O Brasil já é rubro-negro. Agora o desafio é conquistar a América | OneFootball

O Brasil já é rubro-negro. Agora o desafio é conquistar a América | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: MundoBola Flamengo

MundoBola Flamengo

·29 juillet 2025

O Brasil já é rubro-negro. Agora o desafio é conquistar a América

Image de l'article :O Brasil já é rubro-negro. Agora o desafio é conquistar a América
Image de l'article :O Brasil já é rubro-negro. Agora o desafio é conquistar a América

O Flamengo é o maior clube do Brasil. Isso não é mais opinião, é dado.

Segundo a mais recente pesquisa publicada por O Globo em parceria com o Ipsos-Ipec, em 28 de julho de 2025, o clube atingiu 21,2% da preferência nacional, contra 11,9% do Corinthians. A distância entre os dois clubes chega agora a 9,3 pontos percentuais, a maior da série histórica. Mas o número mais revelador talvez não seja esse.


Vidéos OneFootball


Dentro das quatro linhas, somos o clube brasileiro que tem mais títulos no século XXI. Nosso gigantismo é colossal.

Sobre a pesquisa, o dado que mais chama atenção — e que mais nos convoca à ação — é outro: o Flamengo tem a torcida mais fanática do país. Nada menos que 52% dos seus torcedores se declaram “muito apaixonados” pelo clube. Entre os corintianos, esse índice é de 44%. Entre os palmeirenses, 35%. A média nacional gira em torno dos 30%. Ou seja: o flamenguista médio ama mais o Flamengo do que a maioria dos torcedores ama seus próprios clubes.

Essa informação é ouro puro — especialmente para um departamento de marketing. E deveria provocar um debate estratégico profundo dentro do clube. Se já somos a maior torcida em quantidade, e também a mais apaixonada, por que nossa presença fora do Brasil ainda é tão tímida? Por que ainda não ocupamos, de forma concreta e permanente, o continente sul-americano?

Não faltam motivos para avançar. O Boca Juniors vive um processo evidente de declínio. Em 2025, acumula resultados decepcionantes, vive crise interna e quase ficou de fora da próxima Libertadores. Há um vácuo de liderança simbólica no continente. O Boca — que um dia foi referência esportiva e cultural — sofre de “corintianização”: muita camisa, pouco projeto e resultados pífios, nacionais e continentais.

É exatamente esse o espaço que o Flamengo pode e deve ocupar. Mas isso não acontecerá apenas dentro de campo. É preciso que a profissionalização chegue a todas as instâncias do clube.

Temos um elenco que representa com fidelidade a América do Sul: Pulgar (Chile), Arrascaeta, De La Cruz, Viña, Varela (Uruguai), Plata (Equador), Carrascal (Colômbia) e agora Saúl, espanhol de prestígio. É um grupo que fala a língua do continente — literalmente. Mas o clube ainda não mantém atualizado seu perfil em espanhol nas redes sociais, não atua com consistência em ações de engajamento fora do Brasil e não tem, por exemplo, um consulado em Montevidéu, mesmo com metade da seleção uruguaia vestindo o Manto - onde poderia explorar venda de camisas pela imagem dos craques celestes.

A ausência é ainda mais gritante em momentos de Libertadores. Os jogos fora do país poderiam ser usados para eventos, ativações de marca, venda de produtos, parcerias locais. Mas passam quase invisíveis — como se fôssemos um clube apenas “visitante” e não uma potência que poderia ser a casa da paixão futebolística sul-americana.

Além disso, é hora de pensar o futebol sul-americano coletivamente. Precisamos de um calendário harmonizado com o europeu, com jogos em horários globais, transmissões mais vendáveis, conteúdo acessível em vários idiomas. Se o Flamengo quer ser global, precisa ajudar a transformar o futebol que pratica. Ser grande sozinho não basta.

A liderança no Brasil já é nossa. O fanatismo da torcida também. Agora, falta a última virada: nos comportarmos como uma marca continental — e não apenas como o maior clube do Brasil.

À propos de Publisher