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·4 de julio de 2024

O Galo poderia (e deveria) estar jogando muito mais, mas há momentos em que você só pode fazer o que você pode fazer

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Por Hugo Fralodeo 4 jul 2024 – 20:03

As últimas exibições do Atlético foram brochantes, não tem outra palavra. Aliás, tudo que tem acontecido no Clube é desanimador. Mas esse papo fica para outro momento. Dentro de campo, a situação é preocupante. Um futebol lastimável, frustrante, pobre. O coração da esperança ainda bate só porque sabemos o que a turma pode fazer e está claro que não é por falta de entrega que a coisa não tem andado.


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Ontem, para variar, errei. Chamei o Alvinegro de apático diante do Flamengo. Apatia implica em indiferença, insensibilidade emocional, falta de interesse. Não. Diferentemente de tempos recentes – que não quero me lembrar -, jogadores, comissão técnica e o restante do departamento de futebol – que também merece um dedo de prosa em breve – sentem bastante a falta de resultados e, principalmente, de qualidade de jogo.

Não estou isentando ninguém de culpa. É óbvio, Milito e sua trupe, o grupo de jogadores, Victor e seus associados e Sérgio Coelho, o líder do comitê de futebol, todos eles, sem excessão, têm suas parcelas de responsabilidade. Os desfalques atrapalharam muito, é verdade, mas dava para estar um pouquinho melhor. Tive a pachorra de prever (e acertar) certos movimentos do Mariscal para suprir a falta que determinadas peças fazem. Gente, o Atlético chegou a ter de ir para jogo com 16 jogadores de linha disponíveis. Não há time que aguente isso.

Foi falado que a falta de entrosamento e ritmo de titulares pesaram e influenciaram no empate diante do Atlético-GO. Que o gol deles teria saído pela dificuldade na armação de uma linha de impedimento com jogadores que não estão lá tão acostumados a jogar junto. Em partes, dá para concordar, mas aquele gol mostra todos os problemas que o Atlético vem enfrentando.

Óbvio, nunca será bom para uma equipe a cada partida ter uma defesa reformulada, um meio-campo modificado, um ataque diferente e um posicionamento novo para diversas peças que vão precisando se acostumar a situações adversas com o trem andando. Não me entenda mal, eu talvez seja o maior defensor da difusão dos conceitos que explicam as diferenças e relações entre função e posição e, como disse muito bem Milito após a derrota para o Flamengo, resumindo em palavras mais porcas: “improvisar” é obrigar o jogador a desempenhar algo que ele não é capaz, em uma posição que ele não tem condições de contribuir ao time. Mas, pense bem, Fuchs já rodou por todas as três posições da primeira linha, Battaglia sobe para a segunda e desce para a defesa, Scarpa vá para a esquerda e volta momentaneamente para a direita, Cadu vai para as pontas, faz a de Hulk, depois a de Paulinho, que inverte com Zaracho, que desce para a volancia, Igor Gomes entra e sai do time… tá vendo? E isso não é culpa do treinador, que tenta encontrar soluções para problemas que ele não criou.

Tudo que tem sido feito durante os treinamentos na Cidade do Galo são remendos. Suturas emergenciais, melhor dizendo. Com o pouco que tem, Gaby vai se virando para estancar as feridas abertas na partida anterior: se falta criatividade contra o Palmeiras, Scarpa volta para o lado direito contra o Vitória. Se os gols do Vitória saem pelo lado esquerdo, Scarpa volta a atuar por ali contra o Fortaleza. Se falta balanço defensivo contra o Fortaleza, mais zagueiros contra o Internacional. Se faltou ímpeto ofensivo contra o Internacional, os atacantes voltam contra o Atlético-GO. Se o gol do Atlético-GO saiu pela falada falta de entrosamento da defesa, que estava mais lenta, mudamos a defesa mais uma vez para o próximo jogo, com um pouco mais de velocidade para combater o lado forte do Flamengo e com a volta de Battaglia ao lado de Fuchs para tentar dar mais segurança. Não deu.

Antes que você diga que estou defendendo a ideia arcaica de ter 11 titulares e escalar o mesmo time até todo mundo estourar, acredito que a rotatividade de peças é especial para manter as pernas frescas, principalmente, mas também em determinadas circunstâncias de jogo. Pode ter momento bom para usar o João, mas em alguns momentos vai ter de de ser o Zé mesmo. Apesar, contudo, todavia, mas, porém, uma coisa é alterar duas, três peças circunstancialmente, outra é precisar montar um time novo a cada rodada. É um pesadelo.

Não que tudo vá melhorar em um passe de mágica. As coisas não vão se ajeitar sozinhas, mas, quando Milito tiver a galera toda à disposição, questão de uma semana, tudo tende a ir se encaixando. Para quem está descrente, ainda dá tempo, até no Brasileiro, podem ficar tranquilos. Disse e repeti, Milito precisava que a força do acaso lhe permitisse ter resultados para comprar o tempo que sustentaria seu crédito com a Massa, que, pelo que ando vendo, tem entendido que o trem está tão feio para o lado dele quanto o nosso, ele é um de nós. Pelo acaso, sorte, reza, ou seja lá o que for – só quero deixar o texto mais bonito, o motivo é o grande início de trabalho, que provou do que ele e seus atletas podem fazer, claro -, outras áreas do Atlético, com desempenho até pior que o do time que tem entrado em campo, vão desviando o foco e livrando a cara de quem bate ponto na Cidade do Galo. Pelo menos por enquanto.

Quando você não pode fazer nada além do que está ao seu alcance é complicado. Por mais que você queira agir, quanto mais você tenta, parece deixar tudo mais complicado. O departamento de futebol do Galo já foi muito dado como “alimento e entretenimento” para a torcida. Não é mais o caso. Não tem treinador para se pedir a cabeça, nao tem jogadora para se exigir raça, não tem diretor para se cobrar por movimentos no mercado, não tem presidente para se pedir por presença e cobrança ativa no CT, não tem. Se, quando o DM esvaziar, os selecionáveis terminarem de voltar e os reforços puderem estrear, o trem continuar descarrilhado, aí é para se preocupar. O que podemos fazer neste momento é torcer.

Este texto é opinativo, de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal Fala Galo.

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