FRACASSOS ESPORTIVOS E NÃO CUMPRIMENTO DE METAS ORÇAMENTÁRIAS: A DESCULPA DO SÃO PAULO PARA LIQUIDAR SUAS REVELAÇÕES | OneFootball

Lucas Ferreira está de malas prontas para deixar o Morumbi (Alexandre Schneider/Getty Images)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

A eliminação para o Athletico-PR ainda nas oitavas de final da Copa do Brasil significou um grande baque ao São Paulo.

E não, não estamos falando aqui só pelo aspecto esportivo, vergonhoso por si só por cobranças de pênaltis medíocres...

O motivo principal dos dirigentes tricolores coçarem a cabeça passa, especialmente, pelo prejuízo financeiro.

Em meio ao discurso recorrente da temporada, da necessidade de austeridade financeira e dívida batendo na casa do R$ 1 bilhão, o clube do Morumbi coleciona com as eliminações a perda da chance de contrair receitas importantes, mais especificamente premiação e arrecadação.

Das quatro competições que o São Paulo disputou ou disputará na temporada, em duas ele já não alcançou as metas traçadas no planejamento.

No Campeonato Paulista, a equipe caiu na semifinal para o rival Palmeiras. A expectativa era de estar na final. Sem ela, o clube deixou de garantir ao menos R$ 1,6 milhão.

Na Copa do Brasil, o buraco é ainda mais embaixo. A meta para pelo menos manter certa saúde financeira era estar nas quartas de final. A queda precoce (e podemos dizer assim), significou a perda de R$ 4,7 milhões. Isso de forma direta. Indiretamente, contando premiações das fases seguintes e até uma eventual disputa de Supercopa do Brasil, a perda beira os R$ 41 milhões.

Isso tudo, claro, sem somar receitas com bilheteria, publicidade, bônus dos patrocinadores e merchandising (aumento da venda de camisas, por exemplo), valores que, somados, poderiam gerar até R$ 12 milhões nas expectativas internas do clube.

Pois bem, a soma de todos esses fatores, o que dificulta a sonhada estabilidade financeira (basta ver que após queda irrisória da dívida em março, o clube voltou ao déficit habitual), é a desculpa perfeita para a gestão Julio Casares colocar em prática a venda das revelações. Como se sabe, Henrique do Carmo e Lucas Ferreira poderão seguir Matheus Alves nos próximos dias e deixarem o Morumbi. E aí a questão é: o valor.

Apuramos que nenhuma das duas vendas injetará mais do que 8 milhões de euros nos cofres são-paulinos. Ou seja, para supostamente estancar sua sangria, o São Paulo liquida suas revelações. Por menos do que poderia arrecadar as utilizando para ganho esportivo.

Trocando em miúdos, é o São Paulo que continua vendendo o almoço para pagar o jantar...