Mundo Rubro Negro
·23 novembre 2024
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Os argentinos que torcem para o River Plate gostam de afirmar que o Boca Juniors “murió en Madrid”, ou seja, “morreu em Madrid”. Isso porque o River venceu o rival na final da Libertadores de 2018, ano anterior ao da Glória Eterna do Flamengo, em jogo no estádio do Real Madrid por conta dos episódios de violência na Bombonera, na ida. Em 2019, porém, dá para dizer o mesmo do time comandado por ‘Muñeco’.
Em 2019, como atual campeão e em uma nova decisão, o River Plate era o time a ser batido. No entanto, a temporada foi incrível para o time de Jorge Jesus, e não poderia ser coroada sem o caneco continental. Por isso, foi a vez do Flamengo “matar” o clube argentino. E parece ter sido um momento derradeiro na história do clube.
O River Plate nunca mais voltou a figurar como grande potência na competição desde aquela decisão. A equipe até alcança a fase mata-mata, mas não disputa, de fato, pelo título, e não voltou a jogar uma final do torneio. Fora do Brasil, o River ainda é uma das potências, mas passou por muitas mudanças e não teve mais o mesmo afinco de antes, tentando retomar com a volta de Gallardo.
No ano seguinte ao fracasso para o Flamengo, o River Plate até chegou na fase semifinal, mas foi eliminado pelo Palmeiras. Daí em diante, a equipe foi piorando ano a ano. Em 2021, o clube parou nas quartas de final, e em 2022 e 2023, nas oitavas. Em 2024, o time até voltou a disputar a semifinal, mas levou 4 a 0 no placar agregado para o Atlético-MG.
Até o Boca Juniors, que os torcedores do River Plate dizem ter morrido em Madrid, já voltou a disputar uma decisão, ficando com o vice para o Fluminense no Maracanã, em 2023.
Após o vice para o Flamengo, o River Plate levou dois anos para se recuperar e voltar a ser campeão na Argentina. O clube venceu a liga local em 2021 e 2023. Mas o sucesso continental sofreu drástica redução.
Antes do Flamengo, contabilizando os cinco anos até 2018, ou seja, de 2013 até 2018, o time empilhou taças pelo continente. O River Plate foi campeão da Copa Sul-Americana 2014, venceu a Libertadores em 2015 e 2018 e ainda levou as Recopas de 2015, 2016 e 2019, antes de enfrentar o Flamengo.
A Copa Surugabank, em 2015, foi mais uma conquista em âmbito internacional. Na Argentina, o time foi campeão da liga em 2014, e o período de cinco anos antes da decisão foi muito melhor do que os últimos cinco anos.
Em 2018, o River Plate tinha uma equipe que era considerada uma das melhores do continente, sendo um timaço. Na final da Libertadores, por exemplo, a escalação foi a seguinte: Armani; Montiel, Maidana, Pinola, Casco; Ponzio, Enzo Pérez, Palácios; Nacho Fernández, Pity Martínez e Lucas Pratto.
Para a temporada seguinte, na final em que saiu derrotado pelo Flamengo, o River Plate ainda tinha uma base daquela equipe e foi a campo, em Lima, com o seguinte esquema: Armani; Montiel, Licha Martínez, Pinola, Casco; Enzo Pérez, Nacho Fernández, Nico de la Cruz, Palacios; Matías Suárez e Rafael Borré.
O time atual do River Plate sofreu mudanças significativas. De La Cruz, por exemplo, agora pertence ao Flamengo, e Borré, ao Internacional, além de diversas outras mudanças. Apenas o goleiro Armani e o lateral-esquerdo Casco continuam no time titular: Armani; Fabrício Bustos, Gattoni, González, Casco, Simón, Villagra, Meza, Echeverri; Colidio e Pablo Solari.
O Flamengo superou o River Plate de Marcelo Gallardo, o Muñeco, como é conhecido pelos torcedores locais. Gallardo fez seu nome no River e se tornou ídolo, mas as coisas mudaram muito após sua saída. O time argentino precisou superar a saída do ídolo, que aconteceu em dezembro de 2022.
De 2023 até a metade do ano, Matín Demichelis foi o técnico, e Marcelo Escudero ficou como interino após sua saída. Finalmente, em agosto, Gallardo retornou ao clube, voltando a dar esperanças para o torcedor de uma nova era que se perdeu pelo caminho após a glória flamenguista.
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