Presidente do Corinthians concede coletiva após indiciamento no Caso VaideBet e descarta renúncia | OneFootball

Na tarde desta sexta-feira, 23 de maio, o presidente do Corinthians, Augusto Melo, concedeu entrevista coletiva na Neo Química Arena ao lado do seu advogado Ricardo Cury horas depois da divulgação do relatório final – pela Polícia Civil de São Paulo -, com 116 páginas, – do Caso VaideBet. Além do mandatário, foram indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing), Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo) e Alex Cassundé (dono da Rede Social Media & Design que acabou não intermediando o contrato com a casa de apostas).

O mandatário corinthiano iniciou a coletiva afirmando que é inocente e que não renunciará ao cargo de presidente do clube: “Estou muito tranquilo, sou inocente. Estou indignado com essa situação, mesmo porque a gente provando isso ao longo do tempo. Fiquei muito tranquilo, procurei mostrar, explicar, mostrar que minha vida tem trajetória de caráter, de necessidade, que me conhece sabe (…). Foi para mim uma surpresa esse parecer, essa combinação.”

Foto: Reprodução/Time do Povo

“Não vou renunciar, estou muito tranquilo. Isso não é manchar o Corinthians. Eles fazem com que o Corinthians seja manchado, não eu. Tenho competência e represento uma marca forte. Sempre fiquei quieto nesse sentido. Tenho trabalhado muito. Sou um cara família, não tenho vícios. Trabalho pelo Corinthians e sou corintiano. Duvido que ali tenha alguém como eu, talvez igual, mas mais não tem. Não passa pela minha cabeça, em hipótese alguma, renunciar. Não tenho envolvimento nenhum nisso. Confio na Justiça, eu mais do que ninguém, quero essa investigação. Me coloco à disposição de tudo. Faço questão que a Justiça busque os rastros de tudo e dê sequência. Não conheço essa empresa, não tenho envolvimento, não tenho acordo com empresa de jogador”, disse Melo.

Em seguida, o seu representante legal, Ricardo Cury, comentou que a investigação do Caso VaideBet possui uma série de “ilações” contra o presidente Augusto Melo. O advogado também reafirmou a inocência do seu cliente. Na última sexta-feira, após a apresentação dos novos diretores da gestão, Cury disse que o presidente não seria indiciado: “O presidente Augusto não será indiciado, não existe nenhuma possibilidade dele ser indiciado. Não há omissão e nem ação ilegal“.

“O inquérito tem 2.500 páginas. Não há individualização da conduta do presidente Augusto para que a gente possa defender. Do ponto de vista criminal, você precisa individualizar a conduta de todos. É só ilação. Vamos usar todo o tempo para sustentar a inocência do presidente. Só nos resta uma defesa mais profunda, mais solene e robusta na sessão de segunda-feira. A defesa tem orientado o presidente a ter calma, serenidade. Vamos pedir ao Conselho que escute a defesa do presidente. Ele é absolutamente inocente”, explicou.

O contrato de patrocínio com a VaideBet seria válido até dezembro de 2026, final da gestão Augusto Melo, e com valores em torno de R$ 360 milhões até o encerramento o vínculo. No entanto o vínculo foi rescindido unilateralmente pela casa de apostas em junho do ano passado após a divulgação da matéria do jornalista Juca Kfouri, do UOL Esporte. A reportagem denunciou que duas parcelas de R$ 700 mil – R$ 1,4 milhão – pagas à empresa de Cassundé foram parar na Neoway Soluções Integradas, empresa laranja no nome de Edna Oliveira dos Santos, moradora de Peruíbe, litoral norte paulista.

Vale lembrar que na próxima segunda-feira, 26 de maio, o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá no salão nobre o Parque São Jorge a partir das 18h (horário de Brasília) para votação do impeachment de Augusto Melo. O pedido foi pautado justamente pelo Caso VaideBet, que resultou no indiciamento dos citados no início desta matéria.

O Corinthians possui 301 conselheiros, sendo 101 vitalícios e 200 trienais (mandato de três anos). Em caso de aprovação do impeachment, Augusto Melo será imediatamente afastado do cargo e o primeiro vice-presidente, Osmar Stabile, assume o cargo provisoriamente e tem cinco dias para convocar a Assembleia dos Sócios, que decidirão ou não pela saída definitiva do atual presidente.

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