Tombense x Atlético: coletiva de imprensa com Cuca | OneFootball

Logo após a vitória do Atlético contra o Tombense, que valeu a vaga na final do Campeonato Mineiro, o técnico Cuca concedeu entrevista coletiva no estádio Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Veja a transcrição, na íntegra, das perguntas e respostas da coletiva de imprensa do comandante do Galo:

Pergunta: Mais uma final de Campeonato Mineiro para o Atlético e para você. Queria que você falasse sobre o jogo de hoje e a classificação. Você sai satisfeito?

Cuca: “Sim, saio satisfeito com a entrega dos jogadores, e com a qualidade do jogo. Intensidade muito grande, marcação forte no campo de ataque, sem deixar o adversário ter o controle do jogo. Tentando fazer os gols, criando diversas oportunidades. Acho que fizemos um jogo melhor do que o outro da semifinal. Dentro a semana que tivemos, desgastante, acho que foi bem jogado. Pessoal está de parabéns”.

“Não é fácil atingir esse nível em tão pouco tempo, e temos espaço para crescer. E numa reformulação que ainda está sendo feita, em fase final. Com 40 dias de trabalho, início de ano, está ótimo. É a sétima vitória seguida, o sétimo jogo sem sofrer gols. Algo que o Atlético fez pela última vez nos anos 1980. E a gente está muito contente com tudo que está sendo produzido. Temos que comemorar de foma comedida, interna, e nos preparar bem nessas duas semanas para jogar as finais”.

Pergunta: hoje você teve uma formação inédita, com Cuello, Rony e Scarpa por trás do Hulk. O famoso 4-2-3-1 que você gosta tanto. Mas com mobilidade incrível. Queria que você falasse sobre usar esses jogadores, e se, de repente, é seu modelo ideal…

Cuca: “O sistema tático vai variando de acordo com a situação. Quando o Franco entra para iniciar o jogo, temos o terceiro zagueiro. Quando você afunila os dois alas ao mesmo tempo, o Arana e o Natanael, você faz os dois alas, uma linha de cinco na frente, com os três ataques. Não temos um sistema só para jogar. Quando o Rony entra junto com o Hulk, há o 4-4-2. Quando os atacantes vão à frente com o Rony e Hulk, é o 4-2-4. Isso que é legal. O sistema vai variando, e isso a gente conversou com os jogadores, vamos mostrando em slides, para eles entenderam que a rotatividade faz isso. Quando você tem jogadores versáteis, consegue fazer isso. E eles estão de parabéns”.

Pergunta: O Atlético chega à 19ª final consecutiva do Mineiro, e você nunca perdeu um Estadual em Minas Gerais. É um título que, algumas vezes, não é tão valorizado. Mas qual a importância de ser finalista outra vez?

Cuca: “Eu entendo que você fala que o título não é tão valorizado. Mas perca ele para você ver… Não é só o Atlético, para qualquer time grande, você perde e já fica pressionado com três meses de trabalho. Então, vale muito! Nós vamos fazer de tudo para vencer esse campeonato. Mas sabemos que do outro lado tem uma equipe qualificada, que evoluiu bastante. Que também está de parabéns por chegar à final”.

Pergunta: há alguma avaliação médica sobre o Hulk? Ele parece que saiu ali mais para ser preservado. E essa intensidade física do time, o Galo começa bem no ano, que briga por cada bola. Foi algo que você teve que trabalhar muito ou é algo natural?

Cuca: “Do Hulk, é mais poor prevenção. Não sabemos se ele tem uma lesão ou não. Não precisava voltar tendo o risco de abrir. Agora, temos um tempinho para curá-lo. E a intensidade, a gente trabalha muito, desde o aquecimento, trabalhos curtos. Os jogadores vão se acostumando a isso. Se eles fazem no treino, irão repetir no jogo. Depende muito da boa vontade deles. E eles têm tido boa vontade. Lógico que não dá para jogar 90 minutos nessa mesma velocidade. Então, tem hora que você abaixa as linhas, e tendo velocidade quando o campo fica mais espaçoso para nós.

Pergunta: Queria falar sobre o Guilherme Arana. Ele vinha passando por momento de oscilação, com futebol abaixo do que estamos acostumados. Mas, hoje, participou bem ofensivamente, com gol anulado. Qual avaliação do momento do Arana e, se de alguma forma o Cuello atuando mais aberto pelo campo, contribuiu?

Cuca: “O Arana você tem que levar em consideração que ele está mudando de companheiro para jogar ao lado dele, então é preciso um tempo para eles se entenderem, abrir espaço para ele por dentro ou por fora. Então, é um jogador inteligente. Além do gol (anulado), ele teve outra bola que passou muito perto. Cruzamentos bons que aconteceram. Ele fez uma grande partida. O Arana, quando ele é nota seis, seis e meio, a gente fica bravo com ele, por que estamos acostumados a vê-lo nota 8 ou 8,5, como ele foi hoje”.

Pergunta: O time do Galo já está com a cara do Cuca?

Cuca: “Acho que está com a cara do Galo. O Galo é assim, me lembro dos times que dirige. Joga para frente, marcação forte. Jogar para frente e ter sete jogos sem levar gol mostra o quanto o pessoal da frente está combatendo. Eles não são marcadores. E eles têm duas opções: ou correr 20 metros para diminuir espaços, ou correr 50 metros para trás. O que é melhor? O jogador gosta de correr para frente. Eles estão trabalhando bem isso”.

Pergunta: Queria que você falasse sobre o Everson, mais um jogo sem levar gol, defendeu oênalti. No seu contexto, qual nível você avalia o Everson? Seria goleiro para Seleção?

Cuca: “Todo o time tem uma grande confiança no Everson, não só a defesa, com as mãos, mas o trabalho com os pés, isso dá uma segurança enorme. É o nosso líbero quando você joga em linha alta. Está sempre bem poscionado, saída de jogo sensacional. Eu acho que se o Dorival (Júnior, técnico da Seleção Brasileira), o pessoal lá quiser contar com ele para uma Copa aí, eu acho que ele está no ponto. Há outros goleiros bons, atravessando bons momentos no Brasil, mas o Everson não deve nada a nenhum outro”.