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·9 mars 2025

Artilharia pesada veio salvar a tempo

Image de l'article :Artilharia pesada veio salvar a tempo

Confronto recheado de história. Boavista e Vitória SC, dois ilustres da nossa praça, encontraram-se para a edição 141 de um duelo que já é um dos mais emblemáticos clássicos do nosso futebol. Ambiente a ferver nas bancadas (até em demasia, mas já lá vamos) e duas equipas de ADN muito caraterístico no relvado. Ganhou o espetáculo e ganhou o Vitória SC, que operou uma reviravolta para triunfar por 1-2.

Várias alterações nas duas equipas em relação aos últimos compromissos. Lito Vidigal contrariou a velha máxima de que em equipa que ganha, não se mexe e operou três mudanças em relação à formação boavisteira que bateu o Santa Clara: Moussa Koné, Róbert Bozenik e Joel Silva abriram espaço no onze para as entradas de Steven Vitória, Abdoulay Diaby e Gboly Ariyibi.


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Mais do que as mudanças das peças, a mudança na estratégia. O técnico boavisteiro manteve a linha defensiva de cinco elementos, mas encostou Sidoine Fogning e encaixou Steven Vitória no meio do trio de centrais. Dos cinco jogadores da linha, quatro foram defesas centrais e Rodrigo Abascal teve a missão de ora ser o central mais à esquerda, ora saltar para a posição '6' e policiar o médio adversário a jogar entre linhas, quase sempre João Mendes.

Do outro lado, após o empate em Sevilha, Luís Freire manteve a essência da equipa, mas com seis alterações no onze: Hevertton Santos, Mikel Villanueva, Tiago Silva, Úmaro Embaló, Nélson Oliveira e Nuno Santos deram lugar a Miguel Maga, Filipe Relvas, Samu Silva, Telmo Arcanjo, Vando Félix e Dieu Michel.

Estratégias totalmente contrastantes as que se viram no relvado do Bessa. Desde cedo os vimaranenses tentaram embalar a pantera no seu futebol rendilhado, com João Mendes a vaguear pelos espaços dentro do bloco axadrezado e a ser muitas vezes o alvo das combinações de uma equipa que procurou levar o jogo aos três corredores e ser paciente com a bola. Nessa toada, entrou mais autoritária a equipa visitante, cujo jogo ofensivo desaguou muitas vezes no flanco esquerdo. Vando Félix, porém, não viveu a melhor das noites no aspeto da definição.

O Boavista, a apostar claramente num futebol mais direto e em busca de chegar a zonas de finalização no mínimo de toques possível, conseguiu lançar algumas vezes Ariyibi pela esquerda, mas poucas vezes conseguiu dar seguimento. A dupla composta por Ibrahima Camará e Ilija Vukotic foi mais reativa que proativa, claramente talhada para o momento sem bola e Marco van Ginkel, o falso extremo direito que jogou sempre por dentro, não teve tanta bola quanto certamente gostaria (ele e o coletivo...).

Ainda assim, foi do pé direito do neerlandês que saiu o primeiro golo da noite, na marca dos onze metros, a castigar uma entrada imprudente de João M. Mendes sobre Vukotic. Permitam-nos, no entanto, recuar uns minutos para um episódio que em nada valoriza o espetáculo. Não valoriza nada de nada, na verdade.

A cerca de cinco minutos do descanso, Bruno Varela deixou a baliza vitoriana e arrancou relvado fora, determinado em abandonar a partida. Na origem terão estado alegados insultos racistas vindos do setor afeto à claque boavisteira, posicionado atrás da baliza que o guarda-redes defendeu na primeira parte. O jogo esteve interrompido por alguns minutos, Varela foi travado no banco boavisteiro, onde ficou à conversa com vários elementos da equipa da casa. Ao mesmo tempo, Abascal pedia serenidade à massa adepta axadrezada. O jogo reatou, o Vitória SC acusou a quebra do ritmo e o Boavista chegou ao tal golo de grande penalidade, em cima do descanso.

Artilharia pesada para resolver

Luís Freire iniciou as mexidas na equipa logo no arranque da segunda parte e o Vitória SC acentuou o domínio. O Boavista teve cada vez mais dificuldades para sair e foi empurrado para trás pelos vimaranenses, que rapidamente chegaram ao empate.

O checo Tomas Vaclík esteve em grande plano durante toda a primeira parte, com uma série de boas intervenções que mantiveram segura a baliza boavisteira. Nada pôde fazer, aos 50 minutos, quando o corte em carrinho de Vukotic o acabou por trair.

O Boavista fez uma rara aparição na área adversária cerca de dez minutos depois, mas o remate de Sidoine Fogning foi bloqueado. Continuou a carregar o Vitória SC depois disso e à medida que Luís Freire foi puxando da artilharia pesada, o domínio foi cada vez maior. As oportunidades de golo foram várias, mas a equipa vimaranense esteve perdulária. Só não pagou caro por isso porque, aos 76 minutos, Vando Félix arrancou uma grande penalidade e Tiago Silva confirmou a reviravolta.

Num sempre difícil confronto pós-Conference League, o Vitória SC reagiu a tempo e resgatou três pontos que permitem a subida ao sexto lugar, com 38 pontos. O Boavista segue na última posição com 15 pontos, menos dois do que o Farense.

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