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·28 de noviembre de 2024

Gabriel Milito, da corda bamba à final da Libertadores pelo Atlético-MG

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Revoltados, os torcedores do Atlético-MG chegaram a pedir sua cabeça após uma série de derrotas vergonhosas. Mas o técnico argentino Gabriel Milito ganhou vida nova ao levar o Galo à final da Copa Libertadores de 2024.

No momento em que as críticas aumentavam, na metade da temporada, Milito manteve a cabeça fria e a serenidade que o fizeram se destacar quando era zagueiro do Barcelona e da seleção argentina.


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O treinador hesitou em mudar a filosofia que prometeu dar às suas equipes quando iniciou sua carreira, em 2015: controle da bola, pressão asfixiante no campo do adversário e muita agressividade, uma cartilha parecida com a de um de seus professores, Pep Guardiola.

Com marcação em seu próprio campo, sem abrir mão dos contra-ataques e sem a obsessão pela bola, o Atlético chegou a duas finais na temporada.

Além da Libertadores, troféu que já levantou em 2013, o time mineiro chegou à decisão da Copa do Brasil, mas foi derrotado pelo Flamengo no início do mês.

“Quando começamos o nosso trabalho, jogávamos dessa maneira e tivemos resultado. Quando perdemos muitos jogadores, tivemos resultados negativos. Agora é preciso jogar à nossa maneira”, disse Milito, em setembro.

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Fase complicada

O bom desempenho nas copas foi ofuscado pela irregularidade do Galo no Campeonato Brasileiro, apesar do forte elenco com nomes como Hulk e Paulinho.

Faltando duas rodadas para o final do Brasileirão, o time ocupa a 10ª posição, que dá vaga na Copa Sul-Americana de 2025, e vem de oito jogos sem vencer (quatro derrotas e quatro empates).

Caso não vença a final contra o Botafogo em Buenos Aires, o Atlético ficará fora da próxima Libertadores e perderá a oportunidade de disputar o super Mundial de Clubes de 2025.

Amigo de Lionel Messi e irmão do ex-atacante Diego Milito, o treinador argentino encara as crises com muita autocrítica. “Estamos jogando abaixo da nossa capacidade. É uma fase complicada. É difícil encontrar uma explicação, mas temos que melhorar”, disse.

O mau momento antes da final continental voltou a esquentar o ambiente contra o argentino, que chegou ao Atlético em março, no lugar de Luiz Felipe Scolari.

Altos e baixos

Menos de 15 dias depois de assumir a equipe, levantou seu primeiro troféu como treinador ao conquistar o Campeonato Mineiro com vitória sobre o arquirrival Cruzeiro na final.

“Ele é um cara que ganhou muitas coisas como jogador, mas ainda não tinha sido campeão como treinador. É o primeiro de muitos aqui, podem ter certeza”, disse então Hulk.

A lua de mel durou pouco. O Atlético sofreu duras derrotas para Palmeiras (4 a 0), Vitória (4 a 2), Flamengo (4 a 2) e Botafogo (3 a 0) entre junho e julho no Brasileirão, e os pedidos de “fora Milito” se tornaram rotina.

Mas o argentino manteve a mesma resiliência dos tempos de jogador, carreira que encerrou aos 31 anos por “não suportar a questão física”.

Agora na beira do campo, em um trabalho “mais estressante”, seu corpo também sofreu. Depois de deixar o comando do Independiente em 2016, foi diagnosticado com diabetes tipo 1, “que apareceu por estresse”. A doença, já totalmente controlada, fez Milito “virar a chave”.

“Faço tudo para ir bem, para obter um bom resultado, para vencer, mas também sei que muito poucas vezes se ganha”, disse ao jornal argentino La Nación.

“Então, eu prestigio o processo, o caminho e aproveito. Também não acho que ganhar um campeonato vai mudar minha maneira de pensar, nem mudar meu status”, afirmou.

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