Jogada10
·9 juillet 2025
Os desafios e quebra-cabeças que Davide Ancelotti encontrará no Botafogo

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·9 juillet 2025
Com sobrenome de peso e experiência em grandes ligas da Europa, Davide Ancelotti desembarcou, nesta terça-feira (8), no Rio de Janeiro, para deixar de ser auxiliar e iniciar a carreira de treinador profissional no Botafogo. Com apenas 35 anos, além de superar a pressão de trabalhar em um gigante que detém os títulos do Brasileirão e da Copa Libertadores, o filho de Carlo Ancelotti, da Seleção Brasileira, terá que desatar alguns nós e resolver quebra-cabeças do elenco alvinegro antes de, enfim, estrear. O Jogada10 lista, na sequência, algumas situações com as quais o italiano vai se deparar no dia a dia do Mais Tradicional.
Os últimos dias foram de despedidas no Botafogo. Conforme previsto, após o Mundial de Clubes, o centroavante Igor Jesus e o zagueiro Jair assinaram com o Nottingham Forest (ING). O atacante Elias, que não viajou para os Estados Unidos, vai para o Santa Clara, de Portugal. O goleiro John, o lateral-esquerdo Cuiabano, o volante Gregore e o meia-atacante Savarino são sempre assediados. E, por fim, o centroavante Rwan conta com o interesse do mundo árabe. Em contrapartida, a janela abre na quinta-feira (10). Davide Ancelotti terá, portanto, pouco tempo para mapear o plantel, observar as carências, debater com o scout nomes para reforçar a equipe e remontar o plantel.
Apesar de acompanhar o pai no Bayern de Munique, Everton, Napoli e Real Madrid, Davide ainda não conhece o grupo do Botafogo e tampouco as ciladas do futebol brasileiro. Necessitará, portanto, de tempo de adaptação. Renato Paiva ou outro treinador adaptado ao país não precisariam passar por esta etapa. Além disso, começa a sua jornada sem Igor Jesus, artilheiro e principal jogador do Glorioso em 2025. Ex-Benfica e com outras características de ataque, Arthur Cabral ainda não teve a minutagem suficiente para demonstrar se pode ou não substituir o camisa 99 à altura, assim como Tucu Correa.
Entrosados, Gregore e Marlon Freitas são “intocáveis” desde a campanha vitoriosa de 2024. Allan, que Davide já conhece dos tempos de Napoli, vem de um grande Mundial como terceiro elemento de meio de campo e com rendimento acima de Savarino, o “10” natural. Mas o sócio majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, já sinalizou que jogar com três volantes fere os preceitos do “Botafogo Way”, forma ofensiva idealizada pelo big boss norte-americano. Será que vai pintar o primeiro dilema para o treinador? O italiano pode recuperar o venezuelano? Ele mesmo explica como pensa a busca por um estilo ideal de praticar o esporte bretão.
“Meu pai me ensinou a ser flexível. A me adaptar, a ter ideias e maneiras diferentes de vencer. É importante para um time saber administrar as diferentes fases do jogo. Dito isso, cada um tem suas preferências. Eu prefiro um estilo de futebol um pouco mais vertical, mais ousado. Mas se eu tivesse que resumir minha ideia de futebol, diria que o importante é saber fazer muitas coisas em um nível muito alto”, argumentou o novo treinador do Fogão.
Renato Paiva, antecessor de Davide Ancelotti, tinha sempre uma alteração padrão para a lateral esquerda durante as partidas do Alvinegro: a saída de Alex Telles, que cansava no segundo tempo, por um Cuiabano cheio de gás. Porém, o treinador português obteve resultado com os dois em campo, lançando o segundo mais avançado, como um ponta ou até um meia-atacante. O assunto divide opiniões. Cuiabano, de fato, é muito mais incisivo ofensivamente. Mas, às vezes, vai precisar substituir o veterano defensor. A menos que Marçal, com 36 anos, seja uma alternativa viável para o novo comandante do Fogão.
Ancelotti enfrentará, a partir do fim do mês, dois torneios de mata-mata para chegar às quartas de final. Terá, assim, que preparar o Glorioso para confrontos contra o Bragantino e a LDU (ECU). Em caso de insucesso nas duas frentes, ficará com a Copa do Brasil de 2026 em risco, afinal, o Botafogo não conseguiu a vaga pelo Estadual e passará a jogar tudo no Brasileirão, onde, para evitar o prejuízo, teria que ficar no mínimo no G6. Este é o cenário mais catastrófico. Por outro lado, não há nenhum bicho-papão no horizonte, e o novo técnico pode passar incólume pelos desafios.