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·2 de julio de 2025
Museu do Flamengo está sem curador há mais de um ano, aponta jornalista

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·2 de julio de 2025
O projeto de consolidação do Museu do Flamengo como um dos principais pontos turísticos e culturais do Rio de Janeiro enfrenta um período de indefinição.
Segundo o jornalista Tulio Rodrigues, do blog "Ser Flamengo", o museu tem operado sem curador há mais de um ano e seu plano de expansão, aprovado anteriormente pelo Conselho Deliberativo, está sob risco devido a um novo interesse comercial da diretoria do clube para o espaço.
A função de curador, essencial para a gestão e narrativa de um acervo histórico, está vaga desde o falecimento de Eduardo Vinícius, em 27 de junho de 2024. Vinícius ocupava o cargo desde a inauguração do espaço, em agosto de 2023.
A indicação de um novo profissional é uma responsabilidade do clube, que deve atuar em conjunto com a Mude Brasil, empresa que administra o museu.
As atribuições de um curador incluem desde a seleção e contextualização das peças em exposição até a organização de mostras, a preservação do acervo e a garantia de que a comunicação com o público seja eficaz.
A operação do museu é regida por um contrato de parceria com a Mude Brasil, válido até 2033. Segundo Tulio, a empresa financia toda a operação por meio de patrocínios privados e leis de incentivo, sem custos diretos para o Flamengo.
Em contrapartida, o Patrimônio Histórico do clube é responsável pelo acervo, pesquisa, documentação e, crucialmente, pela curadoria.
O ponto mais crítico é o futuro do segundo andar do prédio. O plano original, que data de 2018, previa a expansão do museu dos atuais 1.200 m² para um total de 2.000 m². No entanto, a gestão atual avalia alugar esta área para a instalação de uma academia.
O vice-presidente de Patrimônio Histórico, José Antônio da Rosa, confirmou a existência de negociações com três empresas do setor. Segundo as informações, medições já foram realizadas no local na última segunda-feira, 30 de junho, para estudos de viabilidade do novo empreendimento, indicando que a proposta comercial está em fase avançada de análise.
A possível mudança de rumo contrasta com declarações feitas durante a campanha eleitoral. Luiz Eduardo Baptista (Bap), então candidato, incluiu em seu plano de governo a meta de "valorizar o Museu do Flamengo, buscando torná-lo um dos pontos turísticos relevantes do Rio" e, futuramente, "um dos cinco pontos turísticos mais importantes do estado".
A relevância do local foi recentemente chancelada pelo poder público. Em abril de 2024, por meio de um projeto de lei do ex-vereador Marcos Braz, que foi dirigente do clube, o Museu do Flamengo foi oficialmente incluído no roteiro turístico da cidade do Rio de Janeiro.
Diante dos fatos, o futuro do museu se encontra em uma encruzilhada: de um lado, a execução do projeto original de expansão cultural; do outro, a geração de uma nova receita por meio do aluguel do espaço. A decisão da diretoria definirá o próximo capítulo da história do local que preserva a memória rubro-negra.