Sem uma única treinadora na Liga BPI: a exceção de 2025/26 quebra série de 30 anos | OneFootball

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·22 de agosto de 2025

Sem uma única treinadora na Liga BPI: a exceção de 2025/26 quebra série de 30 anos

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A época 2025/26 da Liga BPI começa com um dado histórico - e algo inquietante: pela primeira vez em três décadas, não haverá uma única mulher no comando técnico de nenhuma das dez equipas participantes.

São dez clubes, dez treinadores, todos homens. A ausência total de treinadoras quebra uma linha de continuidade que, desde meados dos anos 90, sempre garantiu a presença feminina nos bancos da principal liga de futebol feminino em Portugal, ainda que muitas vezes em minoria.


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O contraste é marcante: num campeonato que tem crescido em visibilidade, a representatividade feminina na função de liderança técnica cai para zero. Desde 1995/96  - segundo a base de dados do zerozero - que não acontecia na divisão mais alta do futebol feminino em Portugal. Passaram 30 anos.

[n.d.r: tendo em conta que ainda não existe qualquer pronunciamento oficial sobre a situação do Damaiense, esta análise é baseada nos atuais dez clubes que fazem parte da edição 2025/26 da Liga BPI.]

Cinco em 2024 reduzidas a... nada

A temporada passada iniciou-se com quatro treinadoras no cargo e, a meio do percurso, juntou-se mais uma. Benfica, Sporting, FC Famalicão e Clube de Albergaria começaram a época com mulheres ao leme, enquanto o Estoril Praia integrou Liliana Dinis durante a caminhada.

Filipa Patão e Rita Castro e Silva completaram toda a época de 2024/25 nos respetivos clubes, ao passo que Mariana Cabral e Joana Silva acabariam por sair. No total, cinco mulheres estiveram no comando técnico de equipas da Liga BPI na última temporada.

O cenário muda em 2025/26. A redução do número de participantes deixa a competição com dez equipas conhecidas até ao momento - e nenhuma delas terá uma treinadora principal no banco.

As duas últimas representantes da época anterior também se despediram: Filipa Patão deixou o pentacampeão Benfica para abraçar o projeto de Boston Legacy, sendo substituída por Ivan Baptista, enquanto Rita Castro e Silva abandonou o FC Famalicão, que entregou a equipa a Júnior Santos.

Já nas formações que conquistaram a subida, mantém-se a continuidade: Ivo Roque segue no comando do Vitória SC e João Marques permanece ao leme do Rio Ave.

Nos restantes emblemas, o cenário é semelhante. Micael Sequeira continuará no Sporting, tal como Zé Nando no Valadares Gaia, Manolo Cano no Racing Power e Gonçalo Nunes no Torreense. Marwin Bolz assumiu o SC Braga e Luís Gabriel regressou ao Marítimo.

30 anos de tendência quebrada

De acordo com a base de dados do zerozero, está prestes a quebrar-se uma tendência com três décadas. Desde 2002/03 que, ininterruptamente, houve sempre pelo menos uma mulher a liderar uma equipa na I Divisão do futebol feminino português.

A presença feminina nos bancos de suplentes até ganhou força nos últimos anos, mas, de repente, desapareceu. Desde 2018/19 que a principal liga feminina contava sempre com mais do que uma treinadora principal.

A exceção mais recente aconteceu em 2022/23: apenas duas mulheres em funções - Filipa Patão e Mariana Cabral - num campeonato com 12 equipas.

Já em 2017, Paula Pinho tinha sido a única a resistir. A técnica do Clube de Albergaria foi a last woman standing nessa época, assegurando sozinha a representação feminina no comando técnico.

O seu nome junta-se a outros que impediram que a presença de treinadoras se extinguisse: Alfredina Silva, Helena Costa, Madalena Gala e são alguns dos rostos que mantiveram viva a continuidade feminina na I Divisão.

Até 2025/26. Que começará sem essa representação. Veremos se a terá no decorrer.

O histórico de treinadoras em 30 anos da Liga

* a base de dados do zerozero está em constante atualização, mas, de momento, ainda não existem informações completas atualizadas de todas as edições da I Divisão Nacional feminina

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