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·3 juillet 2025

Do início na base ao topo da Europa: relembre a carreira de Diogo Jota

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A morte de Diogo Jota, na madrugada desta quinta-feira (3), abalou profundamente o mundo do futebol. O atleta do Liverpool, que tinha 28 anos, e seu irmão, André Silva (25 anos), perderam a vida em um trágico acidente de trânsito, que ocorreu na Espanha. (*)

Jogador da seleção de Portugal, onde realizou 49 jogos, Diogo Jota começou a jogar futebol no Gondomar SC. Ao longo de 20 anos dedicados ao futebol, o atacante teve passagens por Paços de Ferreira, Porto, Wolverhampton e, por fim, Liverpool, onde escreveu as páginas mais marcantes de sua história no futebol.


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Uma história de superação, que começou nas escolinhas de Gondomar, uma cidade do grande Porto, e culminou com o alcance do estrelato - foi protagonista de momentos históricos a serviço do gigante Liverpool. Pelo meio, foram vários os capítulos de conquistas acumuladas pelo português.

Primeiros passos

Nascido em 4 de dezembro de 1996 no Porto - Diogo Jota viveu, desde cedo, ligado à tão especial bola de futebol. A paixão pelo esporte surgiu de forma natural, herdada do pai e do avô materno, que estiveram ligados ao mundo do esporte.

"Diogo só via isso [a bola de futebol] à frente dele. No quintal da avó quebrou muitos vasos e plantas. Era um espaço de três metros por 15. Ele passava grande parte do tempo livre lá", revelou Joaquim Silva, pai do atleta, em entrevista ao portal MaisFutebol, em 2020.

Os primeiros passos como atleta foram dados aos sete anos no Centro de Treinamento do Gondomar. Percorreu várias etapas da base, desde o categoria sub-11 até o sub-19, deixando sempre sua marca pelos distintos níveis disputados.

Aliás, essa marca continua presente até hoje, visto que o time de Gondomar decidiu mudar o nome de seu CT, em 2020, para 'Academia Diogo Jota'. Um nobre gesto da família que o acolheu no mundo do futebol.

As sólidas atuações e os 33 gols em 26 partidas - nenhum adversário escapou ao faro goleador do atacante -, na temporada 2012/13, pelo sub-17 do Gondomar, colocaram todos os holofotes sobre o 'menino' Jota, que deu o salto, aos 16 anos, para o Paços de Ferreira.

Estreia dos sonhos

Após 15 partidas disputadas pelo sub-19 do Paços de Ferreira - com 16 gols incluídos -, a estreia de Diogo Jota como profissional ocorreu na temporada 2014/15. Em 19 de outubro de 2014, o jovem atacante foi escalado por Paulo Fonseca na Taça de Portugal, na vitória (4 a 0) contra o At. Reguengos.

O nervosismo - se existiu - não foi aparente e Jota justificou a escolha acertada do técnico português, marcando, aos 60 minutos, seu primeiro gol pelo time. As primeiras impressões foram positivas e o atacante ingressou em tempo integral no elenco principal. Nessa temporada, disputou 12 partidas - foi titular em quatro das últimas cinco partidas da temporada -, marcando quatro gols e duas assistências.

Em 2015/16, Diogo Jota realizou sua primeira temporada completa pelo time da Capital do Móvel, espécie de Arapongas de Portugal. Curiosamente, no primeiro jogo da temporada, o atleta natural do Porto recebeu um cartão vermelho, aos 49 do segundo tempo, mas esse contratempo não abalou seu moral nem a confiança por parte do treinador Jorge Simão.

Presença constante nas escolhas do comandante – principalmente como titular no ataque do Paços –, o camisa 18 disputou 35 partidas, marcando 14 gols e dando cinco assistências – números expressivos para a sua pouca idade.

As atuações do jovem atacante não passaram despercebidas e despertaram o interesse de alguns gigantes europeus, com o Atlético de Madrid tomando a iniciativa e contratando Diogo Jota para a base dos colchoneros. O valor da transferência (cerca de sete milhões de euros) permitiu ao Paços de Ferreira dar início à construção de uma nova arquibancada – gesto que ficará para sempre associado ao jogador. Ainda assim, o português acabaria não disputando nenhuma partida pelo clube espanhol.

