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·10 août 2025
João Gabriel arrasa Bernardo Ribeiro no tema Pedro Proença

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·10 août 2025
Não vou comentar. Apenas vou deixar o que João Gabriel disse sobre a falta de tomates do Bernardo Ribeiro
“O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles.” Simone de Beauvoir
“Há uma parte do Benfica que odeia Pedro Proença porque queria pôr a mão na Federação”. A frase é de Bernardo Ribeiro, diretor do Record, na CMTV, na passada sexta-feira. Pela estima que tenho por Bernardo Ribeiro e porque sou sócio do Benfica e, portanto, “parte do Benfica”, tenho de o contestar. Não odeio Pedro Proença, nada de pessoal me move contra ele. Já lho disse pessoalmente e a quem, a seu pedido, me questionou.
Mas tenho tudo contra o que ele representa no futebol português: a falta de ética, opacidade, despesismo irresponsável, promiscuidade entre cargos e interesses, favores cruzados, lealdades sustentadas num clientelismo que corrói qualquer tipo de gestão e, finalmente, Proença é vítima de uma vaidade doentia.
Como “parte do Benfica” que sou, não quero que o Benfica ponha “a mão na Federação”. O que quero é que nenhum clube ponha a mão na Federação. Quero que a Federação seja uma entidade competente, responsável e, acima de tudo, independente. É isso que quero.
Mas quando vejo Rui Caeiro e José Carlos Oliveira com pelouros sensíveis, que nada têm a ver com mérito, mas com a teia de influências que conduziram Proença até à FPF, então sim, fico preocupado.
Quando vejo mais uma comissão de arbitragem que tem por objetivo pensar a futura empresa que tomará conta do setor com ex-árbitros na sua composição, o que me parece natural e saudável, mas em que, vá lá saber-se porque, Proença indicou mais um elemento do clube dos dois nomes anteriores, creio que há motivos para questionar razões.
Mas sobre isto, e muitas outras coisas, não vi Bernardo Ribeiro preocupado. Em poucos meses, a FPF perdeu competência e identidade, perdeu rumo, perdeu — o mais importante — princípios.
Às duas mãos cheias de funcionários que saíram da FPF, Proença fez entrar um exército de pessoas que transitaram da Liga e cujo único mérito é o de serem acríticas à sua liderança.
A Liga Portugal vive hoje uma situação financeira difícil, herança de Pedro Proença. Uma auditoria aos últimos dois anos de Proença na Liga bastaria para conhecer um rol infindável de despesas desconformes ou sem justificação válida ou conexão com as atividades ou os objetivos da Liga.
Mas voltemos ao início. A forma branda, desculpabilizante até, como um diretor de um dos jornais desportivos de referência em Portugal, trata de uma problemática sensível explica a ausência de escrutínio de que Proença beneficia. Em qualquer outro país europeu, em que pendesse sobre o presidente da Federação de Futebol uma suspeita (dúvida que fosse) de aliciamento, o escrutínio jornalístico seria implacável. Mas não em Portugal.
Talvez saiba a razão deste alheamento, mas o futuro e a sobrevivência dos media não justificam ignorarem a razão da sua existência.
Bastaria uma mão-cheia de jornalistas com “tomates” e Pedro Proença não resistiria mais de uma semana à frente da FPF. Bastaria… mas, pelos vistos, não os há!