
Calciopédia
·10 juin 2025
Na ‘saideira’ de Luciano Spalletti, a Itália venceu a Moldávia, mas não convenceu

In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·10 juin 2025
Em sua despedida do comando da seleção italiana, o técnico Luciano Spalletti viu sua equipe vencer a Moldávia por 2 a 0 em Reggio Emilia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A vitória, embora importante, veio em uma partida marcada por oscilações, sustos defensivos e poucos momentos de brilho individual, já que o coletivo não funcionou. Foi um adeus com a cara do péssimo trabalho feito pelo treinador ao longo de dois anos. E ainda não há um substituto para estancar a sangria.
A Itália começou o jogo no Mapei Stadium – Città del Tricolore em ritmo lento e, logo aos 9 minutos, sofreu um gol da Moldávia em jogada bem construída pela esquerda. O cruzamento de Dumbravanu, que atua pela Lucchese, na terceirona italiana, encontrou Nicolaescu, que ganhou do estreante Ranieri e cabeceou com precisão no canto do goleiro Donnarumma. No entanto, o VAR anulou o gol por impedimento, aliviando a pressão sobre os italianos.
A partir daí, a Itália começou a tomar as rédeas da partida, ainda que sem muita fluidez. Dimarco foi o primeiro a assustar com um chute defendido pelo goleiro Avram, seguido por uma finalização torta de Tonali. O momento mais perigoso daquele período do jogo se deu aos 17, quando Ranieri cabeceou no travessão, após cobrança de escanteio de Raspadori.
Raspadori iniciou a magra vitória da Itália sobre a Moldávia (Getty)
A equipe italiana passou a explorar mais as laterais, com cruzamentos perigosos de Dimarco e de Di Lorenzo, e jogadas envolvendo Frattesi e Retegui. O artilheiro da Atalanta teve boas oportunidades, incluindo uma finalização de primeira aos 32 minutos e outra, logo depois, em cruzamento veloz do ala interista.
A insistência foi recompensada aos 40 minutos, em jogada que começou com Tonali. O meio-campista efetuou um cruzamento rasteiro que atravessou a área e encontrou Raspadori, livre, para finalizar de primeira no canto e abrir o placar no estádio em que tantas vezes atuou pelo Sassuolo.
A reta final do primeiro tempo, porém, foi perigosa para os anfitriões. A Moldávia pressionou, e Donnarumma precisou fazer grande defesa após chute forte de Reabciuk. No rebote, o capitão moldavo Ionita – de grande trajetória no futebol italiano, onde ainda milita, pela Triestina, da terceirona – mandou para fora com muito perigo. Logo depois, em escanteio, Dumbravanu cabeceou com firmeza e só não marcou graças ao corte salvador feito por Dimarco, em cima da linha. A falha na marcação, mais uma vez, teve Bastoni como protagonista negativo: o zagueiro deixou o adversário completamente livre na pequena área.
No segundo tempo, a Itália voltou com Barella e Orsolini nas vagas de Ricci e Dimarco. A Nazionale pareceu mais concentrada e aguda com a entrada do ponta do Bologna e, assim matou o jogo cedo. Aos 50 minutos, Orso fez bela jogada individual pela direita e cruzou rasteiro para a área, onde Cambiaso estava para bater de primeira para o fundo da rede, ampliando o placar.
Orsolini entrou bem no segundo tempo e foi um dos poucos que se destacaram numa pobre atuação da Itália (FIGC/Getty)
Com a vantagem, a Squadra Azzurra fez muito pouco para marcar de novo sobre a modestíssima Moldávia, que levou 5 a 0 da Noruega em casa. Orsolini, que entrou bem, foi um dos poucos a ter boa participação, embora tenha desperdiçado uma oportunidade clara após passe de Tonali – que arriscou alguns arremates de média distância. Frattesi e Retegui seguiram participativos, mas sem conseguir converter as jogadas em gol.
Nos minutos finais, a Moldávia ainda tentou descontar, aproveitando um erro na saída de bola de Donnarumma, mas o próprio goleiro se redimiu e impediu o gol. Já nos acréscimos, o zagueiro Coppola precisou salvar em cima da linha após chute de Reabciuk, garantindo o placar em branco para os visitantes. Um sufoco desnecessário e que se somou ao afã do primeiro tempo. A magra vitória sobre os moldavos sequer foi merecida.
A vitória só serviu mesmo como um alívio momentâneo para a Itália, que ainda busca estabilidade nas Eliminatórias para a Copa de 2026. Com três pontos somados em duas partidas, a Nazionale segue atrás de Noruega e Israel, que têm dois jogos a mais no Grupo I, e precisará mostrar evolução nos próximos confrontos. Spalletti deixa a seleção em busca de um novo rumo, e ainda não há um substituto – Claudio Ranieri e Stefano Pioli teriam rejeitado convites e Gennaro Gattuso, demitido pelo Hajduk Split, terceiro colocado no último Campeonato Croata, cresce nas cotações. Pouquíssimo para uma seleção que precisa se reorganizar em volta dos seus talentos para voltar ao Mundial depois de duas decepções seguidas.