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·2 de julio de 2025

Paiva, com trabalho nota 6, entende mais de futebol que Textor

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John Textor demitiu o treinador que colocou o Botafogo nas oitavas de final da Libertadores com uma pontuação superior a de 2024 na fase de grupos. Renato Paiva se insurgiu contra o inatingível “Botafogo Way” do sócio majoritário da SAF do Alvinegro e pagou um alto preço. Antes de perder o cargo, porém, o técnico português também classificou o Glorioso na Copa do Brasil, o deixou na porta do G6 do Campeonato Brasileiro com um jogo a menos e entregou um impressionante aproveitamento de 92,5% como mandante, o melhor, disparado, desde que o big boss arrematou o futebol do clube carioca. No Mundial de Clubes, superou o PSG, atual campeão da Europa, com uma aula de como neutralizar o ataque mais poderoso do planeta. Em contrapartida, perdeu o primeiro lugar da chave nos últimos minutos com a derrota para o Atlético de Madrid e caiu diante do Palmeiras – aí, sim -, com uma estratégia equivocada. Mas, na balança, o saldo é positivo, o que torna a ruptura unilateral injusta. O comandante não perdeu nenhum jogo por mais de dois gols de vantagem e tinha mostrado sinais de evolução, mesmo sem o estilo propositivo e ofensivo idealizado pelo empresário. Mais do que performar bem, futebol é ganhar partidas e levantar taças.

Textor cada dia mais centralizador

O Botafogo viajou aos Estados Unidos sem a obrigação de avançar no Grupo da Morte da Copa do Mundo. A missão era honrar a camisa e competir. O Glorioso foi além e chegou ao mata-mata com uma partida histórica para o futebol brasileiro. Depois, Paiva errou ao tratar o Palmeiras como outro gigante da Europa quando os dois times tinham iguais condições de realizar uma “trocação” justa. Não deveria esperar o Verdão para jogar no contra-ataque ou depender somente das defesas do goleiro John. Talvez tenha ido no automático. No entanto, uma chamada ou uma conversa para questioná-lo internamente resolveria a questão. Não este divórcio radical, sem ouvir a argumentação do treinador e com o dono se metendo a dar pitacos na equipe. Agora, o Mais Tradicional está sem treinador com três competições pela frente e terá de começar do zero com a temporada em andamento. Ainda há o temor até o anúncio do novo profissional. Afinal, Textor costuma demorar uma eternidade para fechar com algum comandante. A novela está apenas no início.


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Demonstração de força é apenas teatral

Frasista de primeira linha, Paiva, apesar de sair do Mundial nas oitavas de final, encantou outros treinadores que disputam o torneio ao distinguir o “futebol Walt Disney com o da vida real. De fato, com um trabalho nota 6 no Botafogo, conhece mais futebol do que Textor, cuja especialidade é o business e os bastidores, não os 11 que devem começar jogando. O time alvinegro, nem no melhor ano de sua história, alcançou o utópico “Botafogo Way” do magnata. Pelo contrário, em 2024, o competente Artur Jorge também jogou algumas vezes com três volantes. Há jogos que pedem leituras diferentes. Contudo, cada dia mais centralizador, sobretudo após sair da linha de frente do Lyon, o norte-americano deixou um recado claro ao demitir o português: “Ou joga como eu quero ou rua”. Um sinal teatral de força e com desejo de jogar para a torcida, que nunca teve simpatia por Paiva. O próximo treinador do Glorioso terá, então, que abaixar a cabeça e acatar a filosofia do big boss. Infelizmente, é do jogo. Textor é o dono e terá sempre a palavra final.

Incoerência

O mecenas, ao interromper um trabalho de apenas quatro meses, incorpora o método de velhos cartolas brasileiros, abandona a promessa de uma gestão mais profissional e nega a condição de clube-empresa do Botafogo. Não respaldou Paiva, conforme havia assegurado em fevereiro, depois da recusa de outros profissionais. Só faltou invadir o vestiário, aos berros, com um pé na porta, para virar a caracterização perfeita dos velhos dirigentes. Mas o bilionário da Flórida preferiu terceirizar a tarefa de mandar o seu treinador embora aos diretores. A coerência passou longe.

*Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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