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·30 janvier 2025
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Uma das grandes sensações da Uefa Champions League 24/25 é o Aston Villa. Em sua terceira participação na história do torneio, a equipe inglesa chegou à sua terceira classificação para o mata-mata. Na atual temporada, os Villans garantiram a última vaga direta para as oitavas de finais e jogaram gigantes como Real Madrid, Bayern de Munique e Milan aos play-offs.
Atual oitavo colocado da Premier League, garantido entre os oito melhores da Champions e classificados nas duas copas do futebol inglês. Tudo isso sob o comando do espanhol Unai Emery, sob a liderança de McGinn e Dibu Martínez. Mas, também, com destaque para uma base estruturada. Esse é o Aston Villa de 24/25.
No começo da temporada, o Aston Villa decidiu movimentar altas cifras para reforçar seu elenco. Os Villans foram a quinta equipe que mais gastou dinheiro na janela de transferências do começo da temporada e, dentro da Inglaterra, a quarta. Foram 176,2 milhões de euros gastos em contratações.
Dentre os principais e mais caros nomes estão Onana, volante que deixou o Everton por pouco menos de 60 milhões de euros, e Maatsen, lateral esquerdo que veio do Chelsea por 45 milhões. É verdade, porém, que os contratados supriram ausências específicas, pois a base já estava arquitetada.
As demais contratações de valor significativo do clube de Birmingham têm outro foco: o futuro. Atletas como Lewis Dobbin, Samuel Iling-Junior e Enzo Barrenechea custaram valores superiores aos 10 milhões de euros e foram emprestados para ganhar minutagem em Inglaterra, Itália e Espanha, respectivamente.
Por outro lado, o Aston Villa teve algumas saídas importantes na janela do começo da temporada. Moussa Diaby deixou o clube para fazer parceria com Benzema no Al Ittihad e Douglas Luiz foi se aventurar no futebol italiano com a camisa da Juventus, ambos por altas cifras.
E na janela de inverno, ao meio da temporada, o clube inglês fez duas movimentações importantes. O zagueiro Diego Carlos deixou a Inglaterra depois de pouco mais de dois anos para jogar no Fenerbahce, enquanto Malen reforçou o clube depois do vice-campeonato da Champions League, com o Borussia Dortmund.
Jogadores como Onana e Maatsen chegaram com o objetivo de repor algumas carências específicas. Isso porque a principal força do Aston Villa era a base já estruturada de outras temporadas, com uma defesa sólida, construções rápidas e domínio da posse. Ordens do comandante espanhol.
Unai Emery ficou muito conhecido por ter treinado o PSG e o Arsenal, entre 2016 e 2020. Mas é verdade que seus trabalhos mais estáveis foram no futebol espanhol, com Valencia, Sevilla e Villarreal, por exemplo. Em 24/25, o comandante de 53 anos chega em sua 22ª temporada como treinador de futebol e na terceira pelo Villa.
Não seria nenhum absurdo dizer que o experiente técnico revolucionou o futebol do Aston Villa. E nem só pelas teorias adotadas, tas quais o domínio da posse de bola e a construção lenta, tudo isso para que a equipe tenha mais fôlego, tanto no ataque como na defesa. Mas, sim, pelas diferenças na forma de trabalhar.
Emery entende que os Villans precisam adaptar as estratégias de acordo com as propostas adversárias. Além disso, o fato de dividir as tarefas é outra marca registrada do espanhol. Por mais que as decisões finais sejam do técnico, o trabalho em campo é ministrado pelos quatro auxiliares fixos em sua comissão.
Fato é que a "Era Emery" sempre trouxe resultados. O treinador salvou o clube do rebaixamento em 22/23 para colocar na Conference League e, na temporada seguinte, o Aston Villa terminou a Premier League na quarta colocação, para voltar à Champions League depois de mais de 40 anos.
O desempenho na Premier League pode não ser dos melhores (oitavo colocado com 37 pontos em 23 jogos), mas o brilho fica para a Liga dos Campeões. Nas oito partidas da Fase de Liga, os Villans venceram Young Boys, Bayern, Bologna, Leipzig e Celtic, empataram com a Juventus e perderam para Monaco e Brugge.
O principal triunfo foi contra os alemães de Munique, mas o Aston Villa não mostrou a postura que Emery queria. Pressionados em todo o confronto, com menos posse de bola e menos finalizações, os ingleses foram cirúrgicos, marcaram no fim do confronto e saíram vitoriosos na segunda rodada do torneio, logo contra um gigante.
A solidez defensiva da equipe inglesa passa muito por Dibu Martínez, campeão do mundo em 2022 e eleito duas vezes o melhor goleiro do planeta. Porém, Pau Torres e Ezri Konsa, que formam a dupla titular de zaga na maioria das oportunidades, merecem a devida atenção. É com esse trio que o clube tem a quarta melhor defesa do torneio, com seis gols sofridos.
Outro ponto positivo é a estrutura no meio campo. O capitão McGinn comanda Tielemans, Rogers, Kamara e Ramsey para formar um setor central que apoia a defesa e que não encontra entraves para deixar os atacantes em condições claras de marcar. Eles alternam: Kamara, o mais defensivo, protege a retaguarda quando Tielemans, McGinn ou Ramsey estão em campo. Rogers cuida da parte ofensiva, pisando na grande área.
E toda essa engrenagem recolocou o Aston Villa na Champions League e, posteriormente, nas oitavas de finais. Três participações na história e nenhuma eliminação na primeira fase. Estava escrito. E os comandados de Unai Emery comprovaram.