Jogada10
·29 mai 2025
Dias após polêmica em jogo do Flamengo, MC Poze do Rodo é preso no Rio de Janeiro

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, na madrugada desta quinta-feira (29). Investigado por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho (CV), o funkeiro acabou detido em sua residência, num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste da cidade, horas após o jogo do Flamengo. A ação ocorreu sob responsabilidade da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Poze havia publicado duas postagens celebrando a classificação do Flamengo às oitavas de final da Libertadores horas antes. Esses, aliás, foram seus últimos registros nas redes sociais até o momento.
Segundo a polícia, as apresentações de Poze ocorriam prioritariamente em regiões dominadas pelo CV. Tais eventos contavam, ainda de acordo com as investigações, sob forte presença de traficantes armados. A DRE alega que essas festas garantiam lucros à facção por meio da venda de entorpecentes e serviam como divulgação de mensagens criminosas nas composições do artista.
As investigações revelaram que o artista costumava se apresentar exclusivamente em comunidades controladas pela facção criminosa. Em muitos desses eventos, traficantes armados com fuzis garantiam a segurança do palco e da estrutura do show. Segundo a DRE, as músicas do cantor fazem “clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo, além de incitar confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
A Polícia Civil também sustenta que as letras ultrapassam os limites constitucionais da liberdade artística. Neste contexto, portanto, configuram crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico.
Um dos episódios centrais da apuração ocorreu no dia 19 de maio, na Cidade de Deus. Na ocasião, segundo os investigadores, Poze realizou um show com músicas de exaltação ao Comando Vermelho. O evento aconteceu horas antes da morte do inspetor da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), José Antônio Lourenço, atingido durante uma operação na mesma região.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram traficantes armados circulando livremente no baile. Entregues à polícia, os registros auxiliaram os agentes na identificação dos armamentos — que resultou no procedimento formal para investigação dos financiadores do evento.
O advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, que representa Marlon Brandon, classificou a prisão como uma repetição de acusações infundadas. “Queremos entender o motivo dessa nova prisão. Narrativa já antiga. Se ele não for liberado, vamos entrar com um habeas corpus”, afirmou.
Poze, por sua vez, não quis se pronunciar sobre o caso e chegou à Cidade da Polícia apenas reclamando de estar algemado.
Marlon Brandon esteve recentemente no centro de outra polêmica com a Justiça, em 2024. O cantor e sua esposa surgiram como alvos da Operação Rifa Limpa — que investigava sorteios ilegais nas redes sociais. Na ocasião, o casal teve carros de luxo e joias apreendidos. Um juiz determinou a devolução dos bens em abril deste ano, por falta de vínculo comprovado com os crimes.
Atualmente, a Polícia Civil segue apurando quem atua como financiador direto dos eventos ligados ao cantor e se há outras figuras públicas envolvidas. As autoridades também pretendem identificar os traficantes que aparecem nos vídeos, com o objetivo de rastrear a origem dos armamentos usados para garantir a segurança dos shows.
O artista esteve envolvido em uma polêmica na última segunda-feira (26). Essa, porém, envolvendo o Flamengo. Isso porque o comportamento do funkeiro durante o gol de Arrascaeta, na vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras, causou desconforto em passageiros de um voo que saía de São Paulo rumo ao Rio.
Poze estava a bordo no momento em que o camisa 10 abriu o placar no Allianz Parque, de pênalti, pelo Brasileirão. Após filmar e pedir que passageiros celebrassem o resultado, o cantor se tornou alvo de críticas nas redes sociais.