Jogada10
·9 de mayo de 2025
Relato íntimo de meia do Real Madrid sobre drama familiar comove torcedores

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·9 de mayo de 2025
Arda Güler abriu o coração sobre episódios íntimos de sua vida em uma carta publicada recentemente pelo ‘The Players Tribune’. Meia do Real Madrid, o jogador narrou abertamente como enfrentou obstáculos financeiros e emocionais durante a infância e adolescência na Turquia.
Promissor desde muito novo, Arda ouviu, ainda aos nove anos de idade, que a loja do pai seria fechada por dificuldades financeiras. “Estamos falidos”, disse-lhe o pai em uma de suas lembranças mais marcantes. O meia conta que, apesar da dificuldade, ainda se sentia grato por ter o que comer em casa. Entretanto, a responsabilidade de vingar no futebol dobrou.
A família enfrentou meses de dilema até concordar com a mudança do meia para Istambul, por um contrato com o Fenerbahçe. Segundo relato, sua mãe chorou sem parar no dia da despedida em Ancara, enquanto sua irmã, aconselhou: “Você precisa encher a geladeira”.
Já instalado na nova cidade, Arda não suportou a saudade. Pediu ajuda discretamente e, pouco tempo depois, os pais venderam a casa, fecharam novamente o comércio e mudaram-se para acompanhá-lo. “Apostaram tudo em mim”, recordou o atleta, que também detalhou o impacto emocional causado por uma grave cirurgia cardíaca enfrentada pela mãe.
Em agosto de 2022, ele recebeu a notícia da operação de emergência e não conseguiu sequer pensar em futebol. “Foi a primeira vez que não quis tocar numa bola”, confessou.
Güler conta, ainda, que não conseguiu vibrar mesmo após a conquista da Liga dos Campeões com o Real Madrid. “Não tive vontade de levantar o troféu porque não contribuí muito em campo”, desabafou. O meia conta até que se sentiu constrangido ao ser chamado ao microfone durante a comemoração no Estádio Cibeles.
A chegada ao Real Madrid ocorreu após um processo disputado. Apesar de várias outras propostas, a ligação do pai informando sobre o interesse do clube merengue mudou o rumo de sua carreira. Em uma chamada de vídeo descontraída, com camisa havaiana e charuto, Ancelotti pediu: “Me prometa que virá para Madrid”.
Durante a adaptação, Arda encontrou acolhimento no elenco. Alaba e Rüdiger falavam algumas palavras em turco e logo o apelidaram de “Abi”, termo cultural usado na Turquia para designar respeito a um irmão mais velho. Curiosamente, o apelido permaneceu mesmo entre os colegas mais experientes.
Güler também valorizou a relação construída com Modric. O croata o incentivou desde o início e lhe deu confiança em momentos importantes. “Estamos falando de uma lenda, que agora confiava em mim para virar o jogo”, disse.
Segundo o jogador, viver em Madri exige mais do que bom futebol. “É fácil jogar aqui. Difícil é aprender espanhol, se adaptar à cultura e manter os pés no chão”, pontuou. Mesmo no auge, a família continua próxima. A mãe visita o filho todo mês e insiste que ele mantenha o quarto arrumado. Com humor, ela reforça: “Se você não fosse jogador, estaríamos com problemas”.