Portal dos Dragões
·13 juin 2025
Operação Pretoriano: Antigo secretário da MAG diz que pediu a Lourenço Pinto que terminasse AG

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Fernando Sardoeira Pinto, ex-secretário da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do FC Porto, declarou hoje que solicitou a Lourenço Pinto, que era o presidente do órgão, o encerramento da reunião magna do clube que teve lugar em novembro de 2023.
Durante a 19.ª audiência do julgamento da Operação Pretoriano, a testemunha relatou os conflitos e a atmosfera de tensão que testemunhou na Assembleia Geral (AG), que, na sua opinião, tornavam a continuidade do evento insustentável.
“Eu e Nuno Cerejeira Namora [vice-presidente da MAG] informámos Lourenço Pinto e o presidente do Conselho Fiscal [Jorge Guimarães] de que era necessário encerrar aquela AG, estava insustentável. Várias vezes, solicitámos a Lourenço Pinto que a terminasse, mas ele decidiu continuar”, afirmou.
Alinhando-se com o testemunho de Cerejeira Namora, que depôs na quarta-feira, afirmou que Lourenço Pinto sempre agiu de forma individual, sem consultar o órgão que presidia, e que a decisão de transferir a reunião do auditório do estádio para o pavilhão Dragão Arena foi exclusivamente sua.
“Só soube que a AG iria para o Dragão Arena quando Lourenço Pinto o anunciou ao microfone, o que me surpreendeu, assim como a todos os que estavam comigo”, explicou, reconhecendo os conflitos que surgiram após o discurso de Henrique Ramos, que ele considerou a “assembleia mais negra” da história do clube.
Vítor Hugo, ex-jogador e treinador de hóquei em patins do FC Porto e candidato à vice-presidência pela lista de Pinto da Costa, foi também chamado a depor, relatando que foi alvo de insultos por parte de adeptos que se movimentavam de bancada em bancada, sem se manterem sentados.
“Uma senhora na bancada norte teve um desentendimento com outro adepto na lateral, que se dirigia à bancada onde ela estava. A adepta saiu para uma bancada onde habitualmente se sentam os jornalistas e, ao passar por mim, chamou-me de ‘mamão'”, relatou, entre outras ofensas.
Adicionalmente, Marco Santos, genro de Vítor ‘Catão’, testemunhou que viu o seu familiar a coagir a comunicação social, em particular “um carro da SIC”, à porta do Estádio do Dragão, mas assegurou que, após o acalmar, o seu comportamento foi “correcto, sem insultos ou conflitos” durante toda a reunião.
Revelou também que Vítor ‘Catão’ afirmou ter recebido ameaças de morte de Bruno Branco, chefe da PSP e apoiante de André Villas-Boas, após o arguido ter publicado um vídeo em que o acusava de agredir um associado na AG, enquanto o actual presidente do clube prestava declarações à comunicação social.
Vítor Baía, vice-presidente da anterior direcção do FC Porto, tinha a sua audição agendada para hoje, mas foi dispensado pela defesa de Fernando Madureira e Sandra Madureira, assim como outras testemunhas ao longo do julgamento, incluindo o treinador Sérgio Conceição.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, incluindo o ex-líder dos Super Dragões Fernando Madureira, iniciaram a sua defesa a 17 de março por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob um forte dispositivo policial nas proximidades.
Os crimes em questão incluem 19 de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no contexto de um evento desportivo, um de instigação pública a um crime, um de arremesso de objectos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação, relacionados com a AG do FC Porto, que ocorreu em 20 de novembro de 2023.
Dentre os arguidos, Fernando Madureira é o único que se encontra em prisão preventiva, a medida de coação mais severa, enquanto os demais foram libertados em diferentes momentos.