Papo na Colina
·7 mai 2025
Dívida de R$ 23 milhões com ex-presidente vira ponto de tensão no Vasco

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·7 mai 2025
O Club de Regatas Vasco da Gama enfrenta nesta quarta-feira (7) o Puerto Cabello, pela CONMEBOL Sul-Americana, mas vive fora de campo uma de suas maiores crises institucionais em anos. Em meio a conflitos políticos, agressões a torcedores, tentativas de intimidação a jornalistas e farpas entre ídolos do clube, o plano de recuperação judicial apresentado nesta semana trouxe um novo ponto de tensão: a forma como será tratada a dívida com o ex-presidente Jorge Salgado.
Segundo o jornalista Gilmar Ferreira, a dívida de R$ 23 milhões que o clube tem com Jorge Salgado será paga com uma redução drástica e parcelamentos que se estenderão por até 19 anos. O ex-mandatário, acusado por parte da torcida de ter feito um mau negócio ao vender 70% da Vasco SAF à 777 Partners, receberá apenas R$ 2,3 milhões, algo em torno de 10% do valor originalmente emprestado ao clube.
O pagamento será feito em condições rígidas: ou em 12 anos com juros de 3% ao ano, ou em 19 anos com juros reduzidos a 1% ao ano. O modelo adotado na proposta apresentada à Justiça foi visto por bastidores como um gesto duro, que pode ter implicações políticas duradouras.
A comparação feita por Gilmar Ferreira em sua coluna no jornal Extra expõe o tamanho do impasse: seria como se o Palmeiras limitasse em R$ 20 milhões os R$ 200 milhões que Paulo Nobre injetou no clube, ou se a Crefisa, comandada por Leila Pereira, não recebesse de volta os R$ 170 milhões investidos no momento mais difícil do clube paulista.
Salgado foi presidente do Vasco no triênio 2021/2023 – Foto: Lance!
A medida evidencia o clima de racha interno que toma conta do CRVG. A política do clube está fervendo e os grupos de oposição já se articulam para a eleição marcada para o fim de 2026. A forma como a dívida com Jorge Salgado será tratada acirra ainda mais os ânimos entre aliados e adversários da gestão atual.
A atual administração, liderada por Pedrinho, enfrenta pressão crescente por todos os lados: desempenho ruim em campo, protestos da torcida, críticas de ídolos como Edmundo, agressões a torcedores em Brasília e desgaste institucional com diversos ex-dirigentes.
O jogo desta quarta diante do lanterna do grupo G da CONMEBOL Sul-Americana, é mais do que um compromisso esportivo: é uma chance de tentar acalmar a crise — ao menos por 90 minutos.
Jorge Salgado parabeniza Pedrinho pela sucessão no comando do CRVG – Foto: Matheus Lima/Vasco
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