Diário do Peixe
·24 de mayo de 2023
Santos vê conversa com dono do PSG alinhada com pensamento sobre ‘investimento no futebol’

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·24 de mayo de 2023
Nasser Al-Khelaifi é presidente do PSG e também CEO do Qatar Sports Investment (QSI) (Crédito: Divulgação/ Paris Saint-Germain)
O Santos negocia com a Qatar Sports Investments (QSI), empresa do governo do Catar e que é responsável por cuidar do futebol do Paris Saint-Germain, um investimento no clube para os próximos anos. A negociação foi divulgada pelo GE nesta terça-feira e reforçada por alguns dos principais jornais franceses, como o L’Équipe e o Le Parisien.
O DIÁRIO DO PEIXE apurou que a principal exigência do Santos é ser o dono da parte majoritária nas negociações, mesmo tratando “apenas” de um investimento e não uma transformação do clube em SAF e compra dela pela QSI. Em Portugal, por exemplo, o grupo comprou 21% do Braga. Segundo os jornais franceses, a QSI tem interesse em expandir seus investimentos em futebol em outras partes do mundo.
O Santos chegou a receber sondagens de investidores nos últimos anos, mas esbarrou nessa questão: quem quer investir dificilmente aceita não ter o controle total das decisões do clube. Isso afastou as possibilidades de negociação.
Apesar do otimismo após as negociações caminharem, o Peixe ainda vê muitas barreiras e tenta alinhar um possível acordo. O intermediário das conversas é o pai do atacante Neymar. Recentemente, ele esteve na Vila Belmiro para acompanhar junto com Neymar Jr. o duelo contra o Audax Italiano, pela Sul-Americana.
Já que, teoricamente, a empresa não será dona da maior parte dos direitos do time santista, a Qatar Sports Investments (QSI) quer garantias de como o dinheiro será investido e quais as expectativas de retorno principalmente dentro do campo.
Em setembro de 2022, Rueda participou do evento Brasil Futebol Expo e citou problemas financeiros que fizeram clubes brasileiros optarem pela SAF. Por outro lado, vê com bons olhos uma parceria de investimento – como vem sendo feito na negociação inicial com a Qatar Sports Investments (QSI).
“Agora você ter investidor no clube, você possa passar para ele, uma coisa que a maioria dos clubes não sabe fazer, gestão de clube e gestão de futebol. Através de um acordo de acionista, eu acho a melhor posição. Quando descobrimos por três anos que a gestão foi horrível, o máximo que conseguimos é expulsar o presidente. E daí? O dano já foi feito. Quando passa a governança por alguém quem já conheça, ele passa ser fiscalizado por um banco central. Tenho certeza de que vai mudar de patamar”, disse.
Ainda no final do ano passado, os sócios do Santos aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária, a alteração do Estatuto Social do Clube. No total, o ‘sim’ teve 2.293 votos contra 1.127 votos ‘não’. E, entre os assuntos mais discutidos, a possibilidade da SAF passar a fazer parte do clube ganhou destaque.
As normas anteriores do estatuto travavam qualquer possibilidade de parceria para SAF, como fez Vasco, Cruzeiro e Bahia. Agora, caso o Santos receba uma proposta de qualquer empresa, o novo Estatuto do Peixe prevê algumas etapas para ser aprovada – ou não.
A venda do clube dependeria de um processo iniciado pelo Comitê de Gestão. O presidente Andres Rueda, no entanto, já declarou que é contra a SAF.
“Quando gente fala de SAF, precisamos entender o estágio do futebol brasileiro, infelizmente, por gestões passadas, numa grande maioria, eles conseguiram transformar uma indústria de muito dinheiro, em situação catastrófico. Não as todos os clubes, mas quando vamos analisar como chegamos nessa situação, ou porque passou por uma gestão amadora, ou porque teve dolo. Alguns clubes que hoje estão em um patamar acima, o que diverge dos outros, tentaram antes resolver isso. Eu costumo falar. Futebol tem uma característica. Ele consegue gerar jogadores ricos, dirigentes ricos, empresários milionários, e clubes falidos. Quando você tem essa situação, algo precisa ser feito”, comenta o cartola.