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·23 de septiembre de 2024

Pedro Pinho terá faturado ao FC Porto cerca de 7.5 milhões de euros desde 2022

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De acordo com um artigo investigativo do jornal A BOLA, este mesmo órgão de comunicação social chegou à conclusão de que o agente Pedro Pinho, através das agências PP Sports e N1, obteve um total de 7,554 milhões de euros em comissões durante um período de duas temporadas – 2022/2023 e 2023/2024 – apenas com 11 transferências realizadas pelo FC Porto. A investigação, que se baseia em documentos que o jornal afirma ter analisado e em relatórios contabilísticos minuciosamente examinados, revela que, durante o período em questão (2022 a 2024), Pedro Pinho esteve à frente de mais de uma dezena de transferências de jogadores dos azuis e brancos, estando envolvido em 38% das operações da SAD durante essas duas temporadas.

A influência do agente é notável, uma vez que tinha ligações muito fortes a Pinto da Costa e, tal como o presidente do FC Porto, é um dos investigados pelo Ministério Público no âmbito da ‘Operação Prolongamento’, um processo que foi iniciado após uma reportagem da revista Sábado, publicada em 2021, que abordava um suposto desvio de fundos da Altice e do FC Porto, em particular no que diz respeito a transferências de jogadores.


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O montante elevado em comissões que Pinho recebeu é apenas a ponta do iceberg. A sua proximidade com os azuis e brancos começou como sócio de Alexandre Pinto da Costa na Energy Soccer, uma empresa de mediação, gestão de carreiras e representação de atletas. Posteriormente, Pinho seguiu o seu caminho e, como proprietário da PP Sports e N1, faturou, nos últimos anos, 20 milhões de euros do FC Porto. Esta realidade contrasta com a gestão atual de Villas-Boas.

O presidente do FC Porto comprometeu-se a reduzir significativamente os custos de intermediação. E de facto, no verão, durante as transferências da equipa principal e da B, o FC Porto pagou apenas 2,88 milhões de euros em comissões de intermediação. As 22 operações realizadas pela atual administração foram tornadas públicas no Portal da Transparência para consulta de sócios e do público em geral.

Percentagens mais elevadas

Outro ponto que A BOLA revela é que em muitas operações as empresas de Pedro Pinho cobraram comissões muito acima dos ‘normais’ 10%. Na transferência de Gabriel Veron do Palmeiras para o FC Porto, no valor de 10,250 milhões de euros, foi aplicada uma comissão de 17%, resultando em um ganho de 1,750 milhões de euros. Este não foi um caso isolado, uma vez que a mesma comissão de 17% foi aplicada na aquisição de Grujić ao Liverpool (9 milhões de euros com uma comissão de 1,5 milhões de euros), como se pode verificar na tabela que apresentamos com o conjunto de transações.

Relativamente a Pedro Pinho, houve também outras transferências com comissões superiores a 10%: Sérgio Oliveira, vendido ao Galatasaray da Turquia por 3 milhões de euros, resultou numa comissão de 1,082 milhões de euros (36%) – contabilisticamente, resultou numa menos-valia de 821 euros, após deduzir custos de intermediação, mecanismo de solidariedade e o valor líquido contabilístico do passe, entre outros. Tomás Esteves, transferido para o Pisa, também foi uma transação conduzida por Pinho: 20% de comissão, resultando em 220 mil euros sobre os 1,1 milhões de euros que o FC Porto recebeu dos italianos.

Adicionalmente, existem outros casos com valores superiores: Nico González, que se transferiu do Barcelona, teve uma comissão de intermediação de 13%, resultando em 1,1 milhões de euros para Pinho. Alan Varela, vindo do Boca Juniors, teve uma comissão de 15%, resultando em 1,2 milhões de euros em custos de intermediação para o agente.

Durante o período analisado (2022 a 2024), apenas a transferência de Diogo Leite para o Union Berlim foi realizada com a comissão de 10% que é comum entre muitos agentes (700 mil euros de intermediação). Abaixo disso, no caso de Pinho, apenas a aquisição do central Otávio ao Famalicão resultou numa comissão de 8%, o que ainda assim resultou em um encaixe de 1 milhão de euros.

Embora tenha havido algumas operações, ainda que poucas, com outros agentes que cobraram comissões inferiores – como David Carmo (4%), Eustáquio (5%), Iván Jaime (4%) ou Fran Navarro (6%) – e até mesmo sem comissão (Marchesín ou Samuel Portugal), a realidade é que, no total das duas temporadas, as comissões para agentes somaram 35,5 milhões de euros ao FC Porto. Se somarmos as comissões de gestão (percentagem que os agentes cobram aos clubes anualmente sobre os salários dos jogadores), o valor total ascende a 36,277 milhões de euros em duas temporadas, com Pedro Pinho a receber uma parte significativa deste montante.

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