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·10 juin 2025
Mauro Xavier responde a Noronha Lopes

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·10 juin 2025
Este foi o post de Mauro Xavier, nas redes sociais, em resposta ao candidato à presidencia do Sport Lisboa e Benfica, João Noronha Lopes.
11 Razões para o Nervosismo de Noronha Lopes
Ontem, no programa Pé em Riste, Noronha Lopes reservou os últimos 30 segundos da sua intervenção para se dirigir diretamente a mim. Disse que “quem não se sente não é filho de boa gente” e que não toleraria o meu comentário sobre a sua ausência nas eleições de 2021 — comentário esse que, relembro, apenas referia razões de ordem familiar, conforme o próprio afirmara em 2021.
É verdade: quem não se sente, não é filho de boa gente. Mas também é verdade que recordar é viver. E por isso importa esclarecer: o que disse não foi um ataque pessoal — foi uma constatação baseada em factos públicos. O nervosismo de Noronha Lopes não nasce do que eu disse, mas sim do desconforto que os factos provocam.
Deixo aqui, com serenidade e frontalidade, 11 razões que explicam esse desconforto.
1. A prioridade nunca foi o Benfica
Em 2000, integra a lista de Manuel Vilarinho como vice-presidente suplente. Em agosto de 2001, torna-se efetivo, mas recusa a pasta financeira por “não ser a sua vocação”. Três meses depois, demite-se, invocando motivos profissionais.
Em 2020, após perder as eleições, declara: “Tenho um compromisso com a minha família de que esta seria a única eleição.”
Em 2021, reafirma que não será candidato, por “razões pessoais e familiares”.
Agora, em 2025, volta a candidatar-se. Tal como em 2001 e 2021, tudo mudou num ano. Primeiro foi a carreira, depois a família. E amanhã? Fica a dúvida.
2. Dividir os benfiquistas nunca será uma boa estratégia
O Benfica precisa de união. Não podemos aceitar que se desvalorize quem apoiou uma ou outra lista. Não há benfiquistas de primeira e de segunda. Não somos um partido político — somos todos do Benfica.
3. A candidatura nunca foi pela positiva — foi sempre contra alguém
Em 2020, o alvo era Luís Filipe Vieira. Hoje, é Rui Costa e Vieira. A lógica mantém-se: mais oposição do que proposta. Etiquetas, muitas.
4. Tudo está sempre mal no Benfica — menos nos rivais
Noronha raramente defende o Benfica dos ataques externos. E ontem, num lapso revelador, disse que “o Sporting é o maior clube nacional”. Não acredito que o pense — mas lamento que o tenha dito.
5. Incapacidade de reflexão sobre 2020
Quase cinco anos depois das eleições, continua sem uma análise séria sobre o que levou os sócios a rejeitar o seu projeto. Regressa com o mesmo discurso, a mesma fórmula e os mesmos erros.
6. Ideias pouco fundamentadas — apenas soundbytes
As propostas continuam vagas, sem desenvolvimento ou consistência. Frases sonantes, mas sem explicações. O Benfica precisa de soluções, não de slogans.
7. Coincidências a mais com o meu livro e ideias
No meu livro A Nossa Camisola, há um marcador que diz: “Acima de todos, o Benfica.” Noronha escolheu como slogan “Benfica acima de tudo”. Curiosamente, mais de 80% das propostas que agora apresenta já constavam no livro. Fico satisfeito que as considere úteis. Mas não é preciso alterá-las ligeiramente só para parecerem diferentes.
8. Transparência exige coerência
Fala em transparência, mas em 2020 não publicou os gastos da campanha, nem os nomes de financiadores ou fornecedores. Será que desta vez teremos um verdadeiro portal da transparência? Podemos começar pelo recente evento de apresentação da candidatura.
9. Discurso em ziguezague
Ontem, garantiu que não pediu eleições antecipadas na última Assembleia Geral. Mas há menos de uma semana, pediu-as publicamente na sua apresentação. Sol na eira e chuva no nabal.
10. O mito sebastiânico desfaz-se a cada intervenção
A cada aparição, a imagem do “salvador do Benfica” que regressaria para nos resgatar desvanece. A expectativa era alta. Mas o conteúdo não acompanha.
11. Dois pesos, duas medidas
Diz que não promove ataques pessoais nem os tolera. Mas os seus apoiantes fazem-nos em seu nome. Insinuações, ofensas, intrigas. Não se pode apelar à elevação e tolerar o contrário nos bastidores.
Já o afirmei claramente: não apoiarei Rui Costa, porque considero insuficiente a conquista de apenas 1 campeonato em 4 anos.
E hoje afirmo, com igual clareza: também não apoiarei Noronha Lopes.
Não me revejo nesta alternativa.
Quem teve uma oportunidade, não aprendeu com os erros e regressa com os mesmos métodos… não pode, nem deve, esperar resultados diferentes.
Benfica Primeiro.
PS: Esta é a última vez que me dirijo a Noronha Lopes. As minhas energias serão sempre a favor do Benfica.