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·30 novembre 2024
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·30 novembre 2024
Luís Mateus comenta Sporting, de João Pereira, após saída de Amoim
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Luís Mateus, jornalista e editor-executivo do jornal 'A Bola', assinou o seu espaço de opinião com uma coluna sobre João Pereira, e sobre os primeiros tempos do técnico no Sporting, numa movimentação que se precipitou devido à saída precoce de Ruben Amorim para o Manchester United.
"Deverá haver poucas profissões piores do que a de treinador. (...) Um técnico tem muitos privilégios quando comparado com os comuns mortais, todavia, sobretudo no futebol, não há quem esteja tão exposto. Depois, há algo do foro psicológico que provavelmente não se encontra noutro ecossistema: tanto jogadores como treinadores acreditam sempre que podem ser o "tal", haja ou não sustentação lógica ou racional para tão elevado nível de autoconfiança", começou por dizer.
"É válido para Ruben Amorim, para João Pereira e para qualquer outro treinador, de qualquer equipa e divisão. Entre estes, depois há aqueles que já têm todas as valências – que não se medem em níveis do curso –, outros que ainda as estão a adquirir e quem lá dificilmente chegará".
Luís Mateus adicionou, de seguida: "O que João Pereira não tinha era qualquer escapatória. Estava obrigado a aceitar o desafio devido ao tal comboio que não passa sempre, mas dificilmente irá ganhar com esse passo, pelo menos no imediato. Porque, se correr bem, terá aproveitado, aos olhos da maioria, o trabalho do antecessor. E se não conseguir ser campeão depois de Amorim ter empurrado os leões até à velocidade de cruzeiro, não restará outra explicação para a opinião pública a não ser a de não ter tido unhas para o Ferrari".
"O 5-1 diante do Arsenal é um banho de realidade, talvez humildade, e até pode ter o rótulo da responsabilidade do técnico. Só que junto da maioria dos adeptos é mais do que isso, não há dúvidas. (...) Depois, onde o antecessor goleava, na comunicação, João Pereira não parece capaz de inspirar as hostes.(...) Lembro-me dos que diziam que era só não estragar, porque sabemos que é precisamente agora que Amorim faz mais falta. A João Pereira resta-lhe aceitar o fardo e provar que é o homem certo. Que da própria vez que um rival aparecer arranhado a culpa poderá ser sua. A herança, essa, é terrível. Nada de novo", rematou o jornalista.