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·29 de mayo de 2025
Secretário de Estado diz que “deve ter havido razões” para não expulsar Matheus Reis

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As declarações do secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, em reação ao comunicado do Benfica após a final da Taça de Portugal, revelam um preocupante alheamento face à gravidade dos acontecimentos no Jamor. Ao apelar à “tranquilidade” e escudar-se na transição de Governo, Pedro Dias demonstrou mais preocupação com o calendário político do que com a legitimidade do protesto encarnado.
«As decisões tomadas em contexto que não são a frio… O governo está em gestão, muito brevemente vai estar em funções um novo. As instituições desportivas vão ser ouvidas para várias questões que são pertinentes e carecem de análise.»
«Temos de ter consciência que neste momentos precisamos de ter momentos de tranquilidade. A época desportiva está a terminar, há modalidades com competições importantes a acontecer», frisou, remetendo quaisquer explicações adicionais para a tomada de posse do novo executivo chefiado por Luís Montenegro. Pedro Dias frisou ainda que «este clima não é benéfico para que decisões ponderadas aconteçam».
A tentativa de relativizar o polémico lance entre Matheus Reis e Belotti, remetendo explicações para “depois da posse do novo executivo”, é uma resposta que fica aquém das exigências de transparência e rigor que o futebol português reclama. O apelo à reflexão, quando o silêncio institucional tem sido regra em face de erros graves de arbitragem, soa a condescendência e não a liderança.
Pedro Dias afastou qualquer crítica à atuação do VAR e do árbitro Luís Godinho, afirmando que “se houve essa decisão, é porque deverá ter havido razões para que tal acontecesse. O Governo não pode, em circunstância alguma, interferir nessas questões”. Uma posição que banaliza um erro com forte impacto competitivo e que motivou já um inquérito do Ministério Público.
Num momento em que o futebol nacional pede mudanças, o Governo opta por palavras vagas e mãos lavadas. E isso, sim, alimenta a instabilidade.