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·18 de diciembre de 2024

Por vezes, até para a Rainha chegam serviços mínimos

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O Sporting teve um jogo bastante aquém das expectativas a nível qualitativo, onde precisou mesmo de ir a prolongamento, mas acabou por aproveitar um dos poucos erros de uma defensiva organizada do Santa Clara para vencer por 2-1. Uma vitória de serviços mínimos, suficiente para seguir em frente na Taça de Portugal.

Duas semanas depois, Sporting e Santa Clara voltavam a defrontar-se, agora a eliminar, para a Taça de Portugal. Do lado leonino, João Pereira apresentava exatamente o mesmo onze inicial que havia batido o Boavista (3-2). Por sua vez, do lado açoriano, Vasco Matos promovia uma pequena revolução no onze inicial, com seis mexidas face ao último jogo: NenecaGuilherme RamosPedro FerreiraGustavo KlismahnLucas Soares e João Costa saltavam para a titularidade.


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Leão insonso

Neste reencontro em Alvalade, o Santa Clara mostrou cedo que queria ter bola - apesar de se defender em bloco baixo, num 5x4x1, sem ela -, mas deparou-se com um Sporting pressionante e teve dificuldades em sair de forma pensada, começando a apostar ne velocidade dos seus alas na 2ª fase de construção. Do outro lado, o Sporting, fruto dessa pressão, começou a ter mais bola, mas foi-se demonstrando muito lento de processos, denotando toda a falta de confiança que advém deste mau momento.

Perante isto, o Santa Clara ia pressionando de forma zonal e até ia conseguindo recuperar a bola em zona adiantada, por vezes, até porque, do outro lado, o Sporting estava excessivamente dependente de iniciativas individuais, onde a ala direita - Catamo, especialmente - era a mais ativa. A falta de confiança leonina, de resto, ficou bem patente quando, aos 16', Quenda, com a baliza deserta, desperdiçou a melhor ocasião do Sporting, a passe de Catamo na direita (grande passe longo de Debast).

O Santa Clara ia fazendo o seu jogo, mostrando-se muito bem organizado defensivamente - nota para algumas perdas de tempo, para baixar o ritmo - e o Sporting parecia incapaz de penetrar no 5x4x1 açoriano com perigo, o que ia deixando as bancadas nervosas. Aos 40', o nervosismo foi substituído, momentaneamente, por festejos, quando o capitão Hjulmand marcou - com alguma sorte à mistura, porque a bola desvia no poste e costas do guarda-redes -, na sequência de um canto, mas o lance foi prontamente anulado por mão do dinamarquês. O leão estava ferido e nervoso, os Bravos iam-se aguentando.

Festa nervosa

Com tudo em aberto para a 2ª parte, Vasco Matos tentou munir a equipa de mais velocidade para a transição e colocou Gabriel Silva na frente, mantendo o plano de coesão atrás. Do outro lado, o Sporting continuava com a responsabilidade de ter bola e, a espaços, até mostrava um pouco mais de velocidade de processos - Quenda começou a aparecer mais, na esquerda. A cada minuto que passava, o Sporting arriscava mais - Debast ia controlando a profundidade e os contra-ataques - e, aos 59', Trincão também teve tudo para marcar, mas acertou num defesa.

O nervoso miudinho crescia cada vez mais e sentia-se à flor da pele, dentro e fora de campo - ao ponto de Esgaio ver vermelho, por protestos, aos 64'. João Pereira foi tentando dar armas à equipa para responder e ultrapassar essa barreira psicológica e adicionou, aos 72', Harder ao ataque. O impacto do jovem avançado foi imediato e, no minuto seguinte, aproveitou o cruzamento de Quenda na direita - e alguma passividade e falta de comunicação da defesa com o guarda-redes - para encostar para o tão desejado golo inaugural. Alvalade finalmente festejava.

Pela primeira vez, o Santa Clara estava obrigado a correr verdadeiramente atrás do prejuízo e Vasco Matos tentou dar vida com algumas substituições. O jogo continuava nervoso e não havia falta ou disputa de bola que não suscitasse barulho. O leão era agora obrigado a defender-se e com o jogo mais partido, veio alguma imprevisibilidade para os minutos finais. Aí, Harder foi entusiasmando com algumas arrancadas, enquanto na defesa os seus colegas seguravam o jogo. Contudo, o Santa Clara foi ameaçando, colocando mais gente na frente e testando.

Já nos descontos, Gabriel Silva e Guilherme Ramos quase gelaram Alvalade, mas essa missão coube a Pedro Ferreira, que, aos 90+8, na sequência de um canto, fez o 1-1 e levou tudo a prolongamento.

Salvos pelo erro

Apesar do cansaço acumulado do tempo regulamentar, até se viu algum atrevimento inicial no prolongamento, de parte a parte, mas o Sporting foi reassumindo as rédeas. Os leões foram pressionando, mas não desbloqueavam e tudo parecia encaminhado para as grandes penalidades, mas, aos 112', Frederico Venâncio fez um atraso terrível para o seu guardião, Gyokeres driblou-o e só teve que encostar para o 2-1 final.

O Leão avança na Taça, mas os fantasmas continuam a pairar.

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