R$ 77,4 MILHÕES: CONHEÇA OS DETALHES DO NOVO ACORDO ENTRE SÃO PAULO E LIVE NATION | OneFootball

Casares conversa com o elenco tricolor no CT (Rubens Chiri/SPFC)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

ALEXANDRE GIESBRECHT@jogosspfcDO ANOTAÇÕES TRICOLORES

O São Paulo anunciou na última semana a renovação de seu contrato com a Live Nation, gigante do ramo de entretenimento, envolvendo o aluguel do Morumbi para shows. A notícia surgiu exatamente um mês depois de o contrato ter sido aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube por 195 votos a 16, com quatro abstenções. A extensão é até dezembro de 2031, o que corresponde a três anos a mais que o acordo original. Foram negociados novos valores referentes ao período entre 2026 e 2031, que totalizam R$ 77,4 milhões.

Exato 50% desse valor já foi pago ao Tricolor como adiantamento, descontados um saldo estimado em aberto do contrato original e a atualização monetária pela inflação. Assim, os cofres são-paulinos foram abastecidos com R$ 30,8 milhões agora. Além disso, o clube ainda receberá 40% do lucro líquido das vendas de alimentos e bebidas, 15% das vendas de souvenires e itens de merchandising e R$ 20 sobre cada ingresso vendido.

Está previsto ainda um outro benefício: o investimento numa pequena reforma do Morumbi, a fim de melhorar a circulação do público durante os shows, com a construção de dois túneis de acesso permanentes e a redução de rampas.

Segundo o São Paulo, isso também vai “reduzir significativamente o tempo de montagem, substituindo as rampas temporárias instaladas a cada evento e minimizando interferências no calendário do futebol”.

Não foi informado o custo desse investimento, mas a Live Nation estima que seja em torno de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,5 milhões). A empresa, no entanto, não tem obrigação de comprovar ao Tricolor o quanto será gasto.

Além disso, já a partir do show da banda Imagine Dragons, marcado para 31 de outubro, os palcos passarão a ser montados atrás dos gols do estádio, o que deverá impactar menos o gramado e facilitar os trabalhos de montagem e desmontagem.

Para esse evento, isso será importante, pois o time poderá ter partidas no local tanto dois dias antes (o jogo de volta da semifinal da Libertadores) como dois dias depois (o jogo de ida da final da Copa do Brasil).

A finalíssima do mata-mata nacional representará um problema ainda maior, pois ela está marcada para um dia depois de outro show no estádio, da banda Linkin Park.

“O Morumbi é e continuará sendo casa das maiores turnês do mundo”, garantiu Alexandre Faria, vice-presidente da Live Nation Brasil. “Desde o início da parceria, em 2023, recebemos quase vinte shows com ingressos esgotados: Coldplay, Bruno Mars, Shakira, The Weeknd, RBD e muitos outros. Neste ano, ainda teremos Linkin Park, Dua Lipa, Oasis e, agora, Imagine Dragons.”

O acordo original entre as partes, assinado em dezembro de 2023, tinha cinco anos de duração e renda inicial de até R$ 60 milhões aos cofres do clube.

Pois bem, fontes da alta cúpula tricolor consultadas são claras: os planos da gestão Julio Casares de erguer o novo Morumbi com a WTorre podem ser definitivamente suspensos.

O dinheiro proveniente dos shows realizados no Morumbi são essenciais para as contas. Segundo o balanço do ano passado, por exemplo, o Tricolor quase dobrou as receitas vindas com seu estádio (angariou R$ 43,4 milhões em 2023 e R$ 73,5 milhões em 2024).

Ninguém arrecadou mais com estádio no Brasil que o São Paulo, em contas que incluem não só bilheteria e shows, mas também outros itens, como camarotes e publicidade.

Ou seja, fechar o Morumbi para reforma pode não ser uma ideia tão boa assim...

Não que o projeto da reforma estivesse encaminhado. Longe disso. Em entrevista concedida ao jornal 'O Estado de S. Paulo', o CEO da WTorre, Marco Siqueira, até falou de forma otimista, dizendo que entregou o projeto desenhado pela construtora à diretoria são-paulina, que teria custo de R$ 1,5 bilhão e poderia sim ser entregue até o centenário do clube.

Ao periódico, o executivo revelou que o projeto do novo Morumbi inclui cobertura, 85 mil lugares (hoje são 60 mil), demolição do anel inferior e extensão das cadeiras até a beira do campo, uma ou duas fileiras de camarotes, mais bares e restaurantes, além de quartos de hotel.

"A cobertura é uma vontade nossa e do clube, mas é o também o principal item de custo. Então, estamos analisando se é mandatória ou não", completou Siqueira.