AVANTE MEU TRICOLOR
·28 mai 2025
ÁRBITRO AFIRMA À POLÍCIA QUE NÃO OUVIU OFENSAS DE BOBADILLA: JOGADOR PODE PEGAR ATÉ 5 ANOS DE CADEIA

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·28 mai 2025
Paraguaio antes do duelo desta terça contra o Talleres (Victor Monteiro)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Ao menos uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Civil 'ajudou' no caso que investiga supostas ofensas xenófobas do são-paulino Bobadilla contra o venezuelano Navarro, do Talleres, no jogo entre as equipes na terça-feira (27), no Morumbi, pela Copa Libertadores.
O árbitro do jogo, o chileno Piero Maza, contou aos investigadores ainda no Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio que não ouviu nenhuma ofensa de Bobadilla. E que até por isso não tomou nenhuma medida contra o paraguaio do Tricolor.
Maza já havia 'limpado a barra' de Bobadilla na súmula da partida. Ele não relatou o fato no documento, informou a Conmebol. Isso mesmo a partida tendo ficado parada após a denúncia de Navarro.
Além do árbitro, já foram ouvidos três jogadores do Talleres (Navarro entre eles), membros da comissão técnica e os policiais militares que atenderam primeiro a ocorrência.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, o caso é investigado como injúria racial pela Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) da Polícia Civil. E Bobadilla será intimado a prestar depoimento sobre o caso. Caso indiciado e condenado, o volante poderá pegar de dois a cinco anos de prisão pelo ato.
A confusão começou aos 41 minutos do segundo tempo, enquanto o São Paulo comemorava o segundo gol. Bobadilla e Navarro discutiram. O jogador do Talleres ameaçou deixar o jogo e chegou a chorar, literalmente. Acabou consolado até mesmo por jogadores do Tricolor e pelo árbitro.
Navarro e outros integrantes do elenco e comissão técnica do adversário foram até o posto da Polícia Militar no Morumbi relatar o ocorrido e denunciar o paraguaio do Tricolor.
Após a partida, Luciano foi o primeiro a ir de encontro a Bobadilla e tirou o paraguaio de campo correndo para evitar maiores problemas.
A PM chegou a ir ao vestiário do São Paulo para colher o depoimento de Bobadilla, mas o jogador deixou o estádio tão logo saiu de campo.
Após a partida, o jogador do Talleres foi às redes sociais e contou sobre o ocorrido.
"Quisera poder ter em minhas mãos a solução para o problema de fome pelo qual passa o meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Mas não creio que pode se fazer muito contra a pobreza mental", escreveu.
"Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil com Bobadilla", completou.
Vale lembrar que no grupo do São Paulo da Libertadores teve um exemplo de jogador punido (por quatro meses) pela Conmebol por xenofobia: Pablo Ceppelini, do Alianza Lima.
Segundo a Conmebol, o jogador uruguaio infringiu o artigo 15.1 do código disciplinar da entidade, que proíbe qualquer atitude que "menospreze, discrimine ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas por motivos de cor da pele, raça, religião, origem étnica, gênero ou orientação sexual".