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·28 de marzo de 2024

O que aconteceu com a Tuna Luso?

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Continuando a série “O que aconteceu”, chegou a vez da tradicional Tuna Luso, que já teve seus momentos de glória e hoje está bem aquém ao que era.


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História

A Tuna Luso Brasileira foi fundada em Belém, em 01 de janeiro de 1903, por 21 portugueses liderados pelo “caixeiro” Manoel Nunes da Silva. Inicialmente, o clube foi denominado como Tuna Luso Caixeral, e cada termo do nome tem um significado.

Tuna – Termo português que se refere a um grupo musical de jovens, fazendo referência a Manoel, que comandava uma orquestra que tocava canções para amenizar a saudade de Portugal no Porto de Belém;

Luso – Homenagem à Portugal;

Caixeral – Referência aos caixeros (comerciantes).

A princípio, a Tuna não era uma equipe de futebol, mas um grupo musical. Em 1906, o esporte chegou ao clube com a criação do departamento náutico da Tuna Luso, possibilitando a prática do remo. A equipe foi um dos destaques da modalidade, conquistando um deca-campeonato estadual e ficando conhecida como “Rainha do Mar”.

O futebol só chegou ao clube em 1915, inicialmente de forma amadora, e a profissionalização ocorreu apenas na década de 1930, período no qual venceu seus primeiros títulos estaduais, em 1937-38. Em 1932, foi iniciada a construção de seu estádio, o Estádio Francisco Vasques.

Nas décadas de 1940 e 1950, vieram mais cinco títulos estaduais, com destaque para o troféu de 1958, que deu o direito à Tuna de participar da Taça Brasil de 1959, reconhecida oficialmente até meses atrás como o primeiro Brasileirão da história. A Tuna também participou do Torneio Internacional de 1949 em Paramaribo, capital do Suriname, junto com clubes locais, dos Países Baixos, da Guiana Francesa e da Guiana. Os paraenses venceram o torneio e foram motivo de orgulho nacional.

Pulando para a década de 80, a Tuna Luso ganhou seu primeiro título nacional oficial, que foi a Série B de 1985 (na época chamada de Taça de Prata), além de seus últimos dois estaduais, em 1983 e 1988, acumulando dez títulos paraenses ao todo. Por fim, seu último título relevante foi a Série C de 1992. Uma curiosidade da Tuna é o fato de Paulo Henrique Ganso ter passado pelo futsal do clube quando criança.

A crise

Antes de falarmos da crise, é necessário um esclarecimento: a Tuna Luso não é definida como um clube de futebol, mas sim um clube com futebol, já que disputa outras modalidades. Portanto, como a página é focada em futebol, focaremos em falar deste esporte.

Ao decorrer da década de 90, a Tuna passou por altos e baixos, com alguns rebaixamentos em âmbito nacional e disputas por títulos no Pará, destacando-se o vice estadual em 1996 e a boa campanha nos módulos verde e branco na Copa João Havelange de 2000. Com a chegada do século XXI, o clube caminhou de mal a pior, sendo rebaixado no estadual em 2013.

Na década de 2010, a Tuna passou longos anos na segunda divisão estadual e, por consequência, sem divisão nacional. Um dos principais motivos para isso estava na administração do futebol da equipe, que, segundo Samuel Cândido, volante cruz-maltino nos anos 90 e técnico em 2014, em entrevista ao @geglobo, não tinha planejamento algum, nem ao menos nas categorias de base.

Como é de praxe em vários clubes decadentes, a Tuna Luso também está com dificuldades financeiras. Em 2021, durante a pandemia, a equipe abriu uma vaquinha para arrecadar fundos, campanha denominada como “Pix da Águia”, pois estava tendo dificuldades para manter suas estruturas com o lockdown, e torcedores pediram para ajudar o clube, mostrando o fanatismo desta grande torcida.

Em suma, podemos dizer, de forma bem vaga, que a crise da Tuna Luso foi originada pelo típico combo de incompetência esportiva e má gestão financeira, incluindo diversas trocas de técnico.

Recuperação?

Após longos anos, a Tuna voltou a disputar a elite estadual em 2021, e conquistou uma vaga na Série D, após 15 anos sem divisão nacional. No ano seguinte, fez uma campanha fraca no torneio nacional, não passando da fase de grupos. Porém, ao disputar a Série D em 2023, ficou em 2º lugar no grupo A, avançando para o mata-mata. Infelizmente para os paraenses, a equipe foi eliminada pelo Maranhão nos pênaltis na segunda fase. No Paraense, conseguiu avançar às quartas de final e foi eliminada pelo Paysandu, ficando sem divisão nacional para 2024.

A atual mandatária da instituição, Graciete Maués, recebeu muitas críticas da torcida em momentos difíceis no futebol, mas se mantém no cargo desde 2020. Ela pegou o clube em uma situação bastante delicada, especialmente nas finanças, mas têm conseguido bons resultados no comando da equipe.

Graciete pagou algumas dívidas do clube, mas o aperto financeiro continua, o que impede que a equipe dê passos maiores. Por este motivo, uma de suas prioridades até o final de seu mandato será a aprovação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) da Tuna Luso. O principal interessado é o ex-jogador Mariolino Costa, que pretende trazer ao clube uma arena moderna e repassar 30% das receitas da SAF à Tuna, mas não apresentou valores. Porém, a proposta deve passar pela Assembleia Geral do clube, cujo presidente, Jacintho Campina, é contra.

2024

A temporada da Tuna até aqui é positiva. O time chegou na semifinal do Campeonato Paraense e garantiu vaga na Série D de 2025. Porém perdeu o primeiro jogo da semi, contra o Remo, por 2 a 1.

Conclusão

A Tuna Luso passou por gestões muito ruins ao longo de sua trajetória, e a saída do buraco não é fácil, pois as condições financeiras para investir e potencializar o elenco e a estrutura são ínfimas, conforme foi descrito. Apesar disso, com muito trabalho, eficiência e tempo, a Tuna pode, sim, voltar aos seus tempos de glória.

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