Zerozero
·30 octobre 2024
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Nome habitual do plantel do Manchester City no final dos anos 90 e um dos nomes de eleição da seleção da Irlanda do Norte, Jeff Whitley viu antecipado o final da carreira, depois de um prolongado problema com o álcool e as drogas. Hoje em dia reabilitado, o antigo médio defensivo, em declarações à BBC, falou das suas consumições, do processo de reabilitação e do novo caminho que o levou a ajudar atletas em circunstâncias idênticas às quais se encontrou.
«Quando me comecei a estabelecer na primeira equipa, houve uma espécie de mudança em que que te achas intocável. Pensas que só tu sabes o que é melhor para ti», explicou o antigo atleta, sobre os primeiros passos nos cityzens: «Havia uma cultura de bebida e de festa e eu deixei-me levar em demasia por ela.»
«Quase todos os clubes me venderam por causa das minhas atitudes fora do campo . Não conseguia manter a calma ou dizer não às vezes que saía», complementou: «O Manchester City "comeu-me vivo"... Fui avisado várias vezes.»
«No Sunderland foi o mesmo. Saí na sexta-feira à noite e isso custou-me o lugar», prosseguiu, antes de detalhar o momento que lhe mudou a vida, depois de ter sido afastado, para sempre da Irlanda do Norte. Motivo? Nova saída, desta feita com o colega de seleção, Philip Mulryne.
«Não sabia como manter a situação controlada e, eventualmente, a bebida e as drogas começaram a escalar... Tinha duas opções: pegar no telefone e pedir ajuda ou talvez morrer.», especificou. Um ponto de saturação que levou Whitley a pedir ajuda à Professional Footballers Association.
«Foi das coisas mais difíceis que alguma vez fiz... Tornei-me capaz de descobrir qual era o problema e a solução. Era um viciado, mas existia uma forma alternativa para viver», admitiu ainda: «Entendes que há pessoas que vivem vidas limpas e sóbrias.»
Ainda assim, as coisas não mudaram para melhor do dia para a noite. Foi necessário um trabalho aprofundado junto da PFA e a Sporting Chance: «Tinha 27 anos e não tinha a mínima ideia de quem eu era como pessoa. Ao iniciar o tratamento, consegui livrar-me do que não era o meu caráter e manter alguns dos meus valores essenciais.»
Terminada a vida de futebolista há mais de uma década e depois da aventura no ramo da venda de automóveis, Jeffrey Whittley é atualmente elemento ativo da associação que o ajudou na recuperação, onde partilha da sua experiência de vida para ajudar os outros.
«Às vezes os jogadores dizem-me coisas sobre as quais me sento e fico a pensar: "Isto é o que eu costumava dizer!". É bom para eles saberem que passamos por esse processo e saímos por cima», garantiu.
«Há uma vida depois que todos os problemas serem resolvidos. Eu estava com uma dívida enorme e fui à falência. Quando vês a jornada de mudança de alguém é um sentimento incrível. Sinto-me privilegiado e orgulhoso de trabalhar para uma organização fantástica.»