URGENTE: JOGADOR DO TALLERES ACUSA BOBADILLA DE XENOFOBIA E ACIONA A POLÍCIA MILITAR | OneFootball

Navarro concede relato do ocorrido a PMs no Morumbi (Reprodução)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

A vitória do São Paulo sobre o Talleres nesta terça-feira (27), no Morumbi, pode gerar repercussões ainda maiores fora de campo.

Jogadores do clube argentino saíram de campo acusando o volante são-paulino Bobadilla de xenofobia contra o lateral-esquerdo venezuelano Navarro. O atleta e outros integrantes do elenco e comissão técnica do adversário foram até o posto da Polícia Militar no Morumbi relatar o ocorrido e denunciar o paraguaio do Tricolor.

Após a partida, o jogador do Talleres foi às redes sociais e contou sobre o ocorrido.

"Quisera poder ter em minhas mãos a solução para o problema de fome pelo qual passa o meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Mas não creio que pode se fazer muito contra a pobreza mental", escreveu.

"Nunca me envergonharei das minhas raízes, irei até as últimas consequências frente ao ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil com Bobadilla", completou.

"Quero falar sobre um ato de racismo que nós sofremos. Nos dói porque estamos num lugar em que se promove muito a luta contra o racismo. Um companheiro nosso ficou muito triste. Não queria deixar passar simplesmente isso", disse o lateral-direito Augusto Schott, após a partida, na entrevista oficial de campo.

A confusão começou aos 41 minutos do segundo tempo, enquanto o São Paulo comemorava o segundo gol. Bobadilla e Navarro discutiram. O jogador do Talleres ameaçou deixar o jogo e chegou a chorar, literalmente. Acabou onsolado até mesmo por jogadores do São Paulo e pelo árbitro, mas em nenhum momento ele fez gestos que indiquem a abertura de protocolo contra racismo da Fifa, que consiste em cruzar os braços na altura dos punhos.

"Eu só quero ir para a casa. Ele (Bobadilla) sabe o que falou", disse Navarro, também no gramado do Morumbi.

Na entrevista coletiva após a partida, o técnico do Talleres disse que Bobadilla cometeu um ato de xenofobia contra o venezuelano.

"Se faz muita ênfase nesta competição sobre discriminação, e nós tivemos um jogador que foi discriminado no dia de hoje. Navarro sofreu um comentário ofensivo sobre a sua procedência. É algo que consideramos que não pode passar", disse Mariano Levisman.

Após a partida, Luciano foi o primeiro a ir de encontro a Bobadilla e tirou o paraguaio de campo correndo para evitar maiores problemas.

A PM chegou a ir ao vestiário do São Paulo para colher o depoimento de Bobadilla, mas o jogador deixou o estádio tão logo saiu de campo.

Vale lembrar que no grupo do São Paulo da Libertadores teve um exemplo de jogador punido (por quatro meses) pela Conmebol por xenofobia: Pablo Ceppelini, do Alianza Lima.

Segundo a Conmebol, o jogador uruguaio infringiu o artigo 15.1 do código disciplinar da entidade, que proíbe qualquer atitude que "menospreze, discrimine ou atente contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas por motivos de cor da pele, raça, religião, origem étnica, gênero ou orientação sexual".

De acordo com o jornalista argentino Germán García Grova, o jogador do Alianza Lima chamou um torcedor do Boca Juniors de "boliviano".