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·19 juin 2025
Análise pré-jogo: o que esperar do Chelsea contra o Flamengo na Copa do Mundo de Clubes

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·19 juin 2025
O torcedor do Flamengo que acompanhou a estreia do Chelsea na Copa do Mundo de Clubes, uma vitória por 2 a 0 sobre o Los Angeles FC, pode ter ficado com uma impressão mista.
Por um lado, os ingleses não pareceram um "bicho-papão" invencível; por outro, ficou claro que a equipe londrina não jogou na mais alta intensidade, o que pode ser um sinal de alerta para o confronto desta sexta-feira (20), às 15h (de Brasília), no Lincoln Financial Field.
A análise do jogo de estreia do time inglês revela uma equipe com duas faces: uma dominante e controladora no primeiro tempo, e outra mais vulnerável e suscetível a sustos na etapa final. É natural que, contra o Flamengo, a intensidade e a concentração sejam outras desde o apito inicial.
Sob o comando do técnico Enzo Maresca, o Chelsea demonstrou um estilo de jogo agressivo e propositivo. Contra o LAFC, Maresca até se deu ao luxo de poupar uma de suas principais peças, o meio-campista argentino Enzo Fernández, que começou no banco.
Com a bola, a equipe se postou em um ousado esquema 3-2-5. O lateral-esquerdo Cucurella avançava para atuar como um meia ao lado de Cole Palmer, liberando os velozes pontas Pedro Neto e Noni Madueke.
Na defesa, o lateral-direito Reece James recuava para formar uma linha de três zagueiros. A marcação pressão na saída de bola adversária foi uma constante, com os defensores posicionados próximos à linha do meio-campo.
Foi justamente em uma recuperação de bola, após forçar o erro do time americano, que o Chelsea abriu o placar. Nicolas Jackson, um centroavante móvel que participa da construção, puxou um contra-ataque e serviu Pedro Neto, que marcou um belo gol.
A velocidade de Madueke pela direita também foi uma arma perigosa, embora o jovem ponta ainda peque na tomada de decisões.
Se o primeiro tempo foi de controle absoluto, a segunda etapa expôs as fragilidades defensivas do time londrino. As entradas de Enzo Fernández e Malo Gusto nos lugares de Lavia e Reece James, respectivamente, trouxeram mais qualidade ao meio-campo, mas cobraram um preço na defesa.
Gusto, ao contrário do sólido James, teve enormes dificuldades para conter o atacante Denis Bouanga do LAFC. Este parece ser o caminho para o Flamengo: os lados do campo. Com Cucurella se projetando ao meio, espaços são deixados em suas costas. Se Malo Gusto for o titular na direita, sua inconsistência defensiva pode ser explorada.
O Los Angeles FC entendeu isso e criou suas melhores chances no segundo tempo, atacando justamente esses setores. Em um dos lances, Bouanga recebeu nas costas de Gusto e quase empatou. Em outro, o time americano teve quatro chances de marcar na mesma jogada, explorando o espaço deixado por Cucurella.
Apesar da pressão sofrida, o Chelsea demonstrou seu poder de fogo ao "matar o jogo" em um contra-ataque. Novamente pela direita, Palmer encontrou o atacante Liam Delap, que cruzou para Enzo Fernández dar números finais à partida.
O Flamengo encontrará um Chelsea que buscará ditar o ritmo do jogo, pressionando a saída de bola e utilizando intensamente seus pontas. O volante equatoriano Moisés Caicedo é o motor da equipe, participando de todas as fases do jogo.
Por dentro, a visão de jogo e a finalização de Cole Palmer, aliadas à qualidade de Enzo Fernández, representam um grande perigo.
No entanto, a defesa inglesa não é intransponível. A chave para o Flamengo pode ser a transição rápida. Roubar a bola e atacar as costas dos laterais, especialmente se Gusto e Cucurella estiverem em campo, pode gerar as melhores oportunidades, assim como o LAFC demonstrou ser possível.
O time americano, mesmo com suas limitações técnicas, conseguiu criar chances claras quando se lançou ao ataque, parando em boas defesas do goleiro Robert Sánchez ou nos próprios erros.