Benfica gera polémica. No FC Porto, é “compromisso”… | OneFootball

O caso entre Bruno Lage e Orkun Kökçü continua a ser alimentado pela imprensa desportiva nacional, numa tentativa clara de prolongar um “drama” que, em qualquer outro contexto, seria resolvido internamente e sem ruído. Mas numa altura em que o futebol português vive ao ritmo do Mundial de Clubes, qualquer faísca à volta do Benfica serve para encher horas de emissão e páginas de jornais.

Agora, imagine-se o cenário inverso: Rui Costa, presidente do Benfica, fala em “dar um murro na mesa” e o seu treinador responde publicamente com um aviso sobre o tipo de murros que se devem dar. Teríamos abertura de noticiários, editoriais, paineleiros em histeria e debates inflacionados durante dias.

Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu no FC Porto… sem que se gerasse qualquer tempestade mediática.

André Villas-Boas afirmou recentemente:“Está na altura de dar um murro na mesa. Os portistas já muito têm tolerado.”E Martín Anselmi, treinador portista, respondeu com aparente elegância, mas também com um recado:“É preciso dar o murro na mesa, mas temos de saber que murro queremos dar, não dar por dar.”

Se este diálogo tivesse ocorrido no Benfica, a narrativa seria de crise aberta, conflito entre direção e equipa técnica, ou até instabilidade institucional. Mas porque se trata do FC Porto, o gesto é lido como “compromisso” e “exigência”.

Este é apenas mais um exemplo da parcialidade gritante da imprensa desportiva portuguesa, onde se mede com duas varas: uma para o Benfica, outra para os rivais. E depois ainda se espantam com os áudios em que se fala de “tudo minado”. Quando a realidade é esta, a surpresa só pode ser fingida.