Psicóloga explica abalo de Estêvão após pênalti perdido no Dérbi: ‘Ensiná-lo a dar sentido para essas emoções’ | OneFootball

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·8 février 2025

Psicóloga explica abalo de Estêvão após pênalti perdido no Dérbi: ‘Ensiná-lo a dar sentido para essas emoções’

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O duelo entre Palmeiras e Corinthians, na quinta-feira (6), foi marcado por um pênalti perdido de Estêvão, aos 46 minutos do 2° tempo, em um momento que a partida estava empatada em 1 a 1 – placar que ficou até o apito final após cobrança desperdiçada.

Por conta da falha na oportunidade em colocar o Verdão a frente do marcador, e possivelmente sair vitorioso, o camisa 41 deixou o gramado bastante abalado, sendo consolado por companheiros de equipe e até rivais.


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Para explicar como frustrações assim impactam um atleta, ainda mais da idade de Estêvão, o NOSSO PALESTRA convidou a psicóloga do esporte Catalina Kaneta. De acordo com ela, a psicologia vê com naturalidade esse tipo de reação do jogador, afinal, estranho seria se ele não tivesse sentido.

– Enquanto muitos olham para a cena de um jovem de 17 anos chorando após perder um pênalti e se preocupam com o impacto disso em sua saúde mental, a psicologia observa e, de certa forma, até comemora essa reação. Ainda bem que ele sentiu. Estranho seria se isso não acontecesse – afirmou Catalina.

– O que ocorreu não foi fora de contexto. Se fosse durante o hino nacional, por exemplo, a reação seria inesperada, mas perder um pênalti decisivo no último minuto de um clássico justifica perfeitamente sua frustração. Agora, pense: se você tivesse 17 anos e passasse por essa situação, qual seria a sua reação? – completou.

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Após a defesa da cobrança de Estêvão, o goleiro corintiano Hugo celebrou em frente aos torcedores do Palmeiras, o que gerou diversas reclamações por parte dos que estavam nas arquibancadas. Catalina explica que, baseado em uma escala onde o zero é a neutralidade, são duas situações opostas, uma com frustração e outra com euforia.

– Se colocarmos numa escala onde zero é neutralidade, de um lado a euforia e do outro a frustração, o que aconteceu com Estêvão tem a mesma intensidade oposta ao que vimos com Hugo, goleiro do Corinthians, comemorando e provocando a torcida adversária. Isso apenas mostra que sua reação foi absolutamente normal ainda mais para um jovem de 17 anos – citou.

Com cerca de um ano no time profissional do Verdão, Estêvão soma protagonismo e é o grande responsável por comandar o ataque da equipe, mesmo com somente 17 anos. A psicóloga explica que erros e frustrações fazem parte do aprendizado, mas que, não necessariamente, ele deve ser submetido a situações extremas para seguir amadurecendo.

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Estêvão em campo no Dérbi (Foto: Danilo Yoshioka/PodPorco)

– Errar e se frustrar faz parte do aprendizado. A frustração, inevitavelmente, fará parte da vida dele, e de qualquer um. Nem sempre as coisas saem como planejamos, e aprender a lidar com isso é fundamental. Mas isso não significa que ele precise ser constantemente submetido a situações extremas para “se fortalecer”. Existem desafios inevitáveis, e perder um pênalti num clássico no início da temporada certamente não é um trauma insuperável.

Com isso, qual seria o “caminho ideal” para Estêvão superar o ocorrido e seguir em frente? Catalina explica que o anseio por “virar a página” pode levá-lo a buscar uma redenção, mas que, nem sempre, um novo momento positivo compensa a frustração. De acordo com a especialista, o caminho deve ser de ressignificar a dor do atleta, entendendo o que ele sentiu.

– Independente do que aconteceu, é essencial olhar para a estrutura psicológica do atleta. No esporte, é comum que a ansiedade de “virar a página” leve a busca por uma redenção rápida. Muitos ao redor podem pressioná-lo a bater um pênalti no próximo clássico para “provar” que não se abalou. Mas será que esse é o caminho? Superar uma frustração não significa necessariamente compensá-la com um novo momento positivo. A frustração do passado não é anulada por uma conquista futura, até porque são momentos distintos. Muitas vezes, essa busca por redenção só mascara o problema, deslocando a questão em vez de resolvê-la – falou.

– A frustração só se supera quando se reconhece e se ressignifica. É preciso entender o que ele sentiu: ele ficou triste porque perdeu um pênalti decisivo ou porque sentiu o peso da responsabilidade? O que pode ser feito para, no futuro, dar um novo significado a essa situação? O próximo pênalti que ele bater será para “provar” que superou o erro anterior ou simplesmente para marcar um gol e ajudar o time? O caminho para a maturidade não está em “blindar” o jogador para que ele não sinta a dor da derrota, mas sim em ensiná-lo a dar sentido a essas emoções. Como diria Charlie Brown Jr., há dias de luta e dias de glória. Entender que ambos fazem parte do jogo e o segredo para seguir com medo mas sem seguir confiante de que apesar dos pesares a qualidade e o talento que possui permite que no seguir acumule mais sucessos do que fracassos – concluiu.

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