Portal dos Dragões
·26 décembre 2024
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Rabah Madjer, um dos maiores ícones da história do FC Porto, voltou à cidade para receber o Dragão de Ouro Vintage, uma honra que reconhece a sua extraordinária contribuição para o clube. Em uma conversa com o zerozero, Madjer refletiu sobre a influência do FC Porto na sua carreira, o famoso golo de calcanhar na final de Viena em 1987 e o significado duradouro do clube na sua vida.
Madjer expressa o seu afeto pelo clube que o lançou para a fama mundial. “Portugal é o meu segundo país. O FC Porto é a minha família e sempre será a minha família”, declarou, emocionado. Desde a sua chegada ao clube, proveniente do Racing de Paris, em 1985, o argelino conquistou todos os títulos em disputa: Campeonato, Taça de Portugal, Supertaça, a Taça dos Clubes Campeões Europeus e a Taça Intercontinental.
O golo de calcanhar que marcou na final de Viena, contra o Bayern de Munique, é ainda lembrado como um dos momentos mais emblemáticos da história do futebol. “Foi um golo espetacular, ninguém estava à espera, nem os meus colegas”, recordou. A jogada e a vitória por 2-1 catapultaram o FC Porto ao topo da Europa, e Madjer tornou-se um símbolo eterno dos “dragões”.
Atualmente, Madjer continua a sua ligação ao futebol, exercendo funções como embaixador da Confederação Africana de Futebol e consultor de um canal desportivo no Catar. Apesar de estar a par do FC Porto, mantém a esperança de um dia regressar ao clube em uma nova função. “Estou sempre disponível para o meu clube do coração. Se o FC Porto precisar de mim, estarei pronto”, garantiu.
Além da sua carreira como jogador, o argelino teve uma breve experiência como treinador, liderando os juniores do FC Porto entre 1995 e 1997. Contudo, a chamada da seleção argelina acabou por desviar o seu percurso, algo que ainda hoje o faz lamentar. “Talvez tenha perdido uma carreira na Europa como treinador”, refletiu.
Durante a gala dos Dragões de Ouro, Madjer teve a oportunidade de reencontrar antigos colegas como João Pinto, Rui Barros e Frasco, recordando os tempos de glória no clube. “Esses momentos de convívio eram muito importantes para o grupo. Sinto falta dos amigos que fiz aqui, como o Lima Pereira, o Sousa e o Jaime Pacheco”, disse.
Ao falar sobre parcerias em campo, destacou especialmente Paulo Futre como o jogador com quem melhor se entendeu. “O Futre era um craque. Sempre joguei bem com ele. Claro que joguei com outros grandes avançados, como Gomes e Juary, mas o Futre foi especial”, revelou.
Madjer também partilhou histórias inéditas da sua carreira, como a tentativa de transferência para o Bayern de Munique em 1988 que acabou por não se concretizar. “Cheguei a assinar um pré-contrato e a fazer exames médicos, mas uma lesão acabou por fazer a transferência não se concretizar. O Pfaff [guarda-redes do Bayern] brincou comigo na altura, mas foi um momento especial.”
Outro momento marcante foi a final da Taça Intercontinental de 1987, que se realizou em condições meteorológicas difíceis no Japão. Apesar disso, Madjer destacou-se, marcando um golo de “chapéu” no prolongamento contra o Peñarol. “A neve e a lama tornaram tudo mais complicado, mas foi uma alegria especial marcar aquele golo e ajudar o FC Porto a conquistar o mundo”, recordou.
O afeto dos adeptos portistas por Madjer é bem visível. A sua estátua no museu do FC Porto, ao lado do Toyota que recebeu como melhor em campo na final de Tóquio, é uma prova do legado que ele construiu. “Entrar no museu, ver os meus golos e a minha estátua… é um enorme reconhecimento. Toca-me no coração.”
Madjer finalizou a entrevista com palavras de humildade e gratidão. “Muita gente diz-me que fiz muito pelo FC Porto. Eu respondo sempre: ‘Eu não fiz nada, o FC Porto é que me deu tudo’.”
A história de Rabah Madjer é uma celebração do futebol, da superação e de uma ligação eterna ao FC Porto, um clube que ele continuará a chamar de “família” para sempre.