível para que isso não afete nosso desempenho. Nossos departamentos estão trabalhando duro para que a gente consiga sanar as contas e manter o nosso protagonismo. Hoje, nossos credores sabem como vão receber e quando vão receber, esse era nosso objetivo. Agora tenho certeza que o Corinthians manterá suas obrigações e a torcida pode ficar tranquila que a gente vai ter muitas alegrias daqui para frente“, afirmou o mandatário.
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