Jogada10
·19 de diciembre de 2024
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·19 de diciembre de 2024
Desde que Ronaldo Fenômeno acentuou suas declarações sobre o desejo de assumir a presidência da CBF, há quase uma semana, a movimentação nos bastidores da entidade cresceu.
Na sexta-feira, o atual dono da cadeira, Ednaldo Rodrigues, tratou de apresentar ideias para o futuro, reforçando o apoio com 26 federações estaduais. Os dirigentes, por sua vez, se declararam ao lado da situação.
Já no começo desta semana, além de confirmar que será candidato, Ronaldo se mostrou ávido por apresentar seus projetos.
Como um fenômeno, sua visão e faro para negócios são inquestionáveis. Gerir a SAF do Cruzeiro, ao mesmo tempo em que comandava o Valladolid, da Espanha, lhe deram casca. Além disso, o apoio dos futebolistas, entre eles, os de renome como Romário, são trunfos.
Mas para colocar em prática seu longo discurso – disponível nas redes sociais – com as promessas e a ruptura que pretende causar viajando Brasil afora, Ronaldo terá de, como um segundo ato, “destruir” as federações que inicialmente precisarão apoiá-lo.
Pelas normas que regem a CBF, a eleição pode acontecer a partir de março do ano que vem. Ou seja, um ano corrido antes do fim do mandato de Ednaldo: março de 2026. Mas dificilmente a entidade antecipará o pleito.
Não custa lembrar que, para ser candidato, Ronaldo precisa da assinatura de, ao menos, quatro das 27 federações e quatro clubes dos 40 que estão nas Séries A e B do Brasil. Só assim poderá registrar a chapa.
Embora a tarefa seja árdua, é possível formar novas alianças estaduais. Ora, como esquecer que alguns dos atuais apoiadores de Ednaldo já se opuseram a ele pouco tempo atrás… especificamente no fim de 2023.
A corrida por uma ruptura na CBF em todos os aspectos já começou. A saber: no modelo de gestão e no modo com o qual o futebol é administrado “profissionalmente” no país.
Vivemos no Brasil com um jogo de valor inestimável e uma organização marcada por interesses não admitidos. Por uma estrutura de poder e influência que permanece há decadas, atendendo a vontades que não são as prioridades do jogo no Brasil.
O progresso do futebol na Terra Papagalli só se dará quando o tratamento em relação aos campeonatos nacionais e à Seleção Brasileira for de primeira grandeza.
A possibilidade de vermos um ex-jogador assumindo a cadeira é louvável. Mas não é certeza de nada. Em caso de triunfo nas próxmas eleições, caberá a Ronaldo convencer as federações estaduais – as que, de fato, determinam o que acontece no país -, de que o status quo não é saudável.
Caso contrário, por mais que Ronaldo entre, a estrutura de poder será mantida. E o futebol brasileiro seguirá em caminhos tortuosos.