Da estreia no Porto ao sonho da Premier League

Apesar de ter ficado vinculado ao elenco do Atlético de Madrid, como citado anteriormente, Jota "voltou" a Portugal logo em seguida, por empréstimo, para reforçar o Porto. Utilizado, inicialmente, como arma secreta saindo do banco, o atacante precisou de apenas quatro jogos para conquistar a titularidade.

Na sua primeira partida como titular, na sempre difícil visita do Porto ao Estádio da Madeira, Diogo Jota não decepcionou e marcou um hat-trick. Uma estreia dos sonhos, que certamente conquistou os torcedores portistas.

Sob o comando de Nuno Espírito Santo, o artilheiro disputou 38 partidas pelos azuis e brancos na temporada 2016/17, tendo anotado nove gols e quatro assistências. Essas atuações, porém, não foram suficientes para convencer Diego Simeone a apostar no português.

Jota seguiu, então, para a Inglaterra, mas não sozinho. O atacante foi para solo britânico acompanhando NES, que havia assinado com o Wolverhampton, clube que, na época, estava na segunda divisão do futebol inglês. Uma decisão talvez arriscada, mas extremamente benéfica para o atacante da seleção portuguesa, que conseguiu se destacar.

Titular absoluto no ataque dos Wolves, Diogo Jota foi peça fundamental na campanha do clube inglês na segunda divisão – 18 gols e cinco assistências em 46 jogos –, que culminou na conquista da Championship e, consequentemente, no acesso à tão sonhada Premier League.

Muito querido pelos torcedores do Wolves, o atacante português foi contratado em definitivo pelo Wolverhampton, onde permaneceu por três temporadas. Após 131 jogos e 44 gols, despediu-se de forma emocionante do primeiro clube que defendeu fora de Portugal para se transferir para o Liverpool – por 45 milhões de euros –, onde finalmente alcançou o estrelato.

‘Ele corta pro meio e marca pelo Liverpool’

Diogo Jota deu sequência à sua carreira ao trocar o amarelo do Wolverhampton pelo vermelho do Liverpool.

As expectativas eram naturalmente altas, mas Jota esteve à altura e correspondeu sem hesitar, marcando sete gols nos primeiros 499 minutos em campo. Aliás, o primeiro com a camisa dos Reds foi contra o Arsenal, na reta final da partida – um ótimo cartão de visitas para a torcida da casa.

Assim, Jota se firmou no ataque do Liverpool – ao lado de Salah, Sadio Mané e, por vezes, Roberto Firmino – e conquistou, quase imediatamente, o carinho dos torcedores do time inglês. A paixão e admiração pelo português deram origem a um cântico, entoado diversas vezes em Anfield Road como forma de apoio ao atacante da seleção.

O jogador revelado pelo Gondomar SC estava há cinco temporadas no Liverpool, tendo disputado 182 partidas pelo clube. Nesse período, contribuiu de forma positiva em várias ocasiões, marcando 65 gols e dando 22 assistências.

Apesar de ter sofrido com algumas lesões nas últimas temporadas, Jota nunca desistiu e sempre conseguiu se reerguer. Em 2024/25 – que ficará para sempre como a sua última temporada –, participou de 37 jogos e terminou o ano celebrando a conquista da Premier League – a primeira da sua carreira.

Presença constante no período dourado da seleção portuguesa

Pela seleção, Diogo Jota somou 30 convocações pelas categorias de base de Portugal, além de 49 partidas pela equipe principal. No total, foram 4.091 minutos com a camisa das Quinas, como a seleção é chamada, com 28 gols marcados (14 nas categorias de base e 14 na seleção principal).

Além de ter participado das Eurocopas de 2020 e 2024, Jota fez parte da equipe portuguesa que conquistou, por duas vezes, a Liga das Nações – em 2019 e 2025.

Em 2022, sofreu uma lesão e foi ausência sentida na lista de convocados de Fernando Santos para disputar a Copa do Mundo no Catar.

A última partida de Jota pela seleção portuguesa foi contra a Espanha, no dia 8 de junho de 2025, na final da Liga das Nações. Um duelo equilibrado e cheio de tensão para os torcedores de ambos os lados. No fim, foram os portugueses que comemoraram.

O dia 3 de julho de 2025 ficará para sempre marcado na memória dos portugueses e de muitos fãs de futebol espalhados pelo mundo. Aos 28 anos, se despede uma figura importante do futebol, tanto em nível nacional quanto internacional.

(*) Texto originalmente publicado no parceiro zerozero.

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