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·4 juin 2025
Bandeira de Mello critica exclusão em processo de incêndio no Ninho e acusa promotoria

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·4 juin 2025
Retirado do processo que julga os acusados pelo incêndio no Ninho do Urubu, que resultou nas mortes de dez jovens das categorias de base, o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello voltou a dizer que não gostou nem um pouco de ser excluído da denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
O motivo para a exclusão do processo foi a prescrição. Normalmente, o prazo é de oito anos; porém, quando se trata de alguém com 70 anos ou mais, esse intervalo cai pela metade. Como Bandeira de Mello já completou 72 anos, seu nome foi retirado do processo.
Disparando contra a promotoria, Bandeira de Mello reclamou da exclusão e disse que a decisão impediu uma absolvição. Como foi retirado dos autos, o ex-presidente não pôde se defender.
"É uma questão que vai ser discutida por muito tempo, mas ter sido excluído não me agradou nem um pouco. Tudo estava se encaminhando para a absolvição e o reconhecimento de que houve uma trama covarde e irresponsável da investigação e da promotoria contra mim", disse Bandeira ao "Lance".
Bandeira de Mello ainda criticou fortemente a promotoria envolvida no caso e voltou a dizer que é necessário olhar o processo de forma mais profunda.
"Durante a instrução do processo isso ficou evidente, só que a promotoria preferiu empurrar com a barriga, esperar o prazo, e eu acabei saindo. Não digo que é uma fatalidade, mas é importante vocês irem lá no processo e avaliarem o que aconteceu lá na instrução", afirmou.
O ex-presidente ainda foi questionado se teria feito algo de diferente para evitar a tragédia. Segundo ele, os jogadores já haviam sido removidos no local ao fim do seu mandato, em 2018.
Além disso, ressaltou que houve um princípio de incêndio apontado no local alguns dias antes que nunca foi explicado, tecendo novas críticas à condução do processo.
"Vocês vão ver que os atletas da base do Flamengo já estavam fora das instalações do clube, isso está comprovado, e ninguém sabe porque eles voltaram. E, ainda assim, o que houve foi um princípio de incêndio dois dias antes e aparentemente ninguém sabe que providências foram tomadas", destacou.
Por fim, Bandeira criticou o delegado responsável pelo caso e colocou em dúvida sua atuação, indicando que outros interesses também dominaram a condução do processo.
"Houve o depoimento do delegado, que reconheceu que tinha um parente dentro do Flamengo. Tomou o depoimento dele e não registrou nos autos. Esse parente, uma semana depois, foi nomeado para um cargo altíssimo, e nunca tinha ocupado nada parecido. Uma série de coincidências que explicam muita coisa", finalizou Bandeira de Mello.